segunda-feira, janeiro 07, 2008

Porquê? Não sei mas sei que sei, tá?

Outro dia perguntaram-me porquê que se gostava de alguém. Não sei. Será que é preciso motivo? Será possível sequer identificar a razão ou razões objectivas? Ok, há coisas que fazem mais sentido, há preferências e gostos. Mas, acima de tudo, há razões que a razão desconhece.
Dentro do tema, gosto quando se tenta determinar um estereótipo do género ideal de parceiro. Da minha parte, nos dias que passam, admito uma preferência por morenas mas não vinculativa. Admito uma preferência por raparigas a tender para o magro. Admito uma preferência por pessoas mais complexas e menos convencionais (ou presas a convenções). Admito uma preferência por quem tenha um bom sentido de humor. Admito uma preferência por quem não tenha receio de demonstrações de afecto e carinho. Admito uma preferência por raparigas inteligentes, interessantes e divertidas. Admito uma preferência por quem seja capaz de gozar a vida sem queixas constantes. Alguém em quem possa confiar cegamente mesmo (e principalmente) quando tudo o resto falha. Alguém que partilhe um gosto por música, leitura, cinema, desporto, crianças, cultura, animais e ar livre. Uma rapariga activa, positiva e energética. Mas tudo isto é genérico e pouco selectivo, englobando imensas pessoas.
Porquê e como se escolhe depois, entre tantas pessoas que preenchem estes requisitos, uma? Isto quando a pessoa escolhida ainda calha minimamente dentro destes parâmetros porque há uma tendência inexplicável para não ter nada a ver com os modelos teóricos...
Para mim são os pequenos nadas que no fundo são tudo. É o cheiro. É aquele tique ou expressão característica. Uma pose. Um olhar. Uma voz de sono. Uma cara que faz em determinada altura. Um riso fácil. O adivinhar do que não foi dito. Até pode ser a maneira como se espreguiça. Algo que faz clique e nem precisa ser ao primeiro olhar porque nem toda a gente se revela verdadeiramente à primeira. Tudo começa por aí, pelo que não tem explicação nem precisa, pelo que aparentemente não conta mas conta tanto.
Ah, também convém que a coisa seja recíproca... tudo o resto é contornável e acaba por acontecer naturalmente. Chamem-lhe destino se quiserem...

19 comentários:

Anónimo disse...

e gaijas boas?
mesmo aquelas gaijas assim mesmo.. boas
?

Catarse disse...

Hummmm.... também há quem perfilhe essa escola! E não são de descurar certamente tais atributos de personalidade... ;)))

Abraçada

IM disse...

bem...há uma coisa chamada "feromonas"que, segundo parece, explicam tudo...ou quase tudo...trata-se de uma necessidade egoísta de perpetuar os genes..escolher o melhor parceiro, os melhores genes...esta é uma "explicação científica", crua e desprovida de toda a magia.
Há uma outra "explicação" bem mais realista, mas igualmente crua e feroz: procuramo-nos a nós mesmos nos outros...pode até parecer que não, pode parecer que procuramos o diferente, o contratante ou até o que é parecdo connosco. Mas não: procuramo-nos a nós mesmos, basicamente, e daí que facilmente as pessoas se desiludam porque não se encontram.
Pessoalmente, penso que uma relação entre duas pessoas só pode durar se souberem respeitar as diferenças...as abissais diferenças...não se trata de ceder, não se trata de complementar o que quer que seja...isso é uma treta lírica!!! Não há cá o "tu completas-me!"....há o "Tu és tu e eu sou eu e vamos viver verdadeiramente juntos, mesmo que tu gostes do que eu não gosto por que gostamos um do outro!!"...isto porque gostar de alguém é mesmo gostar desse alguém independentemente de tudo o resto...que resto? O que gosta, o que não gosta, etc., etc...
...pronto, acabei a minha dissertação!!! eheheheheh....

Pois eu acho que tens muito bom gosto...ehehehehe...;-)!! Morenas, claro, qual loiras???? eheheheheh
Inteligência e sentido de humor, sim senhora!!!Não há nada pior do que pessoas que não sabem rir de si mesmas e das coisas, e que não percebem patavina do que se lhes diz...Mas atenção...não é tarefa fácil encontrar quem reúna todas essas características!!!!! Já reparaste que, sem querer, estás simplesmente a traspôr para a pessoa "ideal" aquilo de que TU gostas??? ....

g. disse...

Essa coisa das feromonas é um osso muito duro de roer...Todo o sentimento, filosofia, destino, etc, por água abaixo...
Procurar o nosso "espelho" é...boring...

g. disse...

Já me esquecia: morenas ao poder! Eheheheheheh ;)

IM disse...

ehehehe...sim Arrozinho, o mundo é dominado pelas morenas...a blogosfera é sustentada por morenas...este tasco é abrilhantado por morenas!!!!!
(sim, eu sei que essa história das feromonas tira a magia da coisas, mas será que há magia? Se calhar queremos acreditar que há, mas nós somos carbono e água...)

Catarse disse...

A parte das feromonas humanas está ainda por explicar completamente ainda que alguns estudos apontem para a existência de umas quantas substâncias com potencial para influenciar sexualmente outros indivíduos... seja lá como for, se com papel de atractor, como sinalizador da não existência de grau de parentesco próximo ou como meio de aferir de sistemas de imunidade compatíveis, a ideia de fazer do amor algo apenas químico é muito má... não gosto.

Se somos carbono e água? Sim. Mas carbono e água que conseguem criar livros, contos, poemas, canções, quadros... Carbono e água com sentimentos...

Sobre as morenas, manifestei uma preferência pessoal baseada em "registos históricos"... deixo a ilação da hegemonia para as digníssimas comentadoras morenas! ;)))

O texto falava do clique inicial. Para manter uma relação depois tem de haver mais. Confiança, compreensão, carinho, respeito, comunicação... e uma atracção renovada.

Sobre a pessoa ideal e a sua procura... bom... difícil é... certezas poucas... ou melhor, até encontrares! Depois sabes! Sem saber como ou porquê mas sabes! Até podes ter pensado que antes também já soubeste mas quando é mesmo não ficam grandes dúvidas. Nenhumas mesmo. Sabes cá dentro. Sentes algo diferente... Inexplicável e ainda bem que assim é.

Se transponho o que gosto para a pessoa ideal? Sim! Se é um espelho? Hummm... acho que não. Nem igual nem complementar... Tem de ter pontes mas não 100% igual nem 100% diferente, acho... Fácil de encontrar? Nadinha. Ainda menos quando andas mesmo à procura... Aquela história do quando menos esperares terá algum fundamento... não sei se químico ou apenas ao nível da confiança ou da descontração mas algum fundamento existe...

E magia? Claro que há! Não nos arroguemos em achar que conhecemos todas as leis que regem este tasco e o desconhecido (ou aquilo que dominamos mal) passa bem por magia! Todo um imaginário que atravessa transversalmente todas as culturas humanas tem de ter algum fundamento!

(Este comment é maior que o texto original...)

g. disse...

Sim...carbono com magia, com alma, com espírito.
Quanto a essa história da pessoa ideal...bom...devo dizer que me parece que há, ou pode haver, várias pessoas "especiais". Ideais...é difícil. Mas, seguramente, há pessoas especiais. Tudo depende também dos momentos. O que parece "ideal" numa época/circunstância poderá já não o ser noutra. Por muito que tenhamos pensado que era o tal/a tal. Nós somos nós e as nossas circunstâncias. E tudo muda...
É evidente que consigo entender que há pessoas que marcam mais do que outras. E podem, no nosso imaginário romântico (o carbono fica de lado aqui ;) ), "permanecer" como isso mesmo: um ideal romântico. Mas se, na vida, não conseguimos partilhar com elas uma relação...então ficam-se pelo ideal mesmo.

A teoria do espelho (bem sei que tem fundamento) mas é tramada e chata. E também acredito na procura daquilo que não somos, mas que se calhar gostaríamos de ser.

Concordo com Catarse quanto ao imaginário cultural/espiritual humano. Não será por acaso...
Mas não quanto às dúvidas. Acho que, muitas vezes, se tem dúvidas em muitos dos dias que se passa ao lado de alguém. Mostra que estamos vivos e questionamos as coisas; sem querer dizer que não conseguimos manter uma relação ou que estamos sempre a pô-la em causa. O que se cria (ou não)é um "equilíbrio" dentro do "desequilíbrio".
E não será isso saudável?

Catarse disse...

Sim, é certo que, em alturas diferentes da vida, podes procurar ideais diferentes, pessoas diferentes... e até te poderás apaixonar várias vezes pela vida fora... mas "a" pessoa, a tal, a certa, se e quando aparece (porque parece-me que, além de não ser assim para toda a gente, é possível não a encontrar, não a encontrar no timming certo, etc,) deixa tudo o resto a milhas.

Continuo a achar que, dificuldades que possam aparecer e que certamente aparecerão, há UMA pessoa diferente de todas as outras. E não estou a falar de ideais. É saber o que mais ninguém sabe sem saber como se sabe o que não se pode saber. É sentir cá dentro qualquer coisa diferente, especial, tranquila, segura, boa... Mas parece-me que contraí uma espécie de romantismo incurável.

Seja como for, concordo que um sistema em equilíbrio é um sistema morto. Daí que tenha sempre de haver mudança e renovação para qualquer relação progredir.

g. disse...

Pois, de facto, acho mesmo que há quem não encontre. Ou encontre "fora de tempo", como dizes. E pode ser até a maioria das pesssoas. Não, isto não é péssimismo. É simplesmente a vida, cheia de nuances... Nesta questão de "a" pessoa acho tudo muito relativo. As pessoas podem estar juntas e felizes anos - nomeadamente já na fase madura da vida - e um belo dia (aos 50, 60) perceberem que aquela que achavam que era "a" pessoa...não é. E muita gente - volto a achar que é a maioria (embora nesta geração menos) - não se dá tempo para ter experiências de vida.
É importante as pessoas (em qualquer idade) não se fecharem e não perderem a capacidade de se apaixonar e viver coisas boas à conta desse alguém que "sabe o que mais ninguém sabe".
É que, às tantas, esse alguém pode não aparecer nesses "moldes" ou estar à nossa frente sem o conseguirmos realmente "ver". Mas entretanto a vida passa.
E não se pense que não sou também uma espécie de romântica. E não é que não acredite no sapo encantado. Acho é que não se pode viver à sombra/luz daquele sapo que "é mais encantado do que os outros". E esta é uma conversa encantada, não desencantada.
(ás vezes a "ironia" das nossas conversas dá-me uma enorme vontade de rir. ou melhor, de sorrir)

IM disse...

Bem, discussões à parte (isto dava pano para muitas, muitas mangas...),tiro daqui duas (precipitadas) conclusões:1) Catarse é um incurável romântico que está apaixonado; Arrozinho, alguém desiludido com o amor, mas que acredita que ele existe mesmo!
Eu, sou alguém que está sem tempo nenhum para conversar agora!!!! ehehehehe...Uma morena ocupada, cheia de trabalho para terminar hoje!!!
eheheheheeheheh
;-))

g. disse...

Ó morena cheia de trabalho, acho que não deu para leres o meu último post...
Como todos, tenho momentos de encanto e de desencanto. Mas o problema se calhar é o contrário (e que a menina já confessou não ter - é mais coerente na desilusão): comigo a "desilusão" fica guardada numa caixa (até à seguinte) e encanto-me, encanto-me, encanto-me... Mas, como dizia no outro dia no Arroz de Casca, dos encantamentos, sobressaem, a "milhas", os mais "mentais".

Pronto agora é que já só faltam os violinos de Chopin - aqueles que o Santana Lopes conhecia(argh!)!!!

Catarse disse...

Conclusões das conclusões:

1) RIPA - Romântico Incurável Perdidamente Apaixonado

2) Concordo que algumas pessoas não têm feitio/paciência/idealismo/sorte para procurarem/encontrarem "a" pessoa, contentando-se com um caminho mais fácil muitas vezes por medo da solidão ou desencanto

3) Qualquer pessoa passa por fases de ilusão e de desilusão, sendo que alguns ficam presos numa delas

4) A IM baldou-se ao tema

5) O tema é um bom tema

6) As pessoas mudam com o tempo e com as experiências de vida mas há coisas que fazem parte da personalidade que não podem ser contrariadas sob pena de comprometerem os ideais de felicidade

g. disse...

Muito contundente, sim senhor.
Se me permite, vou usar o meu estatuto de comentadora oficial e dizer mais umas patetices:

-Caso não tenha ficado bem claro, eu estive a defender que não devemos deixar de ser RIPA

-Concordo que há quem tenha demasiado medo, ilusões, desilusões: a maior parte das vezes são contraproducentes neste tema

- Longe de mim achar que alguém deve deixar de sonhar e ou "comprometer" ideiais de felicidade. "Pelo sonho é que vamos".

- IM ainda virá dar uma achega a este "bom tema", se bem a conheço.

- Saudações

Catarse disse...

N.R.: O estilo telegráfico foi "deribado" ao trabalho e à preguiça de construir um texto coerente com os pontos que me fui lembrando enquanto lia os restantes comments.

A gerência aguarda então agora pelo contributo da outra comentadora oficial sobre o tema em mãos antes de passarmos para outra palermice qualquer. ;))

RIPA rules!!!

IM disse...

IM está com pouca paciência para tão badalado tema...e porquê? Discorda de muita coisa aqui e, pronto, precisava de muito tempo para pegar em cada pontnho e desmontar...quer isto dizer qu não vou dizer o que quero, mas o que "posso"... (vou copiar o estilo telegrama de Catarse, para conseguir fazer isto antes que toque...):

1) RIPA...hummmm....em 1º lugar, a paixão éum sentimento demasiado fugaz que tem a capacidade de nos retirar todo e qualquer reduto de racionalidade...é simpático ver alguém assim, mas não é viável, não é bom...não gosto...os óculos com que os RIPA vêem a realidade é demasiado "out"...
2)Qt ao feitio, paciência, estc., para encontrar ""a pessoa...não se trata disso, penso...não há "a" pessoa...há pessoas com quem encaixamos, com quem decidimos compartilhar a vida, pessoas que amamos, etc., mas não há "a" pessoa...isso é uma teoria RIPA, embaciada pela névoa da paixão (!!!)
3) Ilusões e desilusões,claro...provêm de expectativas desajustadas, mais uma vez embaciadas pela falta de clareza...

Foi-se tempo...este comment é muito manhoso, reconheço, muito "racional", se calhar, mas o possível...e IM está-se mesmo a baldar ao tema...ehehehehehe...
Deixo estas "coisas" nas mãos de RIPAs....ehehehehehehe...

Catarse disse...

Sua baldas!! ;))

Claro que os RIPAS têm a perspectiva distorcida! Mas é uma óptima maneira de distorcer seja o que for e, admita-se, se há coisa que mereça ser distorcida é a realidade.

Claro que a paixão é fugaz e inconstante! Daí o seu encanto e a sua força! Mas adianto que, encontrada "a" pessoa, nada se esgota com o abrandar da onda inicial de paixão. É apenas o começo.

Insisto que existe "a" pessoa! Quando não funciona, por motivos vários, acabará por aparecer outra (ou outras, ou não) mas existe "a" pessoa!

Mas, como já disse anteriormente, isto não é igual para todos. Há quem seja mais racional, mais emotivo, mais embaciado, mais cínico, mais amargurado, mais louco... e para cada um a sua teoria porque depois na práctica não há nada melhor que estar bem, feliz e... RIPA na rapaqueca, como diria o Perestrelo! ;)))

g. disse...

Looooooooool! Ehhhhhhhhhhhhhhhhh!
Ripa na rapaqueca!!! Não só vem mesmo a propósito (há quanto tempo não "ouvia" o Perestrelo) como pode dar azo a leituras mais manhosas (dado o tema)...Isto a língua portuguesa...
IM, estás pior que eu com novo suplemento! Sim, o comentário é racional, sim. É verdade essa das pessoas com quem encaixamos...Mas também é tão boa a contorção da realidade...Sou uma contorcionista, lá, lá, lá...Ok. Chega. (sim, isto é um ataque de parvoíce aguda). Olha, viva os RIPAs e adiante senão a treta do suplemento não sai mesmo. ;)

g. disse...

Que saudades de um post com 20 comentários! Já dá uma novelita. ;))