quarta-feira, setembro 22, 2004

SM.O


A questão do serviço militar obrigatório sempre me fez pesar dois argumentos contrários. Por um lado, recuso que alguém se tenha de submeter a ordens de superiores, por outro lado reconheço o valor, que do ponto de vista político tem o facto de as forças armadas serem formadas por populares.
Consciente de que neste caso não é possível uma conciliação, decidi-me por defender o fim do serviço militar obrigatório, escolhendo como mais importante o primeiro argumento. Assim, saúdo o trabalho do governo e critico as posições do PCP, que embora o esconda da opinião pública e especialmente dos mais jovens, defende a continuação do S.M.O.
O fim do S.M.O é um objectivo politico que a esquerda nunca conseguiria realizar, pois a esquerda teria muita dificuldade em pôr de lado o acervo do 25 de Abril, uma revolução só realizada porque que os militares eram o povo, e esquecer o chavão (verdadeiro aliás) de que o poder está na ponta do fusil.
Agora que as espingardas serão manejadas por quem é pago para isso, é necessário, para evitar que suceda o que acontece todos os dias no Sudão, que se defenda a extinção pura e simples do exercito português.
Um exército serve para matar gente. È para isso que serve. Para matar. Depois de agradecer à direita como agradeci, pela extinção do S.M.O gostava de lhe perguntar como é que se pode ser contra a I.V.G e continuar a querer um exército que só serve para matar. Como é que se pode dizer que a vida é um valor absoluto e pagar a homens para matar? A resposta transpira da pergunta: A vida não é um valor absoluto: para a I.V.G é, para manter um exército não é.

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