sexta-feira, setembro 30, 2005

Auto-post


Este mês batemos todos os recordes de visitas e page views. Sem links novos de blogs famosos e sem pesquisas repetidas nos motores de busca por algo que escrevemos. Dá ânimo! Obrigados aos leitores!

João Deão 29


Ao contrário de meu cono, sempre resguardado por selvática pintelheira, meu olho negro, sempre alojou pelagem civilizada: senaita revolucionária e cu aristocrata, eis, a parelha que me paga o T2 com mezzanine. O pêlo do pito é o pintelho: "Olá, pintelhinho, pá". O do cu, mutatis mutandis é o cuelho: "Estimado D. cuelhinho". As diferenças, mais que no esbudeganço de caralho, é no lamber que se revelam. Um dia, um celerado novito, enquanto de me enrabava com o indicador e me fodia com o anelar, como se metesse os dedos numa tomada eléctrica, perguntou-me se podia lamber. "Oh filho, mas tu lambe à vontade." O cabrão do trombeteiro, chupou-me a pachacha com uma força que o lençol acabou por me enrabar. Depois de assim se lambuzar com o chispe, deu idêntico tratamento ao meu olho mais fechado. Ora: o olho que nasceu burguês e passou a nobre com uma enrabadela de diplomata, acusou a igualdade do tratamento. Snobeira, presunção, arrogância ou tudo junto, a verdade é que logo ali avisei o putanheiro: "tu chupar o cu, não chupas, tu nesse cu, fazes é cornucópias com a língua". O puto corou, como coram os bebedores da água com limão num jantar de marisco, desentesou-se e foi ter com a mulherzinha.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Europa em 2005

O presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, lamentou hoje a morte de uma mãe e dos seus cinco filhos num incêndio numa barraca do bairro do Fim do Mundo e revelou que esta família estava prestes a ser realojada.

Quatro horas depois de a barraca ter ardido os escapes dos Porsches ecoavam na Avenida da Liberdade e, pelas ruas de Lisboa, os ministros liam os jornais do dia, tranquilamente, no banco de trás dos seus carros de luxo, conduzidos por motoristas.

João 28



Se o nariz detectava mexilhona húmida por piça, logo o porro hirsuto, se lhe trepava umbigo acima, lacrimejando pingos do tesão. Se os olhitos encovados afilavam em regueifas atulhada de pano, cuecas sem tufo pintelhoso frontal, ou tetões mui livres, logo um esguicho de esporra o esmifrava. Se as badanas ouviam suspiro, ou roçar femeeiro de gambias,logo uma baba esbranquiçada, embebia o zarolho. Ora, se, no prostíbulo da sacristia, onde afogava os acólitos em hectolitros de beita, ou nos bordéis onde engasgava o putame, esta precocidade do libertino era bem tolerada, ao Domingo, por debaixo da nave central, frente ao altar ou no meio das recepções nos claustros, estes espirros de visco eram uma limitação à progresso na carreira do clérigo. Então: procurou-me. Que, sua manápula, me coçasse sem medo a cona. Que, as falanges roliças me entesasse os tetos. Que desse, língua mui direita, meu cu acima. Tudo executou sem molhar pintelho. À mata-cavalos, meti-lhe cu acima os dedos, que em gadanha, agito frente ao nariz do leitor . O indicador, que vedes, pressionou as costas dos tomates e a boca que vos fala, garroteou o porro pela base: à bruta. Com o susto repentino e a ver vidinha a andar para trás, assim aprendeu a nunca mais ter pressas.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Trespassa-se

parte (importante) de uma juventude.

E o acontecerá agora à Luísa, que me perguntava sempre, sorrindo, "E para o cavalheiro, o que vai ser?"?

João Deão 27


Graças a Deus: nunca constipação maçou minha rata. Agasalho de porros e folhada de indicadores: exibiu sempre viçosa pintelheira - o foder, sem tufos desgrenhados, não é o foder: é pastelaria fina-. Nunca a rapei, nem a mostrei ao astro rei: cono ensolarado, é cono assado, e cono assado, tem valor venal de unha de pé roída. Só uns calos me deram um outro andar. Três em cada beiço, logo acima do vau para o caralho. A córnea lisura de corrimão, nasceu com um conanas: suporte dos mais plúmbeos e pesados colhões que senti numa vida de berleitadas. Apesar de preferir cu de macho, a rego de fêmea, este delinquente de cona passando-lhe uma pelas vistas, esfodaçava-a a bem esfodaçar. Os pintelhos ficavam electrizados e picavam como espinhos, o marasapo hirto perfurava cego, e os colhões...Os colhões bradavam nas bordas da cona em onomatopeias começadas por "P" e plenas de vogais todas abertas. É claro, o chispe, que não é de ferro, engrossou em sola de pé descalço. Bati-lhe segóvias, antes da injecção de carne. Usei esferovite, e outros isolantes. Nada evitava as contusões labiais. Mandei o matarruano à vidinha, e pus a seneita de molho. Calicidas importados, pachos de mel, banhos tépios de leite e lambidelas amigas de amigas: foi assim que voltei a ter coninha de anjo.

terça-feira, setembro 27, 2005

SLB

Independentemente do resultado de logo à noite, viva a antecipação da grande noite europeia!

Boa publicidade

João Deão 26



O meu olho do cu nunca recusou tranca valente, e, talvez por isso, seja hoje, com uma ruga funda na bochecha de velho: um leve sorriso de peles secas e esgaçadas. Agasalhou grandes caralhões e obrou ainda maiores cagalhões. A diferença não foi só vectorial. Foi moral. Recordo um cliente. Nunca atestara cona de carne, ia casar-se, e queria, a bem de berlaitadas felizes, saber das linhas gerais das coisas da foda. Mormente da localização precisa da bicha. Deitei-me de barriga para cima, acalmei-o, abri as perninhas, exibi a berbigona, e preparei-me para o foder missionário. Assim, tal qual os padres mandam. O nubente, segurou o caralho com as mãos transpiradas e procurou-me a rata. Porém, encontrou-me o cu. Veio-se, corou de vergonha, agradeceu a ajuda e partiu convencido da sua sapiência sobre a localização da senaita. Que bela essa noite, em que, com propriedade, escuta a enrabada mulherzinha a urrar: "oh da guarda, que me esfacelam o cu!"

segunda-feira, setembro 26, 2005

Utopia ou merda

Um Portugal afundado e triste, mas ainda com uma réstia de esperança, elegeria Manuel Alegre Presidente da República.
Os portugueses votariam em Alegre, não pela sua competência em matérias de economia e finanças nem pela sua simpatia ou experiência do lugar. Votariam em Alegre por nele verem a sua própria revolta, o seu próprio inconformismo com a situação miserável e medíocre a que chegámos. Votariam em Alegre porque a tristeza que traz espelhada na cara, a vontade de desistir e dizer "está bem, eu estou velho e isto já não me interessa nada. Façam lá o que quiserem com a merda do país!", e a vontade ir contra o poder instalado, contra os seus e contra os outros, que dentro dele venceu, seriam iguais às suas vontades. Votariam em Alegre porque saberiam que foi ele o último a tentar parar o mentiroso que é hoje primeiro-ministro de Portugal, eleito com a promessa de não aumentar os impostos. E mostrariam ao PS e a Sócrates que não gostam de mentiras. Votariam no poeta e no utópico que é Manuel Alegre, porque é de poesia e de utopia que nós precisamos. E Alegre ganharia como Soares ganhou em 86, vindo de trás. A meio do que foram os melhores seis ou sete anos de que temos memória. Mas por cá serão os poetas, os artistas e os vendedores de utopias os primeiros a votar em Soares ou em Cavaco. Porque os artistas e os utópicos do burgo vivem dos subsídios do Estado, e não lhes interessa que a utopia passe para as ruas.
Manuel Alegre não mandou o país à merda e, mesmo que já não fosse a tempo de o tirar de lá, ficava bem como Presidente da República. Mas talvez lhe fique melhor, talvez seja mais justo para a sua figura, perder pelas cruzes feitas com as mesmas mãos e canetas que elegerão Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras e Ferreira Torres e que antes deles elegeram Durão e Sócrates.
Se eu ainda votasse, se eu ainda acreditasse, votaria em Manuel Alegre. Assim, se passar no sítio onde voto no dia das eleições, votarei num dos outros, à sorte. Tudo para não misturar Alegre com esta merda em que o país se transformou.

Este não é um post sobre mim

apesar de muitas vezes a mim se aplicar.

Às vezes a verdade pode vir até dos Xutos:

Se gosto de ti,
Se gostas de mim,
Se isto não chega
Tens o mundo ao contrário.


(a viagem de ressaca e a cabecear não foi completamente improdutiva...)

:)

No outro dia cheguei a casa e a minha mulher insistiu para que eu a levasse a um sítio bem caro...
Levei-a a uma bomba de gasolina!



(recebido por e-mail)

João Deão 25



Sempre desconfiei dos que só lambem as pachachinhas. A minha, conheceu língua cedo, por um paneleiro seminarista que, por conto de reis, se esbodegou todo na boca do corpo. Macérrimo, e com um touco em vez de piça, disse a tresandar a morcela, que os caralhitos que chupava na catequese, sabiam ao meu grelo. Desconfiei. Um dia trouxe um amiguinho. Durante uma hora, entremeou potente minetada, com delicado abocanhamento da tomatada do petiz. "lambere humanum est, ergo lambamus". Dizia.
A verdade é que as declinações latinas ensinaram-lhe a revirar bem a língua naquela prega de cona, em que o cabeçudo espreita, e à conta dessas latinadas vinha-me imperialmente. Tenho saudades o meu primeiro seminarista.

sábado, setembro 24, 2005

João Deão 24



João, guiado pelas luzes verdes intermitentes da farmácia no final da rua, avança pelo passeio: invadido por carros, por andaimes; e ele: pela sensação de que se esqueceu de algo. À porta, duas pessoas. Um viciado em heroína. E uma enorme prostituta. João procura dinheiro nos bolsos. Apenas umas moedinhas. O drogado está aviado e prostituta recebe as moedas de que precisa. João pede-lhe uns trocos, mas ela diz que lhe compra o que ele precisar. João agradece e acompanha-a à pensão, onde ele pernoita e onde ela trabalha há 20 anos. Conversam.

quinta-feira, setembro 22, 2005

João Deão 23


Isabelle, deitada de lado, leva o braço ao fundo das costas dele e puxa-o para si, enquanto se empurra para ele. Nunca tanta pele respirou tanta pele. As costas dela: inteirinhas no peito dele; a cintura dela: colhida pelo colo dele. As pernas em cordame entrelaçadas. As mamas ocupadas pelas mãos. Torce o pescoço para trás à procura da boca de João que lhe beija o ombro. João percorre o contorno do corpo de Isabelle com a mão. Sente um corpo amolecido e sonolento ficar tenso de desejo. Isabelle beija-lhe a boca. Soluça ao inspirar. Morde-lhe a orelha, mete-lhe a língua no ouvido, e esmaga a sua boca contra a cara de João. Sussurra-lhe umas palavras enquanto o segura entre as pernas.

João desce as escadas da pensão a correr, pára antes da recepção, mete a camisa para dentro e pergunta ao empregado:
-Onde é a farmácia mais próxima?

quarta-feira, setembro 21, 2005

João Deão 22

Se fosse há 20 anos e estivesse em Coimbra João iria ao Moçambique:

Eu sou um Coca Billy de poupinha no ar
que me excito todo com o Elvis a cantar
só faço javardeira e só dou mau aspecto
passo a noite inteira a beber um bom caneco
e não há melhor lugar para se divertir
que o Moçambique Bar para beber beber até cair
De segunda a sexta feira o Moçambique é o meu tecto
só faço javardeira e só dou mau aspecto
Coca Billy é a minha graça e passo as noites no engate
a comer uma louraça até que me farte.
Coca Coca Coca Coca Cola Billy
No Moçambique há os negros de África
Ái ái ái ái ái que saudades de ir no Angola.
No Moçambique também há os Freaks desvairados
No Moçambique também há uma quantidade de parolos
Quando a rosinha morreu, acenderam-se as velinha
lá no alto da igreja, que até metia imbeija
No Moçambique também há os Punks mauzões
Coca Coca Coca Cola Billy
COCA COLA BILLY



ÉMASFOI-SE

MÚSICA Sérgio Cardoso
LETRA Sérgio Cardoso


CD à venda aqui:
http://www1.interacesso.pt/~jhaergio/2_bandas/x_emasfoise/3_c_intro_emas.html"

A criança que há em mim

Your Inner Child Is Happy

You see life as simple, and simple is a very good thing.
You're cheerful and upbeat, taking everything as it comes.
And you decide not to worry, even when things look bad.
You figure there's just so many great things to look forward to.

Dica da Bomba.

terça-feira, setembro 20, 2005

Professores angariam clientes

A realidade é esta: verificou-se uma grande quebra de natalidade há alguns anos atrás em Portugal, o que fez com que a geração que hoje frequenta as escolas portuguesas (em especial os liceus e as Universidades) tenha muito menos alunos do que a anterior. Por isso, e porque o Estado continua a financiar escandalosamente escolas privadas (seja a Universidade Católica sejam os colégios) enquanto as escolas públicas funcionam muito abaixo do seu potencial, há muitos milhares de professores do secundário desempregados e os professores do ensino superior, em especial os que não estão nas grandes universidades, fazem de tudo para continuar a ter clientes.

Já ouvíamos, de vez em quando, spots de rádio publicitando cursos em Universidades públicas (se isso é legal e moralmente aceitável, talvez fosse bom discuti-lo). Agora o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) dá um novo passo, que me parece totalmente desesperado, despropositado e inaceitável: abre um "ano zero" para os alunos que não conseguiram entrar nos seus cursos, que funcionará como explicações preparatórias para as específicas do próximo ano.
Os argumentos que defendem esta medida são os de sempre: "necessidade de aumentar a qualidade de ensino nas áreas tecnológicas"; "contribuir para o desenvolvimento do país "; "pretende-se aumentar as vocações nas áreas tecnológicas"; bláblá, bláblá, bláblá...
O truque de fidelização do cliente é engenhoso: os alunos que entrarem no ISEC terão equivalência a cadeiras feitas no "ano zero".
Os proveitos são evidentes: 500 euros de propinas por ano.

Os perigos, no entanto, são evidentes. Abre-se uma guerra com os professores do ensino secundário, descredibilizando-os completamente e chamando-lhes, com todas as letras, incompetentes para levarem a cabo a sua missão de preparar os alunos do secundário para as provas de acesso ao ensino superior. Por outro lado, quebra-se a separação, que me parecia saudável, entre ensino secundário e ensino superior. E o que farão as restantes instituições de ensino superior? O mesmo, pois claro... A não ser que os seus professores não percebam que são os seus empregos que estão a ser atacados pelo ISEC...

A isto, o que se segue? Explicações gratuitas dadas pelos professores de liceu? Professores da primária que levam os seus alunos a casa, porta a porta, e os ajudam a fazer os TPCs? Educadoras de infância que organizam chás para senhoras grávidas?

E daqui a 30 anos, quando esta geração for a principal cliente de cuidados de saúde, ouviremos num spot de rádio um médico do Serviço Nacional de Saúde (se tal coisa ainda existir) a convidar: "Apareça nas Urgências do nosso Hospital! É um prazer tê-lo por cá!"?

Vamos brincar!

Algumas coisas são demasiado importantes para serem escritas num blog. Se assim não fosse, bem sabes o que aqui escreveria hoje...

segunda-feira, setembro 19, 2005

Carmona vs. Carrilho

O que mais me inquietou no debate entre os dois candidatos foi: o que é que a Bárbara viu naquele palerma?

João deão 21



Isabelle dorme de costas para João. O lençol delicadamente abaixo da cintura permite que as sombras rectas das portadas se projectem nas curvas no seu corpo, como se à força de tanta harmonia, as ripas de madeiras duras, feitas sombra pela lua, se contorcessem. João abre os olhos sem acordar e observa Isabelle com se sonhasse. Passa a mão por cima das costas sem lhes tocar. Sente o calor que exala. Feronoma térmica: um calor lento e lânguido como só as mulheres a dormir ao lado de um homem podem emitir. João submerge a mão no lençol, e sente com a ponta do dedo indicador o ângulo do osso da cintura de Isabelle. Depois o contorno do final das costas. Isabelle a dormir sorri. Isabelle a dormir sorri. João aproxima-se, levantando o lençol, que num buraco de vácuo os separa. A sua pele fria contra a pele quente de Isabelle. Desce a mão para o outro lado das costas e avança barriga acima. Percorre com os dedos a pele e tenta definir o milímetro exacto em que o peito se eleva. Tenta. E tenta. Isabelle acorda, olha para a mão de João, agarra-a, e afunda-a perto do coração que bate lento e pesado. Depois inspira e ajeita o rabo contra João. O frio da pele dela, contra o quente do amor dele. Isabelle ajeita-se de um lado para o outro, e afasta ligeiramente as pernas, deixando que João ocupe o preciso triângulo entre o seu sexo e as suas pernas. Como se de mais uma prova de compatibilidade se tratasse, sorriem com a precisão das medidas. Assim, apreciando sem saberem as transformações geométricas das linhas rectas das ripas em linhas curvas do copo, e da ocupação de um espaço triangular por um cilindro, subvertem a física clássica, a lógica matemática e a concordância gramatical. O tempo parou. Mesmo. E durante seis anos toda a terra esteve imóvel. Claro que poucos se aperceberam disso, pois o tempo recomeçou no preciso momento do sorrido de Isabelle dando a 90% da população uma normalíssima sensação de dejá vu.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Unir para dividir

Foi aprovado pela autoridade competente o domínio de internet .cat, destinado a sites da comunidade línguistica e cultural da Catalunha. Não é ainda o .ct que a associação PuntCat pretende ver aprovado como domínio do país Catalunha, mas é um primeiro passo no mau caminho.

O mundo nunca se verá livre desta gente pequena e mesquinha que exibe com orgulho os seus hinos e as suas bandeiras, que vê em cada passado histórico comum e em cada língua regional uma oportunidade para desunir, criar fronteiras e desencadear guerras.

A day without a smile


is a wasted day

Amarante 2005

Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Erro Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Erro Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete Repete

quinta-feira, setembro 15, 2005

Portugueses de sucesso

No site lyrics-songs.com há uma banda portuguesa em 12.º lugar nas letras mais procuradas. à frente dos U2, dos Beatles, do Robbie Williams, da Jennifer Lopez, da Christina Aguilera, da Beyonce ou da Madonna.

De entre as 50 letras mais procuradas, sete são destes rapazes que animam os fins de tarde das adolescentes portuguesas (e não só das adolescentes...). Não sabes quem são os D'ZRT? Tens que ver as tardes da TVI.

Pedi-lo é humano


so i turned the radio on, i turned the radio up,
and this woman was singing my song:
the lover's in love, and the other's run away,
the lover is crying 'cause the other won't stay.

some of us hover when we weep for the other who was
dying since the day they were born.
well, this is not that:
i think that i'm throwing, but i'm thrown.

and i thought I'd live forever, but now i'm not so sure.

you try to tell me that i'm clever,
but that won't take me anyhow, or anywhere with you.

you said that i was naive,
and i thought that i was strong.
i thought, "hey, i can leave, i can leave."
but now i know that i was wrong, 'cause i missed you.

João Deão 20


João está sentado na última fila da plateia. O espectáculo já começou. João não consegue olhar para o palco. Observa a rapariga à sua frente. Tem um casaco de malha cor-de-rosa claro apertadíssimo e umas saias compridas, enrugadas e com brilhos. João matou o cavalo e arrancou-lhe os olhos com os dedos. Vê o perfil do peito através da malha do casaco. João abriu a veia jugular do cavalo com a fivela do cinto. Observa os pés da rapariga nas costas da cadeira da frente. Encaixou a massa do animal num dos compartimentos privados da enorme casa de banho do teatro, e, viu uma maré de sangue sair por debaixo da porta. A rapariga apanha os cabelos e prende-os com um elástico; em contra luz, a linha do seu pescoço que se inclina para se expor ao fresco. O sangue avançou em leque pelo chão imaculado, impelido pelas golfadas que saíram do pescoço do cavalo contorcido dentro da boxe feito matadouro. A rapariga agita as saias e descruza as pernas, João escuta o som das coxas húmidas a separarem-se.

Algo está errado

Quando aquele que é suposto ser o homem mais poderoso do mundo tem que perguntar por escrito a uma sua colaboradora se pode ir à casa-de-banho.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Em quem votam alguns dos portugueses

A euro-deputada Ana Gomes ataca fortemente o seu partido, actualmente no Governo, afirmando (concordando com um representante do povo) que "A responsabilidade (...) em nomear para a chefia (...) um indivíduo sem qualquer qualificação (...) apenas para (o) recompensar (...) é 'criminosa'."
O eng.º Sócrates ficou com as orelhas a arder pelas nomeações de Fernando Gomes para a Galp e de Armando Vara para a Caixa Geral de Depósitos. Esta Ana Gomes não tem papas na língua!
Não? Ana Gomes falava afinal de uma nomeação do Presidente Bush? Peço desculpa pelo engano... mas qualquer um se confundiria com as semelhanças...

João Deão 19



João, o cavaleiro que bebe café, aguarda o início do espectáculo frente ao bar. A agitação da sala acalmou, e cavalo e cavaleiro foram civilizadamente integrados nos convivas. Mas, um bicho é um bicho, e um cavalo é um bicho grande. A montada de João começa a revirar as orelhas sem sentido, tem espasmos dérmicos no jarrete e na perna, abana a cabeça soltando placas de saliva seca, e defeca uma bola de basket em cima de um gin tónico preparado num copo de martini. João faz um sinal sonoro com a boca, aperta as all-stars contra os flancos, ondula com cuidado as rédeas e desfila em direcção à porta de entrada da sala de espectáculo. Atrás de si, a cauda que quase chega ao chão, em lentos e poderosos movimentos, vai apagando os cigarros, acordando os críticos mortiços, despenteando os gays lavadinhos e acariciando as mamas das madamas. Pelo corredor, João leva o cavalo ao quarto de banho. No foyer, som de gente a cuspir pêlos. Ao fundo, um homem gordíssimo vomita. Como não se consegue curvar, o vómito sai-lhe paralelo ao chão, sujando quem dele se aproxima. Tem um pêlo da cauda do cavalo a fazer-lhe uma endoscopia digestiva. O pêlo que ninguém ousa tirar, desce com uma pequena curva frente à boca e toca no chão. O homem com os olhos congestionados de lágrimas e com os movimentos descoordenados pela violência do vómito não consegue apanhar o grosso pêlo, por isso anda de um lado para o outro, na esperança de, pisando-o com os sapatos, ele saia e pare o reflexo incontrolável. Entretanto vomita, vomita e vomita. E vomitará até ao exacto momento em que João conseguir entrar no quarto de banho a cavalo. Quando a porta deste se fechar, num estrondo veneziano que ecoará pelo teatro inteiro, o homem pisará o pêlo com o pé e avançará sobre ele, extraindo-o assim, do tubo digestivo. O momento exacto é este. "Pum". "aaahhh que alivio."
João entra no quarto de banho e fecha o cavalo num dos compartimentos privados. Na boxe o cavalo relincha.

terça-feira, setembro 13, 2005

Dar-vos música


Há umas semanas que não dou. Não porque não queira mas porque encontrá-las no lycos está a ficar cada vez mais difícil.
Hoje encontrei esta, que me parece adequada. Não falta quem diga
What the hell am I doing here?
I don't belong here.


nem quem pense
I don't care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul

You're so fuckin' special

segunda-feira, setembro 12, 2005

Dignidade


João Deão 18



João entra pelo foyer do D. Maria adentro. Vai montado num cavalo de pêlo preto, que reluz os projectores da entrada, os castiçais, os candeeiros. A antecâmara da sala Garrett está à pinha com gays sofisticados, críticos cigarrentos, madamas eruditas e cheirosos estudantes de teatro. O cavalo avança em pizzicato; as patas derrapam no chão de pedra polida. Aproxima-se do bar, onde há uma carpete para o cavalo e café para João. Todos arregalam os olhos: os gays sofisticados, atrás dos seus óculos rectangulares de massa preta, e borrados de medo do cavalo, observam com atenção. Os críticos, com a atenção amolecida pela nicotina, acham que faz parte do espectáculo. As madamas fantasiam com o membro do cavalo. As estudantes de teatro limitam-se a gostar da performance. Apenas um velho de barbas, esparramando num dos sofás e estranhando um equídeo incontinente numa sala de fumo de um teatro, diz "Eh, pá, já deixavas, é o bicho à porta". João, pede o café, recebe-o numa mão. Faz um meio volteio para virar a cara do cavalo para a sala. Segura o pires na mão esquerda, mexe o café com a colher e pegando a chávena com a mão direita bebe sossegadamente.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Aviso à PETA


Em Portugal também há touros de morte. Vinde manifestar-vos!

Imagem do dia

O riso estúpido de Sócrates, Belmiro de Azevedo e Manuel Pinho, segundos depois de o primeiro ter feito implodir as duas torres em Tróia.

É o contentamento indisfaçável de quem gosta de destruir e ganhar dinheiro. O riso de quem precisa de sentir que tem esse poder.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Absurdo

Hoje, juntando as 500 pessoas mais ricas do mundo obtém-se um rendimento superior ao obtido por 416 milhões de pessoas pobres.

Mas depois fazem umas doações para a caridade e são considerados as melhores pessoas do planeta...

Eis o futuro

Professores indianos dão explicações on line a estudantes americanos. De matemática, ciências e... gramática inglesa. Por 20 dólares/hora, contra os 50 cobrados nos EUA.

quarta-feira, setembro 07, 2005

João Deão 17



Os barbeiros que conversam são como as putas que beijam. O corte de cabelo, como o foder, para além de ser todo mais ou menos idêntico, é, como a foda, uma espécie de morte controlada. Um corte de cabelo é procedimento. Exige tempo, desconforto e surpresa. Tal qual a morte, e as melhores fodas. Um barbeiro que me entope os ouvidos com a repetição das notícias do 24 Horas, que tem o rádio a pilhas na Antena 1 e que liga para o fórum da T.S.F, é uma puta que quer sair para a rua de mão dada. Quero silêncio, distância, seriedade. Quero que me aparem a franja e quero "esbazá-los" em paz. Quero as patilhas no sítio, e umas tetas grandes. Sem conversa, nem línguas encarniçadas. Quero máquina quando tiver de ser máquina, pente quanto tiver de ser pente e lâmina quando, lâmina tiver de ser. Quero broche porque sim, cona porque tem de ser, e cu se tiver de ser. Sucessivamente. Afinal, pago, só para isso. A puta abre as perninhas, o barbeiro abre e fecha os dedos. È só isso. Não é necessário mas nada. Ou é? Ou será que na essência, todos os barbeiros acham que cada corte altera o cliente e que cada puta quer, na essência, beijos no pescoço e falinhas mansas na rua. Será? Será a procura da construção de um mundo melhor e do amor, o essencial destas duas profissões. Será? pois se sim, então afastem o mediador: o bago, o pilim, o cacau. Aparem os cavanhaques à borla! Punhetaços para todos e já! Para as barbearias em força! Que se esgalhem 1000 pessegueiros e mais 1000. (não sei se continua)

Impotência

É estar dentro de uma carrugaem de metro com uma rapariga da minha idade, loira, que se percebe que era bonita, e que cheira mal a três metros de distância, tem a cara coberta de lesões e nas costas feridas, exibidas para justificar a mão estendida, que escorrem pus como até ontem eu só tinha visto pinheiros feridos a escorrer resina.

Ralações

Partilhar é muito diferente de dividir.

terça-feira, setembro 06, 2005

Pergunta para os meus amigos

Desde quando é que a grande questão deixou de ser Até que idade pensas divertir-te? e passou a ser Até que idade pensas sofrer por amor? ?

segunda-feira, setembro 05, 2005

Festa do Avante 2010

Conferência sobre o programa espacial idealizado por Álvaro Cunhal e que entretanto tem sido posto em prática pela NASA.

Festa do Avante 2009

No evento será apresentado o revolucionário software de gestão de stocks produzido por Álvaro Cunhal.

Festa do Avante 2008

Serão projectadas as três longas metragens realizadas por Álvaro Cunhal.

Festa do Avante 2007

Maquete do projecto arquitectónico de Álvaro Cunhal para o edifício mais alto do mundo.

Festa do Avante 2006

Na festa, os visitantes poderão ouvir pela primeira vez as duas sinfonias compostas por Álvaro Cunhal.

Festa do Avante 2005

Exposição dedicada à obra de Cunhal enquanto pintor e desenhador e ainda "como pensador de questões relativas à estética e ao papel da arte e do artista na sociedade". Estarão em exposição, pela primeira vez publicamente, duas pinturas de Álvaro Cunhal.

Joâo Deão 16


Cremilde tem um metro e quarenta e cinto centímetros. De perfil, desenha uma barrica de vinho cortada em altura: curva para a frente e muito direita para trás. Braços pequenos e grossos, afastados da cintura. A cara, corada, é redonda e inchada. Cabelo de rata velha. Baço, eriçado e ralo que se prolonga em farripas sobre as orelhas cor da uva pisada. Aproxima-se da porta da loja da ginga, onde João está colado. Botas de plástico vermelhas, saia branca um palmo acima do joelho, e um decote. Decote que nada mostra, mas que Cremilde tapa e protege. Usa-o como se todos os homens o olhassem. Ostenta, pelo seu peito, um pudor incompreensível. Uma, das réstias de humanidade que sobreviveu na filha de criada da casa de proprietários rurais do Douro, imigrada para Lisboa, atrás de um amor de infância, e perdida na baixa prostituição e no vinho. A outra. A outra é a memória que o vinho lhe traz. Se durante os últimos 25 anos se tornou alcoólica foi porque em cada copo que bebia, havia, de algum modo uma recordação da infância em que servia com a mãe os doutores da quinta.
10 euros pela limpeza da loja e 15 ou 20, pelos broches aos velhos que por ali vagueiam, são o necessário para pagar o quarto onde vive e de que diz com um orgulho que dá pena: "está sempre muito limpinho".
Uma onda de àgua fria contra as All-stars de João. Detergente. Uma esfergona descontrolada. O cimo de uma cabeça muito perto de si. O salto. João desgruda do chão. Pede outra ginga. Quase cai ao passar pela frente da porta limpa e a meio do caminho para o teatro percebe a razão do chão, ali estar sempre a segurar as pessoas.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Descanso

Depois dos incêndios virão as autárquicas e as presidenciais. No entretanto, a bem dos resultados eleitorais, ninguém nos tentará convencer de que a segurança social está falida, de que aumentos dos impostos são inevitáveis, de que as portagens nas SCUTs são justas.
Até Janeiro estamos safos.

A ponta do iceberg do sistema

tem 171 nomes.

Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Sousa Cintra e os árbitros Lucílio Baptista, Carlos Xistra, Jacinto Paixão, Paulo Paraty são alguns dos arguidos.

quinta-feira, setembro 01, 2005

João Deão 15


Rapariga que tem o mesmo nome que outra que João encontrará mais tarde. Rapariga, que logo que o viu encostado à parede, no início da rua, fantasiou se seria simpático e meigo. Se dava um bom namorado: um bom marido: um bom pai. Em andamento, a tudo, concluiu que sim, por isso, porque nunca se perde nada em tentar, porque estaria sempre protegida pelas regras que definem as relações entre homens e mulheres e porque viu todos os episódios do Sexo e a Cidade; esta Teresa, noiva de um ascendente engenheiro na Mota Engil, pára frente a João e simula procurar o telemóvel na carteira, para se demorar no campo de visão dele. João se a olha, é, para a ver à transparência. Interessa-lhe observar a mulher que vem atrás: Cremilde. Teresa, como para o mundo, só ia à procura do seu telefone, acredita que só ia à procura do telefone, e, acelera o passo, para ir lanchar com Miguel, seu namorado super-star do betão armado, à esplanada, virada para o Rossio, da pastelaria Suiça. Pedirá um chá verde, um bolo de chocolate e dirá: "Está frio, devia ter trazido um casaco pelas costas."

Fotoesfera

A minha fotojornalista preferida tem um blog. Aqui.