Fazem por amor aos Homens, não por medo de deus
Eu vou elogiar o mais publicamente que consigo, as três raparigas franzinas que todos os dias vão ao fundo dos fundos com coletes reflectores. São três: Teresa, Maria e Sofia. Magras e frágeis, vivazes e despachadas. Chegam por volta das 10.00 da manhã, onde as pústulas infectadas de pus podre, cobrem as costas, as caras magras e os membros mirrados. Depois sentam-se e conversam com os moribundos. Estes, vaidosos de terem a conversar com eles tão distintas raparigas, adoptam as poses de engate que há muito esqueceram. Mas há trabalho a ser feito e as seringas que as três raparigas estão aqui para trocar já começaram a cair na caixa florescente. Uma atrás da outra. E é preciso ir buscar outra caixa e mais outra. E outra. São 13:00. O sol está a pique e as raparigas não transpiram uma gota, algures num restaurante a tresandar a fritos um homem apopléctico, com a camisa empapada em transpiração pede mais um copo de tinto quente.
- Adeus, António, José e Manuel. Amanhã cá estaremos outra vez, um pouco mais cedo que a Teresa tem de um exame da parte da tarde.
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