Casar no Verão
É uma bela ideia casar no Verão. Especialmente num país com clima ameno como Portugal. Este fim-de-semana realizaram-se centenas de casamentos neste país. Ao sol 45 graus. À sombra 39. Em pé, nos aperitivos e na cerimónia, os fatos cinzentos (felizmente o colete saiu de moda), a gravata que aperta o pescoço e a camisa molhada de centenas de homens fazem furor. Sussurram-se piadas que envolvem os sovacos do José António Camacho e pedem-se gin tónicos. O suor escorre pelas caras. As mulheres tentam equilibrar-se nos seus saltos. Chega a hora do repasto e os homens rendem-se ao calor: tiram os casacos, arregaçam as mangas da camisa, desapertam o primeiro botão. Aos poucos o ar condicionado ajuda a secar as camisas. Felizmente não cheira. Pelo menos na minha mesa. Com a noite não vem o fresco e se as figuras masculinas vão estando cada vez menos arranjadas, as mulheres cambaleiam cada vez mais e uma em cada três frases serve para se queixarem dos pés e da maldita hora em que se decidiram pelos saltos altos.
Ao fim do dia, na varanda com vista para o jardim, penso que me diverti, que a festa foi bonita, que foi um belo dia para todos e que somos eternamente estúpidos. Ou um dia iremos perceber o que é importante?
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