terça-feira, julho 20, 2004

a ceifeira I

A civilização aprendeu a esconder a morte. A vedá-la para que não extravase para o dia-a-dia. Porque o dia-a-dia, senhores, o dia-a-dia não suporta o olhar de um moribundo. Não há campanha de preços de telemóveis, promoções de supermercado, discursos políticos ou intenções sofisticadas que aguentem o olhar profundo de quem apenas espera. A morte. E os moribundos somos todos pois não há vivo que não morra.

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