continuação
Como disse na parte I deste post, tinha algumas dificuldades em classificar o referido grupo das anti-feministas. Passei anos descontente (apesar de tentar fazer a vida negra às que conheço) com as expressões “sapatona” e “moderna”. Isto até que há uns dias encontrei, nas primeiras páginas de um livro que estou a ler, passado em 2045 (O Memorando de Aachen), uma expressão que me parece perfeita para definir o tal grupo: cosmo-moderno-feminista (cmf).
Por quê cmf? Passo a explicar:
Moderno, porque estas raparigas fazem tudo para estar na moda. Na moda do seu grupo, claro, mas não deixa de ser uma moda. Ouvem todas a mesma música (Manu Chao e afins, desde que com capa de cartão), vêem todas os mesmos filmes (aqueles que só elas e os críticos de cinema do Público fingem perceber), gostam sempre de todas as peças de teatro. E moderno porque, no outro sentido de moda, gostam de coisas passageiras (o exemplo clássico foram as paixões musicais por The Gift e Belle Chase Hotel. Quem é que ainda se lembra?).
Cosmo, de cosmopolita. É o que se esforçam por ser, à sua maneira, claro. Para elas, saber o máximo possível sobre os muçulmanos neste momento, é o mais cosmopolita possível. Claro que os americanos, os japoneses, os chineses e mesmo os europeus que se lixem. Não interessam nada…
Feministas, pelo que já expliquei. Dão a cara como defensoras das mulheres. Não para as defenderem, na verdade, mas para que cada vez mais sejam como elas, o que dá normalidade ao seu estilo de vida. E sobretudo, porque essa posição pública lhes dá protagonismo (pelo menos porque passam a vida a citar-se mutuamente).
Neste momento, pensa quem lê: mas se elas não são modernas (porque apesar de tudo são iguais a uma pequena minoria), não são cosmopolitas (porque têm uma visão apertadíssima do mundo) e são anti-feministas, por que é que se diz que a expressão cosmo-moderno-feminista é perfeita para as definir?
Precisamente por isso! O que define melhor alguém que passa os dias a tentar provar ao mundo que é algo que não é, que vive num mundo de falsidade? Uma expressão que define aquilo que ela não é, mas se esforça ao máximo para ser.
É perfeito.
COSMO-MODERNO-FEMINISTAS.
É isso que elas são.