terça-feira, maio 31, 2005

Sei de um anão que pensa que sim. Porque é anão. Porque é anão pensa que sim, podia pensar que não, mas assim não seria anão, seria assim. Sei de um assim que pensa que não. Porque é assim. Porque é assim pensa que não. Sei de um tipo que escrevia cartas circulares, veio um lençol e perguntou-lhe pelos ofícios. As artes, os saberes e os sabores. Um dia chegou... esse mesmo. Esse "um dia".

Não nos processem, é só na palhaçada!


 

(recebido por e-mail)

Três frases sobre perdão (ou o tema bloguítico do momento)

"Consigo perdoar a um homem, mas não por palavras; Perdoarei um homem que prove, pelos seus actos, que já não é aquilo que foi."
Primo Levi

«Pedimos perdão e somos capazes de o dizer sem embaraço perante os outros. Mas temos uma séria dificuldade em dizer o quê e quem perdoamos. Dar perdão profundo, apagando todo o vestígio de ressentimento, é talvez o mais exigente dos gestos diante da experiência da dor e da ofensa. A sua dificuldade é a expressão do nosso fechamento.»
palombellarossa.blogspot.com

"(...) porque quem não pede perdão/ não é nunca perdoado."
Vinicius de Moraes e Tom Jobim

Com agradecimentos ao Mar Salgado, Mercuriocromo e Bomba Inteligente, respectivamente.

segunda-feira, maio 30, 2005

NON, ou a útil glória de votar

Crise na Europa; Descontentamento com o governo; Rejeição da Turquia; Medo da China; Cepticismo em relação à Europa.

Procuram-se mil razões rebuscadas para o NÃO francês à Constituição Europeia, mas a explicação, afinal, está tão perto. Está aqui:

Andei por França, nos debates pelo OUI de 23 a 26 deste mês.

quinta-feira, maio 26, 2005

as aventuras de João Deão

Quando ela lhe perguntou se tinha preservativos ele corou. De raiva não de vergonha. Durante toda a tarde adiara a compra dos ditos para logo que saísse de casa depois do jantar. Mas esse jantar de quarta-feira terminou com o pai a chamar-lhe inútil. E isso teve duas consequências que lhe marcariam a vida: nunca mais voltar a casa e esquecer-se de cumprir o que toda a tarde planeara. "Não, esqueci-me". "E agora?" perguntou ela. Por mim, que se lixe-pensou. Porém disse: "vou comprar, demoro dois minutos". Vestiu as calças, ajeitou a camisa e escada abaixo. Porta da rua. Cruz verde ao fundo. Passo rápido. Olhar focalizado nos neons.

quarta-feira, maio 25, 2005

Feito a lápis de cor

Já não te lia há tanto tempo. (Não, os meios modernos de escrita não contam.) Já não te lia mesmo há muito tempo. Já tinha saudades (e nem sabia...) dessa escrita fechada, densa e, ao mesmo tempo, harmoniosa. Dessa escrita em que os parágrafos em que te mostras têm pouco de ti e em que nos outros, quando te escondes, posso apostar que estás inteira. Reconheci o teu texto, a tua forma de escrever, como se reconhece um cheiro importante que não se cheira há vinte anos.

Acredito que as pessoas deveriam estar distribuídas pelas casas do mundo segundo um critério de afinidade. Sonho com uma vida num bairro em que os meus vizinhos são os meus amigos e pessoas com quem gosto de estar e falar. Há milhares de pessoas no mundo que, neste preciso momento, discutem se nos supermercados os jornais devem estar ao lado dos livros ou ao lado dos croissants. Querem saber se leio notícias como quem lê um romance ou se passo os olhos pelas páginas enquanto tomo o pequeno-almoço? Por mim, ponham os jornais ao pé do papel higiénico! Por que é que não se preocupam antes com quem mora no 2.º esquerdo, ali bem ao lado do meu 2.º direito?

Se alguém o fizesse, se alguém o tivesse feito bem, o meu apartamento, estritamente à medida das minhas necessidades, seria geminado com a tua vivenda espaçosa, com jardim e cão aos saltos. Falaríamos todos os dias, tu mostravas-me as coisas que escreves e eu nunca teria estado tanto tempo sem te ler.

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

segunda-feira, maio 23, 2005

O que faz um ministro das finanças?

"O défice público em Portugal é de 6,83 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), disse hoje o ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, no final da reunião com o governador do Banco de Portugal, que entregou ao Governo um relatório sobre a situação financeira do país.

O ministro reconheceu que o valor apresentado hoje pela comissão liderada por Vítor Constâncio está acima do que esperava,..."


O ministro das finanças, em exercício há vários meses, é surpreendido pelo valor do défice... Se o ministro não tem obrigação de saber o valor do défice,tem obrigação de saber o quê?

Frase do dia

Em França, os Campos Elísios encheram-se de camisolas vermelhas.

Noticiário da RTP-N

A puta da loucura

quinta-feira, maio 19, 2005

A minha verdade do dia

A sede de vingança é o maior sinal de fraqueza que conheço.

João Manuel


Está tudo escrito aqui.

Europa

Não resisto a publicar uma frase de um mail que recebi hoje de um amigo inglês. Sem mais comentários.

It is the FA cup Saturday, and Eurovision song contest. The UK are not politically very popular at the moment so I don't think we will receive many points, except from Malta, unless beautiful women wearing not much clothes gets a few votes.

quarta-feira, maio 18, 2005

O post não é uma desculpa para publicar a fotografia

I'm cursed by a functional family. O filme nem é nada de especial, mas a frase não me sai da cabeça. I'm cursed by a functional family. A menina da foto (por acaso no muito melhor "Canção de amor para Bobby Long") sentia-se amaldiçoada por ter crescido numa família funcional. Nem imagino quanto é que cada um de nós dava por tal maldição. O que me preocupa é achar que percebo o que significa a frase. O que me preocupa é que quase lhe dou razão.

Se

este governo tiver suficiente falta de vergonha na cara para aumentar impostos em vez de diminuir despesas, não voltarei a escrever uma linha sobre Portugal, porque Portugal, para mim, terá acabado.

terça-feira, maio 17, 2005

o que se segue

Por razões várias vou misturar Nietzsche com a teoria das super cordas. Porque me apetece: vou deixar aqui as principais ideias.

Descubra as diferenças entre o respeito a que se dão duas instituições

Há meia dúzia de anos, numa visita à Catedral de Milão, foi-me explicado que lá existiam nove órgãos, mas que um deles nunca tinha sido tocado. O instrumento foi oferecido à Catedral por Benito Mussolini eo s responsáveis da Igreja, apesar de terem entendido que não poderiam recusar uma oferta do chefe de Estado, não quiseram deixar de vincar o seu protesto face ao comportamento do Duce, não dando uso ao presente.

Recebi hoje um folheto promocional do Forum Europa-Portugal, organizado pela eurodeputada Jamila Madeira e que terá lugar hoje à tarde na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Entre os oradores, destaca-se esse vulto da sabedoria Coimbrã que é o também eurodeputado Fausto Correia.




 

segunda-feira, maio 16, 2005

O chavão do século XXI

Durante os próximos anos seremos bombardeados com a expressão "dumping social". É o medo do gigante chinês que chega e o "dumping social" é a pedra que temos mais à mão.

Será que os portugueses nos contentores dos arredores de Paris não viviam em dumping social?

O Benfica

rouba-me anos de vida.

quinta-feira, maio 12, 2005

Uma manhã portuguesa, com certeza

Chego à empresa e não tenho internet. Já não tinha quando saí ontem. A empresa para que trabalho arrenda instalações a outra empresa, a quem pertence a casa, a rede informática e a ligação à internet. Como medida de redução de custos, a empresa dona da casa despediu a sua única funcionária e não tem ninguém a trabalhar que possa resolver o problema.
Pego no telefone e, como já conheço os serviços de apoio a clientes da Netcabo, não ligo para lá. Ligo para o informático da empresa, que assegura que só a Netcabo me pode ajudar: o problema é deles.
Pego na factura da Netcabo e ligo para o número de apoio a clientes que aparece no rosto da factura. Atende-me uma menina que me diz, imediatamente, que a Netcabo tem o sistema informático avariado e que, não podendo confirmar se sou cliente ou não, a Netcabo se recusa a ajudar-me. Pergunto o nome à menina e peço para falar com o superior hierárquico. Aparece-me outra menina que me diz, sem grande educação, que liguei para o número errado e que, por isso, a discussão não tem sentido: esqueço-me sempre que, no verso da factura da TV Cabo, no fundo da página, em letras não muito grandes, se indica que o apoio a clientes Netcabo é feito por outro número. Agradeço, sem preocupação de ser educado.
Ligo o novo número. Nova menina. Afinal há sistema informático. Dou o número de cliente. Nada feito. Sou cliente empresarial. Através daquela linha não me podem ajudar. Tenho que ligar outro número. Este nem vem na factura que vem para a empresa. Irrito-me, grito, esperneio, chamo-lhe incompetente e apetece-me chamar-lhe coisas piores. Não peço para falar com ninguém, não pergunto o número dos clientes empresariais. Grito "IMCOMPETENTES, IMCOMPETENTES, INCOMPETENTES!!! VOCÊS SÃO TODOS UNS INCOMPETENTES!" e desligo-lhe o telefone na cara.

São 11 da manhã. Ainda não tenho internet. Desligo o cable modem, desligo o router, volto a ligar tudo. Desligo tudo, desligo o computador e volto a ligar. Por todas as ordens possíveis. Verifico se os cabos estão bem ligados. Não sei o que fazer. Às onze e meia, como por milagre, a terceira luz do cable modem acende. Se um qualquer técnico da TV Cabo quisesse ter confiado que eu sou cliente, o meu dia teria mais duas horas.

A irritação passou com o fim do telefonema. Já com internet penso que a culpa não é da Kátia Alves, nem da Josefina Ladeira nem da Sandra Silvestre. Se eu ganhasse o salário mínimo e soubesse que me iriam dispensar no fim do contrato para contratarem outra, de maneira a nunca terem funcionários com vínculo definitivo, preocupava-me com os clientes da minha empresa? Claro que não! Se a Kátia, a Josefina e a Sandra fossem bem tratadas pela sua empresa, se os patrões delas soubessem como é viver com um salário mínimo em Portugal, se tivessem nascido num país civilizado, se os pais não lhes tivessem chamado Kátia e Josefina... tantos ses que podiam ter melhorado a vida delas e o meu dia. Mas a culpa não é delas. A culpa não é dos donos da ligação à internet que despediram a pessoa que tratava do assunto para reduzir custos, mas mantêm a empresa aberta sem ninguém a trabalhar nela. A culpa é minha, que ainda me chateio, que não faço como elas... O que é que me interessa a mim? Por que é que eu me chateio?

Dedicada aos políticos portugueses

no activo, em Portugal ou nas instituições europeias, e também aos pretendentes a políticos.

Boato que é d'homem

Em Itália corre o boato de que o vice-primeiro-ministro Gianfranco Fini tem um caso a ministra Stefania Prestigiacomo (os dois na foto).
Há países em que os boatos sobre os políticos são dignos de machos. Outros há que nem essa dignidade conseguem manter...

terça-feira, maio 10, 2005

Benfiquista procura consultor informático

Tenho um problema com o corrector ortográfico do Word. Cada vez que escrevo "Benfica campeão", ele pergunta-me: "Tem a certeza que quer manter as duas palavras juntas?" Clico no "Sim" e o computador continua: "Um momento. A instalar o Word 1.0, versão 93/94." Alguém me ajuda?

(recebido por e-mail)

segunda-feira, maio 09, 2005

Burning my fuse up here


And I think it's gonna be a long long time
Till touch down brings me round again to find
I'm not the man they think I am at home
Oh no no no I'm a rocket man
Rocket man burning out his fuse up here alone

Crise lamentável

Crise lamentável no PSD. O rebanho está perdido. Cada uma das ovelhas está perdida. Cada uma das mémés para quem Nogueira era símbolo de estadista, Durão um político inteligente, Santana o homem certo no lugar certo e Marques Mendes é o varredor que limpará o partido da porcaria que os três anteriores fizeram, está agora sem saber quem será o líder do PSD quando Marques Mendes sair antes das próximas legislativas.
É lamentável que um partido chegue à situação em que não há nenhum medíocre credível, ainda mais medíocre que o actual medíocre, que possa dar continuidade à mediocridade instalada.

sexta-feira, maio 06, 2005

pergunta

Num supermercado, qual é o produto que custa menos dinheiro?




Ps. nunca dei graxa aos sapatos que uso. Assumo, consciente, que a pomada preta abrilhantadora apenas tem uma utilidade: libertar um delicioso cheiro. Assim: não dou graxa aos sapatos porque não uso perfume.

quinta-feira, maio 05, 2005

Here we go again?

Depois de dois meses de bom silêncio, tivemos dois dias a fazerem lembrar o governo anterior:
O Ministro da Saúde e o Primeiro-ministro contradizem-se a propósito do Hospital do Algarve.
O Ministro da Economia, seguindo os passos de Durão Barroso, anuncia descida de preços da electricidade para os grandes clientes, aparentemente sem ter ainda o acordo da ERSE, que é quem define os preços da energia eléctrica. Vamos ver se aí vem, nos próximos dias, mais uma entrevista do Presidente da Entidade Reguladora a explicar ao Ministro que não é bem assim...

preços das coisas

Quanto custa um copo de vinho numa tasca?
ajudas:
o vinho é corrente, e o copo é de três.
hipóteses:
a) 80 centimos
b) 20 centimos
c) se acha que é barato beba-o de borda.

quarta-feira, maio 04, 2005

E para o Reitor não vai nada, nada, nada... NADA!!!!!

O Reitor da Universidade de Coimbra (Magnífico ou não) faz publicar hoje no Diário de Coimbra (pago por quem?) um anúncio onde, emocionadamente, se queixa de não ter sido convidado pela Associação Académica para participar nas actividades da Queima das Fitas de 2005.

Em Portugal vivemos um eterno problema de falta de clientes (não confundir com o de excesso de clientelas). Os clientes dos serviços públicos são sempre os errados. Os professores (e não os alunos) são os clientes das escolas. Os médicos (e não os utentes) são os clientes dos hospitais. Enquanto assim for, não há esperança para saúde e educação em Portugal.

Nas Universidades devem mandar o Ministério e os alunos. Enquanto forem os Professores a mandar, resta aos alunos da Universidade de Coimbra porem o Reitor no seu devido lugar, sempre que puderem. Podem chamar-lhes mal-educados. Mas como os que lhes chamam isso são os mesmos que antes de acederem à burguesia doutoral faziam o mesmo, não faz mal nenhum.

Pode até ser que o Reitor, não tendo que vestir o smoking para abrir o baile de gala, dedique esta semana da Queima a contratar os funcionários que a Universidade tem ILEGALMENTE a recibo verde.

Aviso

275 gramas de queijo fatiado custa o dobro que 450 gramas, do mesmo queijo inteiro. 2,50 e 1,87 euros respectivamente.

terça-feira, maio 03, 2005

assim...

"j'aime du cinéma parce que il oblige d'élever la tête"

segunda-feira, maio 02, 2005

Perguntita

qual dos seguintes produtos é o mais barato:
um garrafa de água de litro e meio
um pacote de leite magro
ou
um garrafa de cerveja?

Fim-de-semana bom

Melhor do que dia longe de tudo com amigos, só um dia longe de tudo com amigos e com uma sessão de hits dos 90s!