sexta-feira, setembro 28, 2007

Loucura? Pois... não sei... se calhar via mais nitidamente do que muitos ditos saudáveis...

Algures numa vila junto à costa, uma senhora aproxima-se de um casal e diz:
- Peço desculpa de incomodar, mas posso fazer-vos uma pergunta? Não me levem a mal mas passam-me estas coisas pela cabeça e queria mesmo saber.
- Claro! Diga.
- Eu não sei se sabem responder a isto mas estão a ver aqueles barquinhos todos ali no mar? Eu acho que também há uns ali para os lados de Belém... Estes barcos são do Estado ou particulares? Não que eu queira comprar um nem nada mas acho que são muito giros.
- Pois... Particulares, acho... Mas realmente não sei de todos...
- Ah... São tão giros. E em Belém também há uns assim, dizem-me. Está bem. Olhem, e posso dizer-vos mais uma coisa? Não levem a mal nem nada mas gostava de dizer mais uma coisa.
- Sim, não há problema. Diga.
- Acho que são os dois muito bonitos! Muito bonitos! Por dentro e por fora! Ficam muito bonitos os dois. Acho mesmo.
- Ehh... obrigado...
- E queria dizer só mais uma coisa, não me levem a mal estas coisas que digo. Dêem muitos beijinhos os dois e aproveitem bem a vida que é tão curta!
- Ehh... pois... tem toda a razão...
- Adeusinho e felicidades. Não pensem que eu sou maluca ou assim... Desculpem o incómodo.
- De maneira nenhuma! Não incomodou nada... obrigado... igualmente.
As pessoas desenvolvem filtros e defesas, refugiam-se atrás de racionalizações, convenções, normas e padrões de comportamento aceites mas de vez em quando algumas fogem a estas regras não escritas e surpreendem pela nitidez com que vêem as coisas e pela simplicidade com que se expressam e pela espontaneidade demonstrada. Depois vem a realidade cinzenta, fria, dura, cruel, inclemente e triste que se revela afinal muito menos idílica... às vezes fico mesmo sem saber quem são os loucos, principalmente quando olho através das grades auto-impostas com que contemos tudo aquilo que achamos inconveniente ou impróprio, quando vejo a maneira como tornamos a nossa vida estanque a tanto daquilo que nos rodeia...

Por que há coisas que merecem...

Wich of the RWC ´minnows´ impressed you most? No site http://www.planetrugby.com/ está a decorrer uma votação para determinar qual a equipa que te impressionou mais no mundial. Só pelo facto de serem amadores, merecem o nosso voto. Só pelo facto de cantarem a Portuguesa, como se não houvesse dia amanhã, merecem o nosso voto! Os Lobos são portugueses. Estão à espera de quê para votar em Portugal? (reprodução de e-mail)

Apesar de todos os casos com que somos bombardeados no dia-a-dia (Casa Pia, UNI, Apito Dourado, facturas falsas, Felgueiras, etc) somos também aquilo que os Lobos representam, aqueles que tão bem mostraram que há valores e uma força escondida que, por vezes, aparece e nos dá alento para continuar, que nos faz sentir orgulho em sermos o que somos. Porque nem tudo o que é Português está relacionado com vergonhas, mentiras, mesquinhices, corrupção e fracassos. Mesmo que seja só um desporto. Mesmo que nem sequer tenham ganho nada a não ser o respeito e a consideração de todos os que (ainda) têm fé e esperança em dias melhores, de todos os que têm uma escala de valores não pervertida pelo poder ou pelo dinheiro, por todos os que têm espírito ganhador e são capazes de dar o máximo contra tudo e contra todos!

quinta-feira, setembro 27, 2007

automated for the people...

Nesta semana, por decisão superior da gerência, todos os trabalhadores da fábrica onde laboro (todos inclui mesmo todos por uma questão de exemplo e de motivação) foram convocados para 2 horas diárias (mínimo) no departamento de embalagem. Isto implica 2 horas de trabalho manual, repetitivo, automático, monótono. Colocar frascos em blisters (aquelas plaquinhas de plástico) e blisters em caixas com o folheto informativo, marcar as caixas e arrumar tudo em paletes. Enfim, provavelmente não o tipo de trabalho mais recompensante do mundo mas para variar das actividades rotineiras até posso dizer que tem sido surpreendentemente interessante. Conversa-se, ouve-se música, comenta-se, convive-se, mudam-se rotinas e hábitos. A acrescer ao banho de humildade que a iniciativa oferece por abranger todos, independentemente do posto hierárquico, nivelando-nos (claro que há sempre os mais baldas que se esquivam como podem ao trabalho "comunitário" mas...), há ainda a libertação da mente para pensar e divagar sobre tanta coisa que é incrível como é que as caixinhas aparecem prontas e em bom estado sem que me lembre que as horas passaram. Isto para não falar nos inúmeros esquemas tentados para optimizar a função e distrair o espírito. Muito saudável! Claro está que tudo isto se relaciona com a noção sempre presente de que se trata de uma situação esporádica e temporária para cumprir com um prazo de entrega, numa altura crítica em que a máquina que normalmente desempenharia esta função não estava disponível...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Ridiculo ou assustador?

A notícia da recente visita do líder iraniano aos EUA, mais concretamente a uma universidade onde discursou e respondeu livremente a perguntas da audiência, revelou alguns aspectos preocupantes sobre o estado do mundo e sobre as pessoas que estão à frente dos nossos destinos.
O que move alguém com tamanhas responsabilidades a tomar tais atitudes? Aquele tipo acredita sinceramente que não tem homossexuais no Irão? Aquele tipo acredita sinceramente que não houve holocausto? Aquele tipo acredita sinceramente que uma nação naturalmente (milenarmente) belicosa, inserida bem no meio do maior barril de pólvora do mundo, quer energia nuclear para fins pacíficos? Aquele tipo fala da liberdade de expressão quando não a permite em casa? Será ele um completo imbecil (medo), um fanático religioso (medo), um louco egocêntrico (medo), um maníaco ardilosamente inteligente (medo) ou todas as anteriores (muito medo)?
Será falta de inteligência, falta de tacto ou um mau gabinete de propaganda? Argumentos sobre a luta judaico-palestiniana enraizam realmente numa série de más soluções criadas por maus líderes do passado para problemas que, também se terá de admitir, não sei se teriam solução fácil, mas é desnecessário renegar um acontecimento triste mas indelevelmente registado a negro nas páginas da História da Humanidade (mesmo sabendo da não separação dos poderes político e religioso no Irão e sabendo também da tradicional inflexibilidade associada aos assuntos da fé, isto parece-me demasiado descabido). Mesmo em termos de propaganda interna resulta a ilação de estar o tal tipo a falar exclusivamente para uma cambada de bárbaros ignorantes sedentos de sangue sem outro propósito que os faça felizes que não a imposição a todo o custo dos seus ideais a todos os outros, assumindo a liberdade para a diferença que têm desde que assumam que não poderão estar orgolhosamente sós num mundo cada vez mais global. Em termos de marketing para o exterior o tipo passa por pouco inteligente, teimoso e irracional o que, para quem quer ser uma potência nuclear, o desqualifica aos olhos da comunidade internacional (isto se tomarmos em conta que, ao contrário de outros tipos pouco inteligentes, teimosos e irracionais, não tem o poder político, militar e económico para impôr a sua vontade).
Não é menos verdade que algumas regras de etiqueta foram quebradas pelo reitor na recepção mas também quem anda à chuva molha-se e o tipo estava mesmo a pedi-las. Haja também, e felizmente existe, a capacidade de insultar como merece o outro tipo, o que está a frente dos destinos de muitos mais bárbaros ignorantes (e infelizmente também dos restantes habitantes do planeta), aquele que também tem responsabilidades face ao estado em que está o mundo. Será que alguém se importa de fechar estes dois imbecis (e mais uns quantos, alguns eleitos(!) o que também serve para qualificar como medíocre o sistema democrático que os pôs lá, como otários os que votaram e como irresponsáveis os que não o fizeram) numa sala longe de tudo, cheia dos mais variados objectos destinados a causar danos morais e severas humilhações, de preferência com transmissão televisiva para gáudio de quem quiser assistir? Porra! Se concordam que isto está de facto mal não podem ficar escondidos atrás do conforto da afirmação de nada poder fazer para mudar o actual estado das coisas! Protestem! Votem! Falem! Ajam! Criem! Mudem! Peçam! Censurem! Envergonhem! Critiquem! Esperneiem! Achincalhem! Ostracizem (confesso um gosto pessoal enorme por esta figura legal de punição da antiguidade clássica, sendo que lhe acrescentaria humilhação pública física e moral, bem como sevícias corporais levemente dolorosas, irritantes e não letais como beliscões, fisgadas, cuspidelas, rasteiras, ovos podres, papel higiénico molhado, pneus furados, açucar no depósito, batatas no tubo de escape e pontapés nas canelas - se nos tratam como crianças...)!

terça-feira, setembro 25, 2007

O filme da série 27 feito e estreado para leitores da Gabardina foi visto por mais de 4 000 pessoas e destacado na página do Sapo. Ser leitor da Gabardina tem assim um certo risco: estar sempre um pouquinho à frente.

http://videos.sapo.pt/UfSMTwMyPVO6Y1bTIcrK

segunda-feira, setembro 24, 2007

Razão vs Emoção

Já muitas vezes tenho pensado na natureza dual que a maior parte das coisas que nos rodeiam têm, como o fotão: onda/partícula. É como se, da física à natureza humana, algumas regras gerais tivessem sido impostas, fazendo de nós mecanismos da mesma máquina gigante. No caso presente a questão em mãos prende-se com uma decisão que oscila entre a razão e a emoção, entre o plano pessoal e o profissional. Em ambos os lados a decisão está tomada. Pena é que tenham chegado a conclusões diametralmente opostas. A vida não é fácil nem justa, se bem que, uma vez por outra podia ser, para variar, ou pelo menos injusta a meu favor. Bolas...
Bom, seja como for, o relógio está a contar para o prazo final, sábado, e há um lado, o profissional, que está em vantagem para levar a sua avante. A questão é que, para mim, o lado pessoal, mesmo em inferioridade numérica, logística, contra tudo e contra todos, será sempre mais importante, desde que lhe dêem uma hipótese. Se dependesse só de mim, sei bem qual seria o rumo a tomar mas... Admito que não é fácil de decidir este tipo de coisas, ainda mais quando involve mais do que uma pessoa, mas não há como o evitar porque, de outro modo, a decisão acabará por ser tomada por inércia, o que me parece ser muito pior do que assumir as consequências de mudar de vida. E, em última análise, nada é irreversível nem fica escrito em pedra, há (quase) sempre volta a dar, mas se queremos alguma coisa temos mesmo de lutar por ela, arriscar sem medos, em vez de assistirmos passivamente ao desenrolar da história ou de esperarmos que o acaso ou o destino nos faça cair o que queremos no colo.
Serão sempre as pessoas, sempre, o mais importante para mim. Principalmente aquelas a quem esta frase se aplica: “The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes "Awww!” (J. Kerouac) Uma vez disseram-me: "És louco e queres arrastar-me para a tua loucura!" Sim! É mesmo isso! Anda! Vive a vida louca! Faz pipocas de panela aberta!!

sábado, setembro 22, 2007

Duo Ele e Ela

Um dos melhores momentos de sempre na televisão portuguesa. Vale a pena cada minuto!



Uma vez tava desorientado, afinquei na testa de uma mulher, fiz-lhe um galo. Tava.. tah!!! Ela fez-me avariar. Eu não tinha coragem de bater com as mãos, ela tava a dormir... Tau!!! Ficou um galo... aí... um ganda galo! Isto era muita rijo, pá!


Ah ganda Crispim! A primeira ainda acertava sempre!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Objectivos

Todos temos, assumidos ou inconscientes, objectivos na vida. Uns mais fáceis de atingir, outros apenas sonhos impossíveis que mantemos pelo estímulo de imaginar uma realidade diferente daquela que nos traz o dia-a-dia. Entre os mais comuns, eleitos no top 5 de quase todos, ficam, não necessariamente por esta mesma ordem, casa própria, carro próprio, emprego estável, relação/núcleo familiar estável, saúde. Haverá também quem, mais pragmaticamente, resuma isto em 3 pontos: dinheiro, sorte e felicidade, o que, para mim, me parece uma abordagem saudável, desde que se mantenha tudo isto nas devidas proporções, já que ambicionar mais do que se pode ter leva rapidamente à insatisfação e assim nem se aproveita o que se tem. Há também sempre presente na maioria dos espíritos uma preocupação imensa e constante com bens materiais, consumo e dinheiro (mais concretamente com a falta dele) que acho absolutamente enervante e castradora... se virmos bem, há sempre quem tenha mais e melhor, mas também quem tenha menos e pior. É algo a que não podemos escapar. Podemos tentar lutar por mais, ambicionar o melhor, mas nem sempre isso será recompensado na devida proporção, o que não deve diminuir-nos a perspectiva de uma vida mais ou menos feliz. Por vezes, como tantas outras pessoas, não consigo escapar à vertigem de ambicionar o que não tenho ou não posso ter, o que vejo nos outros, o que me passa fora do alcance, o luxo e o fausto de estilos de vida que não posso ter e, em dias piores, olho para os items que tenho da lista dos objectivos e dou por mim insatisfeito com todos... e nem é por me relembrar que há quem tenha menos que a ideia se torna mais tolerável... Nesses dias é preciso um bom copo cheio de perspectiva fresquinha ou uma chapada de realidade na tromba para acordar para a vida em vez de ficar a mixordar (não sei se existe mas gosto muito da palavra) no que está fora do alcance. É por poder apreciar o que tenho, por viver o que posso, por ver que há um pássaro na mão em vez de olhar para os que passam a voar lá em cima... porque para esses... deixa-os pousar!! Para já a minha próxima meta é ir almoçar para saciar esta fome insana que me está a corroer por dentro... gosto de objectivos realistas.

terça-feira, setembro 18, 2007

Quem não gostava de ter um jogador assim?

Carta dos tiffosi milanistas a Rui Costa

«Sempre dissera: ‘Gostava de acabar a carreira no Benfica’. Rui Costa nunca escondeu de ninguém a vontade de pendurar as botas em casa. Em 2001, o fora-de-série aceitou vestir a camisola do AC Milan. Depois de sete anos na Fiorentina, Rui jogou cinco épocas como rossonero, vencendo uma Champions League, um Scudetto, uma Supertaça europeia, uma Supertaça italiana e uma Taça de Itália. Mas, sobretudo, o português deixou uma herança feita de paixão, emoções, assistências (mais de 50), números e classe. Os tiffosi do AC Milan seguiram-no e quiseram-no. E amaram-no do princípio ao fim. No entanto, Rui Costa não teve oportunidade de se despedir. Mas o mundo milanista está pronto a revê-lo e abraçá-lo. Terá outra camisola, o nosso Rui, mas as coisas, mesmo assim, não deixarão de estar muito nítidas. San Siro aguarda com ansiedade a hora de o ver novamente no relvado onde deu tudo durante cinco anos. A abraçar os seus antigos companheiros e amigos. Criado o mais escaldante ambiente rossonero, teremos toda a vontade de lhe dizer, mesmo que vestindo a pele do adversário: ‘Obrigado por tudo, Rui’.»

segunda-feira, setembro 17, 2007

Ik ben een... Amsterdamer!
















Amsterdão Estou fã! Uma aldeia do tamanho de uma cidade! Uma cidade com look de aldeia!

Os canais e os barcos, as bicicletas (conduzidas por psicopatas com tendências homicidas e de dedo colado à campaínha enquanto ziguezagueiam pela multidão de pedestres como se não houvesse amanhã), a conversa fácil, as fachadas cheias de janelas enormes e abertas para a rua, um povo bonito, as cores, os sons e os cheiros, o relax das coffee shops e a ostentação do red light district, os museus, os bares, a mistura internacional de pessoas que para lá convergem...

Esta é daquelas para regressar...

terça-feira, setembro 11, 2007

Amsterdam here I go!!


E cá vou eu... a caminho de terras de Sua Majestade a Rainha Beatrix Wilhelmina Armgard, Princess of the Netherlands, Princess of Orange-Nassau, Princess of Lippe-Biesterfeld (esta malta gosta dos títulos completos) por uns dias... para os devidos efeitos já decorei algumas das mais úteis frases em holandês: Ik begrijp het niet (não compreendo.); Waar is het toilet? (onde fica a casa de banho?); Doe dat maar, alstublieft (quero aquilo, por favor) e een mooie vrouw (uma mulher bonita!)... não necessariamente a utilizar por esta mesma ordem... volto em breve ou melhor: Spoedig achter ben!

segunda-feira, setembro 10, 2007

Chick habit - April March (death proof OST)



Estou completamente viciado nesta música...

Decisões decisões....

Aparentemente tomar decisões é fácil. Pomos os prós de um lado e os contras do outro. Depois é só ver para que lado cai a balança...

E, em algumas alturas, até pesámos tudo antes de conhecer tudo o que está nos pratos... depois, de repente, há um novo ingrediente, um extra mais denso que altera tudo. Ou então vem aquele medo de falhar na avaliação... Ou de nos vincularmos a uma escolha e perdermos todas as outras hipóteses. E, quando o cérebro já calculou tudo, surgem os imponderáveis, aquelas coisas com que não podemos contar, que não podemos conhecer mas que teimamos em pôr na equação.

Em tudo há um risco e só o medo nos mete estas coisas na cabeça, turvando uma decisão que parecia clara... E tão mais clara podia ser se ao menos algo pesasse mais ou outro algo pesasse menos... Decisões, decisões... não dá para evitá-las e esperar que alguém as tome por nós, confortavelmente sentado no sofá a jogar consola... É limpar a cabeça, pensar um pouco e decidir o melhor que conseguirmos, com a ajuda dos conselhos dos amigos e com um cheirinho de instinto a ajudar... O resto... o resto fica a cargo do tempo... sem remorsos, sem arrependimentos...

Consultório Sentimental do Prof. Catarse: O regresso

Desgosto de amor?
Amor não correspondido?
Paixão assolapada?
Caso no escritório?
Vontade de cometer um crime passional?
Escapadela com a vizinha/o?
Taras e manias que nem às paredes confessas?
Facadas no matrimónio?
Fartinha/o do conjuge?
Timidez ou falta de coragem para assumir?
Paixão que arde mais que os incêndios no verão, que consome mais que o meu carro às 6000 rpm, que queima mais que uma incineradora de uma cimenteira com resíduos perigosos?

Tudo isso e casos ainda mais estranhos (como felicidade conjugal, fidelidade, relações estáveis e duradouras) aqui no consultório online... O Prof., qual Liedson, resolve! Catarse garantida ou o seu dinheiro de volta. Consultas grátis. Sigilo garantido - garanto que todos os que não sabem ler português (e os que só sabem braille) e/ou que não conhecem o blog nunca saberão... a não ser que alguém lhes diga ou venda a informação... coisa que eu era incapaz de fazer... agora aquele Sampi ou as outras personalidades mais coscuvilheiras é que já não sei. Aceitamos inscrições anónimas desde que assinem a declaração de confidencialidade do blog, que, adianto, não temos e mesmo que tivéssemos não cumpríamos. Não deixe de passar pela loja onde poderá encontrar mezinhas, poções, filtros para todos os seus problemas; se não tivermos inventamos na hora baratinho!

E para quem acha que não tem problemas, é só escrever a pedir. Eu arranjo-os.
I'm listening... the doctor is in... é escrever, é escrever... O prof. responde a tudo!

VOGLIO UNA VITA COME STEVE MCQUEEN

Passam dez anos desde que nos víamos todos os dias e há dois não nos encontrávamos. Fizemos 1.800 quilómetros para te ver casar e cada metro de braseiro andaluz sem ar condicionado valeu a pena. O resumo do fim-de-semana faz-se com duas músicas das muitas dezenas que ouvi nos últimos quatro dias.
Ainda ouvimos a mesma canção.



Jarabe de Palo - El lado oscuro


E POI CI TROVEREMO COME LE STAR
A BERE DEL WHISKY AL ROXY BAR
O FORSE NON C'INCONTREREMO MAI
OGNUNO A RINCORRERE I SUOI GUAI
OGNUNO COL SUO VIAGGIO
OGNUNO DIVERSO
OGNUNO IN FONDO PERSO
DENTRO I CAZZI SUOI


Vasco Rossi - Vita Spericolata

domingo, setembro 09, 2007

Grémio Lisbonense

http://www.petitiononline.com/GREMIO/petition.html

Contra o despejo do Grémio Lisbonense, se ainda forem a tempo...

Gold digger Diplo Remix

The Sounds - Painted by numbers

Crónicas da bola sobre a esmeraldina relva

E vai Asdrúbal no seu estilo inconfundível, ou não, esperem, é Paneira, não, afinal é mesmo Asdrúbal, o Paneira já deve estar a fazer tijolo em algum lugar perdido dos confins do mundo há muito tempo.... Asdrúbal segue com a redonda colada ao pé, cabeça levantada, e encara de frente o opositor que lhe surge de repente ao caminho, Torcato, no seu estilo muito físico, tentando o desarme por esmagamento que lhe é tão característico, Asdrúbal furta-se ao primeiro contacto com um primor técnico indescritível e segue em frente, velocíssimo. E eis que lhe surge novo oponente. É Torcato novamente e desta vez tenta a sua segunda melhor arma, o desarme por asfixia. Asdrúbal escapa-lhe mais uma vez e cruza a divisória do meio campo enfrentando novo jogador. Pasme-se, é Torcato!, que executa agora uma técnica de amputação dos membros inferiores e/ou perfuração do baço a que Asdrúbal se esquiva com um movimento acrobático, mantendo a posse de bola. Já com a grande área à vista, resta um outro jogador para ultrapassar, que é... é... é... Torcato, pois então, desta vez determinado em acabar com a jogada, ou melhor, em acabar com Asdrúbal primeiro e, se der, com a jogada. Tenta electrocussão, traumatismo, queimadura, enfim, tudo o que há na lista e mais uns da sua própria lavra, certamente proibidos pela convenção de genebra ainda que apenas puníveis com cartão amarelo ou admoestação verbal, dependendo do rigor do arbitro e de quanta "fruta" recebeu no dia anterior. A coisa não parece boa para Asdrúbal que subitamente se apercebe que a bola que julgava levar junto ao pé é afinal a cabeça do seu colega Rodolfo que tinha sido decapitado logo no início do jogo ao tentar interceptar com a cabeça um lançamento de linha lateral fraco de Torcato. Regressando ao lance anterior, Asdrúbal, em choque com a sua descoberta, hesita em reviengar a carola do seu amigo, hesitação essa que lhe sai cara, embatendo violentamente contra os pitons de alumínio de Torcato, o que até nem foi mau porque o alumínio até é só um metal ao passo que o material de que é feito Torcato é ainda uma incógnita para a ciência, estando em equação ser usado pela NASA para substituir a cobertura do vaivém que viajará ao interior do Sol. Os efeitos do choque, comparável ao do meteoro que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de anos e que se teoriza ainda que poderá ter sido apenas Torcato a levantar-se da cama um pouco mais bruscamente, serão omitidos em nome do pudor e por falta de adjectivos suficientemente descritivos ainda que manuais de anatomia e talhantes tenham sido consultados para o efeito. Conquistada a meloa, Torcato sai a jogar mas tropeça na língua de Rodolfo e tomba no relvado com uma magnitude de 36,8 na escala de Ritcher.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Machistas - Porque ainda os há!, se calhar escondidos atrás de uma touca enquanto põem creme hidratante e se depilam mas...

A Associação Nacional Dos Amadores Machistas Saudosos, Esclavagistas, Chauvinistas, Assolapados, Acostumados No Testado, Estudado, Saudoso, Quimerico Estado Levemente Sadico, Mas Ainda Usual (ANDA MAS É CÁ ANTES QUE LEVES, MAU), que se dedica à manutenção dos costumes dos homens de outrora, em que voto, condução, carreira e mulher só cabiam na mesma frase do seguinte modo:

Faço votos para que te estejas a conduzir para o quarto ou para a cozinha senão meto-te já na carreira para o Burundi, mulher.

Vem deste modo comunicar que estudos recentes publicados em revistas internacionais de grande prestígio, como a Playboy, provam finalmente a correlação directa entre o uso de silicone, lingerie e fardas de enfermeira, criada francesa, etc e o aumento da inteligência nas mulheres. Algumas das cobaias, perdão, coelhas, perdão, testadas chegaram mesmo a conseguir construir um discurso coerente em que respondiam a questões complexas como signo, hobbies, idade e preferências sexuais.

Veja-se o caso da Miss Setembro que conseguiu dizer que era Sagitário, tinha 21 anos, gostava de massagens e de fazer amor em praias desertas enquanto era fotografada vestindo um trapinho semi transparente de renda em poses anatomicamente pouco naturais.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Mosquitos - Boombox

contos curtos sobre nada III: Um hobby

Pela calada, sorrateiro, invisível nas sombras, aguardava vigilante. A emoção da caçada, embora não fosse a primeira, continuava a estimulá-lo. Mais do que isso; permitia-lhe suportar todo o resto do dia seguinte. Só de pensar nisso bocejou, antecipando o tédio e a monotonia que iria seguramente experimentar em mais um longo e aborrecido dia de trabalho. As vantagens de estar empregado naquele emprego banal neste momento escapavam-se-lhe da mente. Teve de se esforçar para recuperar a ideia que somente mantendo um exterior de normalidade, ou pelo menos de saudável excentricidade, lhe seria permitido continuar aquilo que verdadeiramente fazia o seu coração continuar a bater. Era esse o segredo. Isso e infelizmente nunca poder assumir perante ninguém as atrocidades que cometia quando estava na pele do seu alter ego. Uma pena, pensou, mas de todo necessário. Apesar de todos os livros e filmes de psicopatas que glorificavam a psicopatia dos mega-vilões geniais do crime e da violência ser hoje, mais do que nunca, graficamente atraente, sabia que não era nenhum actor. Não representava para ninguém, não tinha público nem fans, não ansiava por aplausos ou compreensão, pensou enquanto saltava de trás da árvore onde estava emboscado, rasgando silenciosamente a garganta do transeunte que passeava insuspeito. Encostou o cadáver, que estranhamente parecia sorrir de orelha a orelha, a um caixote do lixo, e, limpando a lâmina da sua faca de cozinha IKEA com um lenço de papel e mudando de música no leitor de mp3 para algo mais alegre, continuou lentamente pela rua fora, imerso em cogitações. Gostava um dia, de poder despejar o que lhe ia no âmago, não pela catarse nem por querer ser detido. Era mais pela conversa. O tema agradava-lhe bastante e era tão difícil encontrar alguém para discutir a parte técnica, a parte artística, os melhores métodos, o que fazer quando as coisas não correm bem, etc... "Olá, boa noite, como está?", comprimentou de passagem um vizinho conhecido que lhe acenou familiarmente de volta. Já em casa abriu o frigorífico, tirou uma embalagem de sumo e anotou mentalmente que precisava de ir ao Pingo Doce. Durante algum tempo alimentou esperanças de encontrar um chat ou um fórum sms sobre o assunto onde participar ou mesmo escrever num blog mas depois desiludiu-se com o que encontrou e dedicou-se às danças de salão.

Ratatouille

Há dias em que desenhos animados fazem todo o sentido... e este foi um deles. O encanto do retorno à inocência dos primeiros anos... A trama simples de seguir... O apelo das cores e do riso... A moral da história... E, claro, o final feliz que todos queremos vir a ter...



Fica ainda o que, para mim, foi a melhor parte de um filme de desenhos animados, surpreendentemente cheio de mensagens coerentes enquanto vemos um rato cozinhar: o discurso de Ego, o crítico! Resta acrescentar que fiquei cheio de fome e vontade de experimentar umas coisas na cozinha.

"ln many ways, the work of a critic is easy. We risk very little yet enjoy a position over those who offer up their work and their selves to our judgment. We thrive on negative criticism, which is fun to write and to read. But the bitter truth we critics must face is that, in the grand scheme of things, the average piece of junk is more meaningful than our criticism designating it so. But there are times when a critic truly risks something, and that is in the discovery and defense of the new. Last night, I experienced something new, an extraordinary meal from a singularly unexpected source. To say that both the meal and its maker have challenged my preconceptions is a gross understatement. They have rocked me to my core. In the past, I have made no secret of my disdain for Chef Gusteau's famous motto: Anyone can cook. But I realize that only now do I truly understand what he meant. Not everyone can become a great artist, but a great artist can come from anywhere. It is difficult to imagine more humble origins than those of the genius now cooking at Gusteau's, who is, in this critic's opinion, nothing less than the finest chef in France. I will be returning to Gusteau's soon, hungry for more."

terça-feira, setembro 04, 2007

Espectativas, desilusões e surpresas...

Apesar do enorme esforço que todos pomos para ter os pés no chão, é impossível conter a imaginação que nos leva a criar expectativas, sonhos e ambições. Algumas mais fáceis de concretizar, outras nem por isso. E é das segundas que nascem as desilusões, a tristeza de não conseguirmos o que queríamos quando já só pensamos nisso como um dado adquirido. Voar alto demais, já dizia a fábula de Ícaro, acarreta graves consequências (vulgo esparramarmo-nos no chão) mas, para mim, pior será sempre não sonhar, não querer, não voar... É quase como calçar uns sapatinhos de cimento, vestir um sobretudo de pinho e saltar para o rio. Nem se trata de ambição desmedida ou de objectivos completamente loucos e irrealizáveis, tipo ser o Rei de Copas ou ir aos Jogos Olímpicos pela selecção nacional de berlinde em terra batida, mas apenas de lutar por algo um nadinha além do horizonte. E se não pusermos tudo nessa luta de que vale tentar? A desilusão é o pior que nos aguarda no final desse caminho. Vá, seja, às vezes também podemos acabar tristes, endividados, estropiados, deprimidos, loucos, mortos ou todas as anteriores e mais ainda. Mas, no outro trilho, naquele que se contenta com o que está perto, fica o peso de não saber o que é o doce sabor do sucesso que parecia impossível, de não conhecer a alegria da conquista do objectivo desejado, fica uma vida amorfa e sensaborona. E para sair do poço onde a derrota nos deixa por vezes, nada melhor que a insustentável leveza do ser e embarcar noutros sonhos que nos fazem subir de novo para as nuvens! If at first you don't succeed, try and try again... ou numa versão cínico-psicótica, que não me desagrada de todo, "If at first you don't succeed...Go postal and shoot the crap outta everything!" AHAHAHAHAHAHAH... BANG BANG BANG BANG!!

E para banda sonora (há para aí malta que já escreveu músicas para tudo o que é situações... tipo a Vonda Sheppard da Allie McBeal que, apesar de ainda não ter encontrado, é bem capaz de já ter escrito uma cançoneta para aqueles dias em que acordamos ensonados, batemos com o dedo mindinho do pé esquerdo na esquina da cama, o esquentador falha e só dá àgua fria, o carro não pega, tudo isto com um refrão enternecedor sobre a prosaicidade da vida do dia-a-dia acompanhado ao piano):


Smiths - Please, Please, Please, Let Me Get What I Want


Good times for a change
See, the luck I've had

Can make a good man

Turn bad

So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want
This time
Haven't had a dream in a long time

See, the life I've had

Can make a good man bad

So for once in my life
Let me get what I want

Lord knows, it would be the first time Lord knows, it would be the first time


Ou então esta, um pouco mais down:

Cure - To Wish Impossible Things



Remember how it used to be
When the sun would fill up the sky
Remember how we used to feel
Those days would never end
Those days would never end

Remember how it used to be
When the stars would fill the sky
Remember how we used to dream
Those nights would never end
Those nights would never end

It was the sweetness of your skin
It was the hope of all we might have been
That fills me with the hope to wish
Impossible things

But now the sun shines cold
And all the sky is grey
The stars are dimmed by clouds and tears
And all I wish
Is gone away
All I wish
Is gone away

All I wish
Is gone away

Escondidas Metafísicas (à falta de melhor nome)

Regras do jogo:
Para ser jogado em grupo por não menos de três jogadores.
Um dos jogadores, rotativamente entre os participantes, pensa num local físico bem definido para se esconder, sem limites de espaço ou tempo. Ou seja, dentro do universo real ou ficcional (incluindo filmes, livros, pinturas, esculturas e música) e no passado, presente ou futuro. O tamanho do jogador pode variar, desde que este mantenha uma existência material, de angstrons a parsecs. Exige-se, é claro, alguma honestidade para manter o lugar do esconderijo e capacidade para responder às perguntas colocadas, o que implica um conhecimento razoável do local onde se escondeu. O objectivo é encontrar o desaparecido com perguntas de resposta "sim" ou "não" no menor número de questões colocadas alternadamente pelos restantes jogadores. Uma vez encontrado (ou desistindo os perseguidores) calha a vez ao próximo.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa!

Ou, nas sábias palavras do filósofo, "Anyone who denies the law of non-contradiction should be beaten and burned until he admits that to be beaten is not the same as not to be beaten, and to be burned is not the same as not to be burned." [Avicenna]], Medieval Philosopher).


Isto é que é... filosofia medieval! Coisa de duros! Não há lirismos ou debates cinzentos intermináveis. Pancadaria e fogo primeiro, diálogo depois. E isto para não falar na navalha do Occam e no Princípio da explosão...

segunda-feira, setembro 03, 2007

Família Superstar

Muito bom. E agora a versão "em tudo amar e servir".


Já vos disse

que o Rui Costa é o melhor jogador do mundo?

Intuição

Avaliar pessoas é, provavelmente, uma das coisas mais complicadas que podemos tentar fazer mas que, no entanto, necessitamos e fazemos todos os dias. A dificuldade reside em vários factores. Porque mostramos quase sempre uma face adaptada ao ambiente em que estamos, o que faz com que, se basearmos a nossa avaliação no que conhecemos de uma situação apenas esta possa ficar incompleta ou mesmo errada. Porque à vista fica, também na maioria das vezes, um lado mais agradável, mais suave, mais polido para facilitar as interacções sociais. Porque há casos em que mostramos propositadamente uma outra face, ilusória, com algum objectivo em vista. Ainda assim, mesmo com tudo isto, é possível ver para além do óbvio e conhecer verdadeiramente alguém e nem acho que seja necessário muito tempo para o fazer (um tipo qualquer escreveu um livro relativamente engraçado sobre estas coisas - Blink). Claro que algumas pessoas são mais complexas que outras mas basta fazê-lo com atenção e na altura certa, nas circunstâncias certas, que o "eu" verdadeiro sai para a luz do dia. A análise pode nem ser consciente, muitas vezes não o é, mas permite descobrir se podemos confiar em alguém, se gostamos ou não de alguém, as suas qualidades e os seus defeitos. É uma espécie de instinto, de conhecimento subconsciente. Mais pormenores aparecem com mais tempo, alguns importantes, outros nem por isso, mas o essencial revela-se rapidamente. Também é verdade que, uma vez conquistado o afecto, a amizade, a confiança, é possível deitar tudo a perder com atitudes irreflectidas. Porque as pessoas cometem erros, e, nesse caso, às vezes é possível perdoar. Porque as pessoas mudam com o tempo, o que é geralmente bom porque evita que estagnem no passado, só que, às vezes, mudam para algo que já não faz sentido. Ou porque a avaliação foi mal feita de início. Ou porque só vemos o que queremos ver. Porque não somos compatíveis com toda a gente. Está tudo no subconsciente, no instinto... esperemos apenas que não seja um instinto fatal; os picadores de gelo são tramados.

Num tema relacionado, este fim de semana revi vários amigos, daqueles de há muito tempo, num casamento. Uns estavam na mesma, outros diferentes mas retendo a essência e outros são agora perfeitos estranhos para mim. Mais gordos, mais magros, mais carecas, mais grisalhos, mais casados, mais pais, mais cinzentos... havia de tudo e deu tempo para contar histórias, actualizar detalhes, comparar estilos de vida, matar saudades, conversar, rir, aparvalhar... Foi bom! Muito bom!

domingo, setembro 02, 2007

Live until I die



I'm gonna live till I die!  I'm gonna laugh 'stead of cry,
I'm gonna take the town and turn it upside down,
I'm gonna live, live, live until I die.
They're gonna say "What a guy!" I'm gonna play for the sky.
Ain't gonna miss a thing, I'm gonna have my fling,
I'm gonna live, live, live until I die.
The blues I lay low, I'll make them stay low,
They'll never trail over my head.
I'll be a devil, till I'm an angel, but until then.
Hallelujah, gonna dance, gonna fly, I'll take a chance riding high,
Before my number's up, I'm gonna fill my cup,
I'm gonna live, live, live, until I die!
The blues I lay low

Há um dia em que a arrogância natural da juventude desaparece. Para a geração que hoje tem 50/60 anos e, que actualmente assume os principais cargos do poder institucional em Portugal, esse momento foi a guerra colonial. Andava um tipo descansado da vida, a passarinhar entre o liceu, as escolas comerciais, e o salto para França, quando um dia, era obrigado a bater com os costados num país longínquo, em nome de uma pátria que tresandava a derrota. Era então que a morte, o estropiamento ou a loucura, por carta, ou na pele, reenquadravam as perspectivas e, criaram o desejo de mudar. Houve uma revolução. Hoje, a arrogância da juventude perde-se mais tarde. Tira-se um curso superior e, é ao desemprego que cabe a doce tarefa do reenquadramento. Tens 25 anos, um estilo do caraças e não podes desejar nada. Não tens futuro. Não tens trabalho seguro. Tens de passar por estágios gratuitos. A guerra colonial da geração que hoje tem 25 / 30 anos é o desemprego, o trabalho gratuito, não qualificado, e não pago. Falta a revolução.