terça-feira, abril 29, 2008

O apelo...

...da paternidade acaba, mais cedo ou mais tarde, por se fazer sentir. Não quer dizer que seja tão forte quanto o da maternidade, que implica todo um mecanismo hormonal de controlo físico e emocional quase irresistível e difícil de contrariar mesmo conscientemente, mas que ainda assim se faz sentir a determinada altura. Pode chegar mais cedo ou mais tarde, e é mais tarde que, por exemplo, o equivalente nas mulheres para a maioria de nós, gajos, mas chega e chega forte. Principalmente para quem gosta de miúdos. Principalmente para quem ainda se sente um miúdo no entusiasmo pelo que nos cerca. Facilita a comunicação e a identificação com eles, miúdos, suponho, ainda que tal seja muitas vezes (pejorativamente) apelidado de Síndroma Peter Pan. Pois. Seja. Para mim, antes isso que o envelhecimento precoce, que apelidarei doravante de Síndroma Velho Marreta, o que, adianto desde já, pretendo vir a ser mas numa fase mais adiantada da vida, lá para os 70 para melgar os netos, demais família e círculo de amigos, sem esquecer desconhecidos, polícias, enfermeiras, taxistas, jornalistas e mais uns quantos que tenham o azar de atravessar o meu titubeante caminho nesses ainda longínquos anos dourados da vida em que voltamos a uma espécie de infância, física, intelectual e emocionalmente.
Gosto de miúdos. Gosto de chateá-los. Gosto de estimulá-los. Gosto de me surpreender com eles e de os surpreender. Gosto de os ver crescer e evoluir. Gosto da abordagem simples e directa com que tratam as coisas. Gosto das fases por que passam. Gosto de brincar com eles.
Não gosto das birras, dos excessos de mimo, do super-protectorismo redoma, das milhares de teorias da moda, do despesismo de ter tudo o que é preciso e o que não é, das noites mal dormidas, das dúvidas e angústias, do coração apertado com o choro, doença e sofrimento das crianças mas sei que fazem parte do processo.
Vou gostar de ser pai (Nota: não estou a anunciar nadinha nem muito menos estará para breve tal acontecimento!), parece-me (e sei que adoro a futura-e-óptima-mãe-dos-dois-ou-três-rebentos-cheios-de-fantásticas-qualidades-legadas- pelo-admirável-e-codominante-património-genético-de-ambos-os-dois-progenitores). Entretanto, há sobrinha espigadota, sobrinho a caminho, filhos e filhas de amigos em barda para treinar os dotes e aprender muito do que me será, estou certo, útil.
Ficam, entretanto, os parabéns devidos e merecidos à mais recente versão 2.0 da minha geração, a pequena LLF, progenitada (isto existe?) por JF e ML, aos 25 de Abril de 2008, que se junta a uma já longa lista: BNR, SCC, SP, MHH, HCB, ..., (peço desculpa por alguma imprecisão de patronímico abreviado que possa ter sucedido e por todos os que, sem demérito algum que não o da minha má memória e falta de tempo para a suprir, foram remetidos para as reticências) e que, literalmente, cresce de dia para dia.

2 comentários:

g. disse...

Todos sabemos, caro Catarse, que daqui a umas horitas serás também tu uma criancinha. Não venha por isso, prof.Katarse, com teorias, porque no fundo, no fundo...o post foi mesmo só para dar a deixa...Confessa! ;)

Catarse disse...

Chiça penico.. fui catado, bolas! ;))