quinta-feira, setembro 02, 2004

Plano



Um homicídio não é coisa sem importância. Mais que o resultado, importa o processo. Equilíbrio, estética e ironia pautaram sempre a carreira de Matilde como assassina profissional. Ao cabo de 30 anos no ramo da morte a soldo, estava decidida a fazer deste o seu último trabalho: dar um sumiço a um juiz corrupto. Ia marcá-lo com Código Penal anotadíssimo. Um calhamaço denso, incompreensível e injusto. Foi enquanto despachava sozinho no gabinete, que 4 quilos de papel lhe partiram a espinha que nunca teve. Matilde tomou o resto do chá morno e partiu para a Florida.

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