quarta-feira, março 31, 2004

imagina-se

Contra os preconceitos lutou esta semana Vasco Rato. Este homem de palavra, afirmou há uns meses que se passearia nu no Rossio se não fossem encontradas armas de destruição massiva no Iraque. Esta semana, este homem que apenas ia honrar a palavra dada, foi detido pela polícia quando se despia na casa de banho da pastelaria Suiça.

Vasco Rato preparava-se para fazer o percurso: nata na Suiça, ginginha na Sem Rival, cigarros no Travassos e abafadinho no Nicola, nuinho da silva. A policia deteve-o a tempo, e foi assim como veio ao mundo, que o levaram para o Tribunal de Instrução Criminal onde também estava detido Zé Cabra por atentado ao pudor publico.

Às vezes

Durão está fora. Ferro mantem-se calado. Sampaio saiu em viagem oficial e levou consigo sete ministros. O PS tenta não levantar ondas para que não seja dado grande destaque ao testemunho de Ferro no processo Casa Pia. O Portas diverte-se a comprar aviões. A Manuela anda atrapalhada com o fecho de contas. A RTP só passa imagens de há 30 anos. A SIC e a TVI dão as suas telenovelas e, à falta de melhor, imagens em directo dos acidentes mais sangrentos das estradas portuguesas. Apesar de não haver sol, não chove demasiado...

Às vezes, muito raramente, Portugal é um Paraíso.

terça-feira, março 30, 2004

Há uma esquerda

O Daniel Oliveira revolta-se contra o "apelo" de Saramago ao voto em branco, que segundo ele, "é legítimo mas nada constrói", que é a "rendição final de uma geração de esquerda, uma "velha esquerda", "rancorosa e cansada, de todos os partidos" (parece-me que tudo teria mais sentido sem esta última vírgula, mas vou acreditar que ela não está lá por acaso).

O Daniel fica ainda contente por Marcelo Rebelo de Sousa ter criticado esta ideia de Saramago, considerando-a uma desistência e a entrega da vitória à direita.

Pois a mim o voto massivo em branco parece-me uma excelente ideia. Talvez o único abanão que ainda é possível dar por vias normais nesta sociedade. E também me parece que a característica principal da esquerda que apela ao voto em branco não é ser velha, nem rancorosa, nem cansada, mas sim descomprometida, sem nada a perder.

E entristece-me essa outra esquerda. Jovem, comprometida, de olho no tacho e no futuro político, sem ideais, sem utopia, algemada pelo "tinha que vir este gajo, agora que estamos a dois anos de chegar ao poder..."

Regresso

Da dupla Lomba e Mexia, desta vez na companhia de Francisco José viegas.
Fora do Mundo, já com link na coluna da direita.

Em Portugal não precisamos de Ariel para lavar

Ministério Público israelita diz ter provas para levar Sharon a julgamento.
Segundo a acusação, o empresário terá subornado Gilad Sharon em 1999, pagando-lhe grandes somas em dinheiro para ele interceder junto do pai, à data ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Benjamin Netanyahu, para que este convencesse as autoridades gregas a aprovarem a construção de uma instância turística numa ilha desabitada do mar Egeu, a 40 quilómetros de Atenas.

Sharon terá também obtido a ajuda do empresário nas primárias do Likud, partido em que Apel exerce grande influência e conta com o apoio de dezenas de membros do Comité Executivo.


Felizmente, em Portugal estas coisas só acontecem na Gabardina...

bora, cumprir o que prometemos, boa?

Um dia Portugal teve uma ideia. Organizar um campeonato de futebol. Os governantes chamaram o homem mais credível de Portugal: Calos Cruz e responsabilizaram-no pela candidatura do País a esse prestigioso evento: o euro 2004. Portugal foi o escolhido. “Que bom!” O País em coro regozijou-se.
Então os policias, os taxistas, os médicos, os juízes, os advogados, os camionistas e os funcionários em geral aperceberam que vão ter de trabalhar a dobrar nesses dias. E aperceberam-se de mais, descobriram que por detrás da expressão: “ o Euro é bom para Portugal”, não está nenhuma vantagem concreta para quem, de facto, vai garantir que o evento se realize. E as ameaças começaram: “durante o Euro, não trabalhamos”.
Mas logo a reacção: “ o Euro é um desígnio nacional, que ninguém se atreva a dificulta-lo”. Mas que fazer? - pensam os trabalhadores do Euro. Pois, não recuar é a única hipótese. Se o S.E.F ameaça que não vai controlar as entradas, pois que não controle. Se os médicos acusam o governo de não cumprir a palavra, pois que cumpram eles a deles e não trabalhem horas extraordinárias..

Jornalismo, verdade, lobbies, ética, fontes, arrogância

Ontem, no programa Prós e Contras da RTP, José Manuel Fernandes, director do Público, disse a dado momento qualquer coisa com o seguinte sentido (posição que tinha, aliás, já sido assumida por José Victor Malheiros numa das suas crónicas semanais, em que defendia que o jornalista não pode ser um mensageiro):

Os jornalistas não podem continuar a escrever tudo o que lhes contam. Têm que confirmar se as histórias são verdadeiras antes de as publicarem. O que se verifica hoje é que os jornalistas, em vez se seguirem esta via difícil, escolhem o caminho mais fácil, publicando notícias que só interessam aos lobbies.

Isto na mesma semana em que a provedora do Diário de Notícias se despediu das suas funções com um texto muito crítico, de que destaco as seguintes frases:

Ao longo deste período, o DN não deixou, contudo, de seguir algumas das tendências que marcam, negativamente, o jornalismo dos nossos dias. Uma das mais constantes é a utilização de fontes não identificadas na cobertura da actividade política, que não é mais do que uma forma de camuflar a dependência de fontes oficiais. Essa prática, que não é exclusiva do DN, reduz a política à intriga e à luta entre actores sem rosto, descredibilizando a democracia. Viria a estender-se ao campo da justiça, atingindo a sua expressão mais promíscua na cobertura do processo Casa Pia, levando o jornalismo a um grau de instrumentalização sem precedentes. Contudo, esse jornalismo menor conviveu, lado a lado, no DN, com excelentes trabalhos realizados em áreas menos «visíveis» mas não menos importantes. Foi, sobretudo, nos temas da Sociedade, da Cultura e da Ciência que o DN afirmou melhor a capacidade de levar a cabo um jornalismo voltado para os cidadãos, não obstante esses temas nem sempre terem merecido o tempo (de investigação) e o espaço que o seu interesse justificava.

Os jornalistas do DN foram também, a par dos leitores, protagonistas desta coluna. Mantiveram, face às análises, críticas e sugestões da provedora, um distanciamento cordato, com raríssimas excepções. A provedora nem sempre dispôs da sua colaboração na explicação dos casos que eram objecto de análise e crítica. Ultimamente, as respostas foram escasseando até quase desaparecerem. Mas, quando a voz dos jornalistas se fez ouvir foi sempre esclarecedora, não obstante algumas vezes menos convincente, displicente ou arrogante. Raramente os jornalistas do DN e as suas chefias reconheceram que as suas decisões podiam não ser as mais adequadas e, ainda menos, assumiram que tivessem errado.


Assim vão os dois diários "de referência" em Portugal.

E tu, no entanto, continuas calado

Disseste que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira

segunda-feira, março 29, 2004

Normal

Esta semana no campeonato português:

O Sporting ganhou ao Paços de Ferreira, 1-0, com um golo de Liedson, nos últimos minutos, em posição de fora-de-jogo.

O Porto ganhou ao Moreirense, 1-0, com uma golo de Alberto, no último minuto, na marcação de um livre que puniu uma falta que não existiu.

Depois da inebriante semana europeia, continua tudo calmo e normal no futebol português.

A short guide to comparative religions

Taoism - Shit happens
Buddhism - If shit happens, it's not really shit
Islam - If shit happens, it's the will of Allah
Protestantism - Shit happens because you don't work enough
Judaism - Why does this shit always happen to us?
Hinduism - This shit happened before
Catholicism - Shit happens because you're bad
Hare Krishna - Shit happens rama rama
TV evangelism - Send more shit
Atheism - No shit
Jehovah's Witness - Knock knock shit happens
Hedonism - There's nothing like a good shit happening
Christian science - Shit happens in your mind
Agnosticism - Maybe shit happens, maybe it doesn't
Existencialism - What is shit anyway
Stoicism - This shit doesn't bother me
Rastafarianism - Let's smoke this shit

(recebido por e-mail)

Pesquisas google que dão entrada na Gabardina

Aqui vão duas das mais divertidas:

casais swing portugual lisboa
(Nota: a Gabardina é o único site no Mundo indicado pelo Google para esta pesquisa: agradecemos às Associação de Pais de Lisboa pela gralha no comunicado de que fizemos copy paste.)

homens muito peludos

E tudo o vento sujou

Quero aproveitar este espaço público para expressar o meu agradecimento a quem mandou instalar, no meu quarto de banho do trabalho, um potente secador de mãos na parede ao lado do urinol.

O aparelho funciona na perfeição: assim que me aproximo daquele engenhoso pedaço de louça sanitária, pronto a libertar a minha bexiga, o meu ombro fica convenientemente colocado debaixo do secador - o que faz disparar automaticamente um forte vento - no preciso momento em que eu tenho por tarefa principal acertar com o jacto num orifício com 20 cms quadrados.

Quem lê pode pensar que isto é contraproducente. Mas não. Este novo factor introduzido na minha vida apenas torna o momento de ir ao quarto de banho mais emocionante. Um desafio. Claro que daqui a trinta e tal anos, quando os problemas na próstata baterem à porta, o secador não terá qualquer importância ou influência. Mas, para já, fica o agradecimento. Que aborrecidas seriam as nossas vidas sem estes aparelhos geniais…

sexta-feira, março 26, 2004

Rir ou Chorar?

Declarações exaltadas de um habitante de Castelo de Paiva, ontem, a uma rádio nacional, após a decisão judicial de arquivar o processo:

-Isto é uma vergonha! Toda a gente sabe que a culpa foi dos areeiros, que faziam donativos às autarquias da região para que não fossem denunciadas as suas extracções ilegais. Eu próprio fui autarca de uma Junta de Freguesia de aqui perto e recebemos, na altura, 22.500 contos desses senhores. E agora dizem que não há culpados? Ninguém é condenado? Uma vergonha, é o que isto é!!!

quinta-feira, março 25, 2004

CE 1 - Microsoft 0

Parece que o poder de Bill Gates e amigos não chega à Comissão Europeia. E só no que respeita à inclusão do Media Player no "pacote" de todos os Windows a MS foi penalizada com 497 milhões de euros de multa (a mais elevada de sempre aplicada a uma empresa pela Comissão), com a obrigatoriedade de fornecer uma versão do Windows sem o referido programa e de permitir a compatibilização atempada das tecnologias de outros fornecedores de software com o Windows...



Esperemos que os Tribunais da Comunidade não alterem a decisão e não nos esqueçamos que até há pouco tempo a maior multa da Comissão a uma empresa tinha sido aplicada a um fabricante de automóveis que se recusou a vender, em determinado estado membro - Itália, se não me falha a memória - um veículo a um residente de outro estado membro, e nem por isso é hoje mais fácil ir comprar um carro a Badajoz...

Citação

As sondagens são como os biquinis: o que mostram é importante, o que escondem é fundamental.

Aníbal Cavaco Silva, numa sessão de esclarecimento no Teatro Paulo Quintela, em Coimbra, na campanha para as presidenciais de 96.

Swingers

Nessa televisão que é a T.V.I houve há uns tempos a bela da reportagem, sobre casais que combinavam encontros para trocarem de parceiro. Esta prática, apelidada de “swinging” foi apresentada ao povo dependente da T.v.I como uma estranheza, raridade e maluquice da vanguarda urbana.
Na altura pensei que, para se ser “swinger” aos 39 era necessário casar aos 25. Antevendo já, as vozes da consciência de muitos amigos, daqui, a uns anos, decidi fundamentar esta prática de trocas entre casais nas mais altas esferas da politica.
Se atentarmos nas fotografias protocolares de tiradas a dois chefes de estado, reparamos que as mulheres estão trocadas. Aznar, mulher do tony e blair , (mulher do aznar). É sempre assim. O swing é uma prática diplomática que não só beneficia as relações entre estados como entre casais. Fundamentada a prática, adeus. Amanhã, será fundamentada a zoofilia. Para que os seus amantes percam de vez a vergonha e se possam unir com cavalos, e em associações cívicas.

E sei ainda que não posso conciliar estas duas certezas, o meu apetite de absoluto e de unidade e a irredutibilidade deste mundo a um princípio racional e razoável.

Albert Camus

Blog Gabardina, signo caranguejo

Nasci a 28 de Junho. Por isso, a partir de hoje apresento-me assim:
-Gabardina, caranguejo.

Nunca acreditei nos signos. Sempre achei delicioso ler os horóscopos de jornais e revistas, partindo já do princípio que tudo o que lá estava escrito era uma treta. Lembro-me até que há meia dúzia de anos, quando tive, com uns amigos, um projecto para fazer um jornal (projecto que, por falta de fundos, acabou por nos trazer até esta Gabardina, signo caranguejo), uma das ideias que mais nos fascinava era o podermos inventar, a cada edição, os horóscopos. Tenho aliás a convicção, não desmentida pelos jornalistas que conheço, de que muitos dos jornais sérios e mais vendidos da nossa praça fazem o mesmo…

Mas o ponto deste texto não é esse. O ponto é que recentemente me surgiu um entrave a esta convicção. Descobri que quase todas as raparigas/mulheres por quem estive apaixonado ao longo dos vinte e sete anos que levo deste mundo, e com quem tive relações mais ou menos conflituosas, são do mesmo signo. Para além de outras características comuns, que para aqui não são chamadas.

E estou agora aqui entalado, enquanto escrevo este texto, entre estas duas realidades: o meu total desprezo pelos horóscopos e minha absoluta recusa em acreditar em coincidências.

O que me leva a uma frase de Camus, que me foi citada, aliás, por uma por uma das referidas raparigas, que me tem acompanhado ao longo dos últimos anos e que acho que merece um post autónomo. A ler no post seguinte.

quarta-feira, março 24, 2004


Oh, Mary, this London's a wonderful sight
With people here working by day and by night
They don't sow potatoes nor barley nor wheat
But there's gangs of them diggin' for gold in the street


(Don Mclean, Mountains of Mourne)

Os pais de Lisboa

Depois de Vasco Rato ter prometido que se passearia nu no rossio se não fossem encontradas armas de destruição massiva no Iraque, e de se saber por uma fonte anónima, de que a palavra dada ira ser cumprida hoje – dia da visita de Toni Blur – a Portugal, ou melhor a Lisboa, queria dar voz ao manifesto chegado à “ redacção” (ou mail para os mais provincianos) da gabardina.

OS PAIS DE LISBOA QUEREM DENUNCIAR O QUE ENTENDEM SER UM GRAVE ATENTADO AO PUDOR DAS NOSSAS MULHERES E FILHOS. AS NOSSAS ESPOSAS E MÃES DEPOIS DE SABEREM QUE O DITO SENHOR SE IA PASSEAR NU NO ROSSIO NUNCA MAIS FORAM AS MESMAS: ESQUERCERAM OS FILHOS, OS TACHOS E OS MARIDOS. ESTE NU PÕE EM CAUSA A SUBSISTÊNCIA DA FAMILIA PORTUGUESA. APELAMOAS ÁS AUTORIDADES PARA QUE EM NOME DAS FUTURAS GERAÇÕES DE PORTUGUAL IMPEÇAM ESSE SENHOR DE EXIBIR AS SUAS PENDÊNCIAS EM PLENO ROSSIO. POIS PARA ISSO JÁ BASTA AS DONDOCAS DA SUIÇA.

Ass: Pais de Lisboa

terça-feira, março 23, 2004

Eu também.

"I saw the best minds of my generation destroyed by madness, starving histerical naked"
Allen Ginsberg

segunda-feira, março 22, 2004

Parabéns Irmã pelos 97 anos ! Que contes outros tantos!

Eu aposto

Que o novo filme de Pedro Almodovar (La Mala Educación) fará pensar mais a Igreja Católica portuguesa que a paixão de Mel Gibson.

Um caminho para a paz

Sempre fui apoiante da ideia de que as guerras deveriam ser feitas atacando os líderes e não pondo exércitos no terreno, prontos a morrer aos milhares e a matar ainda mais civis inocentes.

Na verdade isto não acontece porque existe um acordo tácito entre os líderes das belicosas nações deste mundo. Tu não mandas os teus homens matarem-me a mim e eu não mando os meus matarem-te a ti. E assim, só se avança para o ataque ao homem no topo da pirâmide quando ele está de tal forma enfraquecido que já não hipótese de retaliação – como aconteceu com Saddam, como no passado com outros perdedores.

Por isso, e porque objectivamente o mundo ficou melhor sem a sua presença, fiquei de certa forma contente com o assassinato do líder do Hamas. Prefiro a morte dele à de qualquer dos inocentes que foram morrendo nos últimos anos nos dois territórios. E tenho ainda esperança que os palestinianos retaliem matando Sharon. E que de seguida Israel retalie atacando Arafat. E assim sucessivamente, até que estes senhores, que nos últimos anos nada fizeram que não fosse apelar à violência e ao fundamentalismo, percebam que a única coisa que os espera nesse caminho é a própria morte.

Talvez assim, sem ninguém a incitar ao contrário, seja possível encontrar um verdadeiro caminho para a paz.

Exploração infantil.

Uma criança é explorada sempre que é utilizada por um adulto no seu exclusivo interesse. Qualquer miúdo que seja utilizado por um adulto no interesse exclusivo deste está a ser explorado. Explorado na sua imagem, no caso das campanhas publicitárias, explorado na sua sexualidade, no caso da pedofilia, explorado na sua inocência, no caso dos programas de televisão, explorado no seu tempo, no caso do trabalho. Tudo isto é exploração e abuso. O que varia é apenas o grau do abuso.

Vejamos um caso concreto: a utilização de crianças pelos partidos políticos. O P.S.D utilizou na últimas legislativas uma menina aterrorizada com a morte da avó que não tinha cunha para ser operada. O P.S em Lisboa coloca cartazes de uma menina a chorar pela demora da mãe presa no trânsito que o Presidente da Câmara prometeu melhorar. O B.E fotografa um recém-nascido com um punho fechado, e diz que o que é novo cresce. È claro que isto não é pedofilia, mas o principio está lá.

quinta-feira, março 18, 2004

The european people v. Microsoft

Durante a próxima semana sairá a decisão do processo que a Comunidade Europeia instaurou à Microsoft por abuso de posição dominante.

Já percemos qual o poder de Bill Gates e amigos junto da Administração Bush. Agora perceberemos qual a sua dimensão junto da CE...

9/11

Nove do onze, 911 dias depois dos ataques ás torres gémeas, explodem quatro comboios em Madrid. Spooky. Foi no dia 3/11. Será que 311 dias depois do ataques de Atocha…

quarta-feira, março 17, 2004

E o voto de pobreza, também querem?

O sindicato dos jornalistas quer sigilo igual ao dos sacerdotes, diz o Público.

Eu acho muito bem. Os advogados, economistas, empregadas da limpeza, arrumadores, professores, futebolistas, farmacêuticos, etc, etc, etc, também querem, com certeza...

Mas será que este país está a enlouquecer? Então estes senhores que têm acesso a uma profissão e respectiva carteira profissional porque fizeram um curso superior ou porque trabalham na profissão há dois anos, acham agora que podem ter, perante a lei, um estatuto diferente dos outros cidadãos...

Se eles não o dissessem tão convictamente daria vontade de rir... Assim, é preocupante...

bloggares comuns

bloggar citador
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.

Mário de Sá-Carneiro, Quase

bloggar conhecedor
Constatin Dolgov era um rapaz alto, vindo do frio. Veio até Portugal apoiado nos seus 2,05 metros, destinado ao ABC de Braga. Não se impôs ali e fez algumas épocas medianas na fase áurea do andebol da Académica de Coimbra, onde se destacou como rematador, em especial a partir de livres de nove metros. Voltou ao ABC onde permaneceu vários anos e fez uso da sua envergadura para se relevar particularmente útil como jogador de funções exclusivamente defensivas.

bloggar informativo
Reiniciram-se ontem as emissões da Rádio Vale do Mondego [dica de Radiospotters]

bloggar erudito
έντυπων εκδόσεων που θεραπεύουν την
ελληνική ποίηση.

bloggar conspirativo
E por que é que acham que a Ministra das Finanças se chama Leite? O actual estado das finanças públicas não vos faz lembrar o tempo das vacas loucas?

bloggar pretensioso
“Found in your own language” é um filme intimista, cheio de subtilezas que foram ignoradas pelos principais críticos da nossa praça e não serão certamente notadas pela grande massa dos seus espectadores, mas que oferece, a quem se desloca ao cinema para o ver, duas horas de rara beleza e espiritualidade. A confirmação de Sofia Focks como uma certeza da boa realização americana contemporânea e como proprietária de um dos pares de olhos mais atentos ao mundo que nos rodeia.

bloggar piadético
Mas se querem saber o que se passa verdadeiramente no caso Casa Pia, por que é que não perguntam ao Professor Marcelo?

bloggar querido
Ontem, o meu miúdo, depois de meia hora a brincar no parque infantil, abraçou-se a mim, sujo e transpirado (até a cheirar um bocadinho a cão, confesso), e disse, olhando-me nos olhos: és o pai mais fixe do mundo!

bloggar fundamentalista
Um dia a história marcará Francisco Franco como um dos grandes líderes mundiais de todos os tempos, e não há nada que a esquerda desgravatada e caviar possa fazer ou dizer para o evitar.

bloggar jotinha
Pois deixamos aqui o link para o melhor projecto de lei sobre o aborto, ignorado por certas franjas da direita mais radical, mas cujos princípios acabarão, inevitavelmente, por se impor na sociedade portuguesa. Já basta da hipocrisia desta governo, no qual dá pena ver o partido que ganhou as últimas eleições refém de um pequeno grupo de extremistas organizado sob o nome de um grande partido espanhol, tentando esconder o seu passado centrista.

bloggar contemplativo
A vida, como a sinto? Gosto de a ver espelhada nas águas calmas de um rio, numa tarde quente de início de Primavera.

terça-feira, março 16, 2004

LUCIO FULCI faria melhor

“A Paixão de Cristo” filmada por Mel Gibson é um logro. É um logro, porque se limita a filmar os lugres comuns das últimas horas de Jesus. Se este ponto de vista é pouco consistente, pior é a forma escolhida para o filmar. Planos maçadores, câmaras lentas em barda e que me recorde três luzes diferentes. Uma seca mal feita. Há no entanto duas notas positivas, que embora não salvem o filme, permitem pensar que o dinheiro gasto não foi totalmente desperdiçado: Mónica Belluci e os diálogos em aramaico.
Depois há Cristo versão gore. Um Cristo que começa a levar sopapos ás nove e 20 (fui à sessão das 21:15) e vai até ás 11:10 a aguentar chibatadas, pendurões, cortes, murros, um linchamento, uma subida da via dolorosa, dois pregos nos pulsos e pés e uma punção no fígado. Nos filmes gore é divertido, aqui é chatinho. Bem, o filho de Deus para os Cristãos chega à cruz e só apetece dizer: “- já levavas uns pontitos, não? ”. Enfim, a essência do cristianismo: o sofrimento absurdo.

Conversa imaginária. Ou não...

- Estou, Hassan?
- Quem fala?
- É o Joaquim, pá, estás bom?
- Oh, Joaquim! Não te estava a reconhecer! Tudo bem?
- Tudo! Olha, estou a ligar para te pedir um favor.
- Favor? Estás doido? Tu aqui não pedes favores. Dizes o que queres e as coisas acontecem! É assim que o povo marroquino trata os seus amigos! De que é que precisas?
- Oh pá, sabes, aqui a empresa do Zé precisava de fazer passar mais um gasoduto naquele sítio complicado onde já conseguimos que passasse o outro. Bem sei que não te devia pedir isto, mas é mesmo importante para nós. E tenho a certeza que é bom para Marrocos e para o seu povo também.
- Nem se fala mais nisso, Joaquim! Manda os projectos com o que vocês precisam e considera isso aprovado!
- Obrigado, Hassan, eu sabia que podia contar contigo! Olha, temos que combinar aí um fim-de-semana juntos. Ainda na semana passada estive no empreendimento do teu primo [risos] no Algarve… aquilo é que é luxo! Não sei por que é que cá dá tanto trabalho construir aquelas merdas em áreas protegidas… É um descanso: joga-se um golf, fazem-se umas massagens [risos]… olha, fazem-se grandes negócios… Tu sabes!
- Sim, sim! Olha, qualquer dia temos que falar sobre outro projecto… do meu primo [risos]. Eu sei que tu já não estás no Governo, mas tens que me dizer com quem falo agora…
- Hassan, pá, não estou no Governo mas é como se estivesse… Agora até é mais fácil! Não há tanta atenção sobre mim. Percebes? É só dizeres, pá! O país precisa é de investimento… É só dizeres o que queres fazer… Olha, mas não me ligues para este número, que é da minha filha… Isto agora por cá anda complicado… Já deves ter ouvido dizer… Escutas e essas merdas…
- Joaquim, tu desiludes-me! Cá ninguém me escuta sem a minha autorização!!! Era o que faltava! E vocês aí na Europa pensam que são mais adiantados… Nessas merdas estão muito atrás de nós!!!
- Tens razão, pá, mas o que é que queres? Aqui essas coisas têm que ir com calma… Toda a gente se mete em tudo. Toda a gente acha que tem opinião… Mas a coisa vai… Temos estado a trabalhar nisso… [risos] Um abraço! Depois eu ligo!
- Fico à espera! Um abraço! [risos]
- [risos]

Ahhhhhhhhhhhh... Que surpresa!!!

E, de repente, Ana Gomes passou a gostar de Espanha e a achar que devemos seguir o seu exemplo...

segunda-feira, março 15, 2004

"Assassino em Fevereiro"

Hoje, creio que no Diário de Noticias, refere-se que no passado Sábado a televisão espanhola alterou a sua programação normal para passar um filme que não estava previsto na grelha de programas. O filme chama-se “Assassínio em Fevereiro” e era sobre os ataques da E.T.A.

Eleições em Espanha

Este fim-de-semana os espanhóis castigaram, justamente, as mentiras do PP em relação aos atentados de 11 de Março (e também, estou a certo, a participação espanhola na Guerra do Iraque).

Este fim-de-semana os espanhóis não premiaram, injustamente, o bom trabalho do Governo de Aznar nos aspectos económico-financeiros.

Nada parece ser perfeito, nos tempos que correm...

Série 27

Está prontinho o primeiro filme da série 27.
Em breve poderá ser visto exclusivamente na net.
Aqui fica o link para essa coisa estranha.

domingo, março 14, 2004

Prognóstico no fim

Não houve porrada em madrid.
Houve eleições.
Houve a Al-qaeda vai deixar de haver PP.

sábado, março 13, 2004

Previsões

Hoje vai haver porrada em Madrid. A policia vai carregar sobre os manifestantes. E amanhã, pode não haver eleições em Espanha.

O P P decide...

Se foi a Eta ganha
se foi a Al Qaeda perde
Ou não. A manif tem à sua porta já lhe retirou o poder de decidir.

sexta-feira, março 12, 2004

Creio que foi Pascal:

"A única desculpa de Deus é nunca ter existido"

pergunta

Gostava de saber porque que é que aparece nos jornais de hoje um anúncio pago pela Câmara Municipal de Matosinhos a comunicar a morte do pai do Presidente da Câmara.
O anúncio pago pela edilidade apenas diz que morreu o pai do Presidente da câmara não esclarecendo se o falecido tinha outra ligação à autarquia senão o facto de ter o seu filho como Presidente.
Apresentando desde já as condolências à família enlutada, gostava de perguntar ao executivo camarário se estão a pensar pagar anúncios a todos os funcionários do município a que morrem parentes.

o melhor que sei

O homem sentou-se ao meu lado no banco do metro encostou-me a pistola ao ouvido esquerdo, premiu o gatilho e disparou: Pum!
Sempre achei que morrer assim seria um instante, um repente inconsciente, um ?não sofreu nada porque teve morte imediata?.
Mas não. Estou aqui, consciente que nem um pneu. Á espera. Aguardo, paciente e servilmente, que o projéctil da arma percorra toda a espiral do cano e me perfure os ossos da cabeça.
Penso. Penso, porque o pensamento é bem mais rápido que a bala. Não faço nada porque a bala é bem mais rápida que o gesto. Penso e nada posso fazer.
Que azar que me havia de acontecer. Morrer, assim. Não, que não estivesse preparado para morrer. Não, nada disso. Só que há dias em que estou mais preparado que outros, e hoje é um desses outros.
Que chatice morrer hoje! Hoje, que tinha ficado de ir buscar o bolo que encomendei pelo telefone. Hoje, que tinha decidido sair. Hoje, que ia passear pelas ruas plenas, e quem sabe até ganhar coragem para oferecer umas flores à linda rapariga do quinto direito. Logo hoje?
Amanhã, ou até ontem. Ontem, ontem é que devia ter acontecido. Morrer ontem, faria todo o sentido. Se tivesse morrido ontem, até agradecia. Mas hoje! Que diabo! È demasiado inconveniente. Não dá jeitinho nenhum.
Maça-me morrer hoje e aborrece-me morrer hoje. Fico furioso por me aborrecer e odeio maçar-me. Mas o pior é ter de saber isto: é ter de saber-me aborrecido e ter de me suportar maçado. E é ter esta consciência do aborrecimento e da maçada que no fundo me faz desejar a bala.
Que venha daí essa bala! Se tem de ser, pois que seja já. Vá, acelera balinha! Apressa-te, e entra em cheio na minha cabeça para me esquecer o que é a maçada e o que é o aborrecimento. Vem, há muito que te espero. Vem pôr-me fim ás 08:56 da manhã, num banco de metro partido.
Espero. A bala não chegou. Ainda. Está a caminho no cano da arma. Será que ainda demora?

quinta-feira, março 11, 2004

A propósito dos atentados de Madrid

(texto enviado para a Gabardina às 14h52 de hoje)

A todos os assíduos leitores da gabardina,

Antecipando-me a todos que, num espontâneo impulso de redução ao absurdo
(resta saber a quem), postem na gabardina qualquer coisa do género: "Tás a ver
pá que isto em Portugal é que é bom! Espanha é perigosa!" sentimento ruim de
nacionalismo mesquinho, bem diferente do pensamento dos gabardinos tenho a
dizer que:
1. Deus vos ouça e que a ETA reinvindique o atentado;
2. Se a ETA não reinvindicar o atentado, é melhor que a internacional
socialista o faça, uma vez que no Domingo será uma vitória esmagadora da
Direita, coisa que jamais acontecerá em Portugal;
3. Tenho família em Trás-os-Montes, numa terra tão árida e fragosa que a Al-
Qaeda tem medo de lá ir durante o Euro 2004. Perguntem aos transmontanos se
querem lá um estádio de futebol ou o que acham da regionalização.

Daniel

Sabedoria popular portuguesa II

Diz o roto para o nu: por que não me despes tu?

ODEIO TERRORISTAS

Eu que sou contra a pena de morte, tenho que admitir que se eles morressem todos o Mundo seria muito melhor...

quarta-feira, março 10, 2004

Bem-vindo à Gabardina

Você é o nosso leitor número 5.000 e é o primeiro a ler esta mensagem!

Roam-se de inveja Abruptos e Pipis, que este é o número por que nós, humildemente, esperámos.

Venha daí essa jantarada Gabardinesca!!!

Inacreditável

A edição de hoje de "O Jogo". Não cito algumas das frases por vergonha... mas fica o link, para que vejam o triste estado a que isto chega. A falta de pudor de alguns "jornalistas"... Só lido... Mas on line, que não tem custos...

Texto falhado

Naquele dia de sol de Inverno, para entregar a declaração anual do I R S, retirei da prateleira dos livros de direito a certeza burocrática do agrafo, a arrogância pedante das certidões e uma leve tendência para o livro amarelo. A tarefa era simples: encontrar o balcão da primeira secção da quarta contradição de finanças da área da minha residência, e entregar os impressos.
Encontrei e sentei-me, na única cadeira livre da sala cheia de gente. Aguardei.
Ao meu lado umas mulheres começaram a comentar a notícia do dia.
Como um vírus que infecta de música cada instrumento, a conversa propagou-se a cada vez mais pessoas. Na repartição, já fosso de orquestra, ouvi os solos do violino da indignação. Ouvi os tambores do ódio. Escutei os metais do asco. E atendi ao tempo quaternário, marcado pelo metrónomo dos preconceitos de cada instrumentista.
Na sala de espera da repartição feita orquestra de sentimentos, procurei o músico que estava de costas para mim. O maestro. Queria ver a cara do dono da batuta. Então, silencioso, fui nervo óptico das instrumentistas que tocavam a plenos pulmões, o clarinete da vergonha, com que classificavam os actos do protagonista da notícia do dia.
Vestido num fraque preto, de sapatos rasos e com um laço murcho, eis o maestro. Ou melhor a maestrina. A dona da batuta era a ignorância; que, vestida a rigor, dirigia a indignação, o ódio e os preconceitos acordados pela notícia.
- Desculpe lá… mas já passou a sua vez. Eu chamei. Já vou no 27 e o senhor é o 12. Veja bem… Agora, se quiser ser atendido vai ter de esperar até ás 4:30 que é quando a repartição fecha e o meu colega o pode atender.
- Mas…

Sabedoria popular portuguesa

Diz o roto para o nu: por que não me vens ao...?

Terceiro mundo

Na sequência de um escândalo político o Presidente do México veio apelar à calma, dizendo que não se podem "fazer generalizações pessimistas" e que não se pode inferir do escândalo "que todos os políticos são corruptos, havendo que continuar a respeitar a classe política".

Qualquer semelhança com um país da União Europeia não é pura coincidência...

Cómico é

um portista a chamar arrogante a Alex Fergunson.

terça-feira, março 09, 2004

Boa razão #7

Para chatear os patriotas, os nacionalistas, os regionalistas e os que passam a vida a falar do ranking da UEFA.

Ser português é

Ultrapassar pela direita, num cruzamento no meio da cidade, em hora de ponta e logo a seguir parar, simpaticamente, ainda no meio do cruzamento, num semáforo verde para deixar passar peões que têm o semáforo vermelho.

Boa razão #6

Os quinhentinhos, a Cosmos, os manos Oliveirinha, o Bruno Paixão, o António Costa, o Paulo Costa, o Isidoro Rodrigues, o José Pratas, os irmãos Calheiros, o Elmano Santos, o Mário Mendes e o Olegário Benquerença.

Boa razão #5

Pinto da Costa

Boa razão #4

José Mourinho

Boa razão #3

Gostava de ver um jovem talento português como o Cristiano Ronaldo na final da Champions League.

Dias Mundiais dos Gajos

Um post de apoio aos que:
1.Não têm a vida parada por causa das dúvidas entre os 25 e os 28;
2.Não têm menopausa a partir dos 40;
3.Não têm período de 28 em 28 dias pelo meio;
4.Já nem sequer têm que ir à tropa.

Porque a vida sem grandes chatices também pode ser um problema, a Gabardina está contigo!

Ponte ( diga o leitor )

Parece que o presidente da Câmara de Coimbra se prepara para propor a alteração do nome da nova ponte que liga as duas margens do Mondego. De ponte Europa passará a Ponte Rainha Santa Isabel. Tem todo o sentido. A nova ponte do Mondego não teve nada de Europeu. Não está concluída a tempo, custou 4 vezes mais do que o previsto, era suposta ser construída em Lego e terminou a ser cheia com o clássico betão da Cimpor e no momento final quando se devia unir uma margem à outra, havia um desvio dos tabuleiros de 1,5 metros. Por isto, nunca se podia chamar Ponte Europa. Os únicos nomes que lhe assentam bem são os tipicamente portugueses. Carlos Encarnação quer Rainha Santa Isabel, um nome tipicamente português que resume bem o espírito da coisa. Mas há outros, que cada leitor deve inventar, recorrendo à sua experiência pessoal do funcionamento deste País. As propostas depois de remetidas para o mail da gabardina serão publicadas e enviadas ao edil de Coimbra

Boa razão #2

Sempre fui pelos mais fracos. Há algo dentro de mim que me obriga a torcer por eles. Especialmente quando, no primeiro jogo de uma eliminatória a duas mãos, uma das equipas é "vulgarizada", "humilhada", "esmagada", "convincentemente derrotada" e "encostada às cordas pelo brilhantismo do adversário" - quando parece já não haver hipótese de dar a volta ao resultado... então eu torço por ela.

Boa razão #1

Um conjunto de jogadores de calção branco e camisola vermelha com publicidade à Vodafone joga contra o Porto. É impossível resistir...

Falemos das gravatas cor-de-rosa

As gravatas cor-de-rosa então para os fatos escuros como os almoços estão para os empreiteiros.

O almoço é algo que tolhe o discernimento de qualquer empreiteiro. Depois do almoço, estes profissionais absolutamente liberais ficam à beira da apoplexia. Isto significa que como o sangue está quase todo concentrado no estômago e na face, o cérebro fica à mìngua. E um cérebro pouco irrigado, e irrigado com alcool è um cérebro que produz vontades esdrúxulas, acidentes de viação e alterações de P D M´s.

O mesmo acontece aos rapazotes da direita Portuguesa que um dia decidem usar uma gravata cor-de-rosa. Antes fossem enfardar alheiras, cozidos e eirozes fritos. A cor desta gravata, cria nestes meninos a presunção de arrojo. De repente, só porque usam a bela da gravata cor-de-rosa, sentem o mundo mais presente, sentem a sua imprescindibilidade histórica.

Se no primeiro caso o almoço provoca o acidente de viação, no segundo, as gravatas geram desafios para debates "à moda antiga".

segunda-feira, março 08, 2004

Dia Internacional da Gaja

Neste dia, como noutro qualquer, pois este, na verdade, parece-me que não interessa nada, um obrigado a esses seres bonitos e pouco peludos que tanta cor trazem a este mundo.

Às outras, às sapatonas (esses seres feios e peludos), às cosmo-moderno, às que passam este dia a queixar-se de que os homens não vos deixam estar em lugares de destaque: MORRAM! Vocês não são mulheres, nem gajas, são bichos! Assim, espero não me esquecer de uma mensagem para vós no Dia Internacional do Animal (sem ofensa para os bichitos simpáticos...)

Dúvida

Será que a Assembleia da República não é já a escarradeira do país?

O fascínio pela curiosidade

Haverá algo mais natural do que a morte do homem mais velho do mundo?

Só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas.

Bebezinho do Nininho-ninho:

Oh!
Venho só quevê pâ dizê ó Bebezinho que gotei muito da catinha dela. Oh!
E também tive munta pena de não tá ó pé do Bebé pâ le dá jinhos.
Oh! O Nininho é pequenininho!
Hoje o Nininho não vai a Belém porque, como não sabia se havia carros, combinei tá aqui às seis ho'as.
Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sai daqui pelas cinco e meia. (desenho de uma meia) (isto é a meia das cinco e meia).
Amanhã o Bebé espera pelo Nininho, sim? Em Belém, sim? Sim?
Jinhos, jinhos e mais jinhos.

Fernando.


(Carta de Fernando Pessoa a Ofélia Queiroz - 1920)

Escarradeiras

Centenas de escarradeiras deverão ser instaladas na Assembleia da República portuguesa caso Mariano Rajoy seja o próximo primeiro-ministro espanhol.

sexta-feira, março 05, 2004

Clitóris e Circo

Bendita democracia cujos deputados têm tempo para discutir a criminalização de algo já considerado crime pelo seu próprio Código Penal, e sobre o qual nunca foi apresentada nenhuma queixa a autoridades nacionais...

ou maldita oligarquia cujos deputados lançam cortinas de fumo para a frente da crise, contentando uns quantos lobbies?

quinta-feira, março 04, 2004

Medo ou ignorância?

O site do Inter de Milão considerava, antes do sorteio da Taça Uefa de hoje que o maior risco que poderia sair das bolinhas coloridas para as equipas italianas era o Benfica...

Per Inter e Roma cosi' si delinea un pericolo Benfica.

Alguma coisa se salvou dos últmos dez anos...

Take 2

Primeiro, é necessário subir ao cimo do pilar mais alto da ponte 25 de Abril.

Depois, olhar para Sul e recuar 30 anos. Utilizemos a vontade. Com ela subimos a ponte e com ela recuamos o tempo.
Aqui, no passado e no topo, agarrados a este cabo vermelho, vemos a Lisnave à hora do almoço. De dentro da sua enorme cantina, sai a cor da sopa, a espessura dos fritos, e o olhar beato de quem almoça sozinho. De repente, o apito da tarde e o exército azul levanta-se para produzir.

Encaremos agora, o vento norte e regressemos ao futuro de onde partimos. Daqui de cima, à mesma hora do almoço, vemos nas avenidas novas a sopa feita nini-prato, os fritos feitos douradas grelhadas, e o mesmo olhar beato, de quem, em pé, frente a uma montra, almoça sozinho.

Desçamos à esplanada do op art e ocupemos um puff branco.

Hoje, ao norte, nas avenidas novas, as pessoas que não dispõem do tempo são as mesmas que ontem, ao Sul, na Lisnave, vestiam de azul e não tinham as máquinas.

quarta-feira, março 03, 2004

-Vá, não lhe arranques o olho. Vamos embora, que alguém deve ter ouvido.
- Espera! Dá-me a colher. Rápido…passa-me a colher.
- Não, vamos sair daqui, já.
- Ouve, eu não acabei da matar um homem para me ir embora sem lhe tirar um olho.
- Pega lá o raio da colher. Mas eu vou saindo.
- Vai indo que já te apanho, deixa ficar o frasco.
- És tarado, pá! Matas o gajo e ainda lhe queres sacar os olhos. Que coisa nojenta!
- Nojento é ter este trabalho todo e não acabar o com um toque pessoal. Nojento é não dar ao assassínio a dignidade que merece. Respeito, meu caro, respeito é o que te falta pela a mais bela das artes.
- Agora é que te passaste de vez. Adeus.
- Até já.
- Então? conseguiste os olhos do gajo?
- Os dois, e perfeitinhos, sem hemorragia nem nada.

A lei é cega.

Para quem ainda acredita que a lei é igual para todos.

Convicção ou esperança, não importa

Não há frio que arrefeça a chama que vai na alma dos benfiquistas


terça-feira, março 02, 2004

Azar!

Ás vezes os jantares com conhecidos têm estes riscos. Melhor que os ignorar, é assumi-los e lidar bem com eles. Ás vezes aquilo que tem de ser feito, tem de ser feito.
Os dedos da mão direita começaram a ganhar uma força própria. O polegar já se tinha recolhido por detrás dos outros dedos fechados em punho, para evitar qualquer lesão no escafóide. O próprio braço se recolhia e anunciava já o murro potentíssimo.. E o conhecido falava e falava e falava. “ e todos entramos assim…” e “…se não fosse eu era outro qualquer...” e “…toda a gente faz isso…”; o braço pedia-lhe que se calasse, a face implorava-lhe que se vedasse. Mas ele, nada. E então veio a gota de água: “e se quiseres, liga-me, que eu vejo se te arranjo alguma coisa…”
- Sabe, juiz, eu nem imaginava que o pescoço de uma pessoa podia ser tão frágil”
- Frágil!? O senhor esteve 30 minutos a esmurrar o homem e a dar-lhe pontapés com na cara e só parou quando a policia lhe deu um tiro na perna e está a falar-me de fragilidade do pescoço. Olhe que é preciso mesmo não ter vergonha!
-Vergonha ? A si, juiz, nem lhe passa pela cabeça o que é a falta de vergonha.

Momento AXA

Só quem foi a um estádio de futebol no último mês, para ver um jogo da superliga, perceberá este post na sua verdadeira dimensão.

Em sustituição do famoso "penalty Fidelidade", concurso que se realizava nos intervalos dos jogos e que era bastante difícil, foi agora instituído o "Momento AXA".

Ora o Momento AXA é um patético jogo realizado com uma baliza de futebol que dois tipos carregam até um dos lados do campo (poderiam usar, com o mesmo efeito, uma das que já lá estão, mas algum engenhoso marketeer deve ter pensado nesta coisa genial da terceira baliza) e no qual três espectadores foliões tentam marcar um penalty (a uma distância maior ou menor da baliza, de acordo com a perícia, o género e o clube do rematador) a um barrigudo guarda-redes AXA, que se esforça ao máximo por deixar entrar a bola, proporcionando assim o prémio aos aventureiros participantes.

Dada a necessidade geral de gargalhada no país, proponho que o Momento AXA seja instituído também, diariamente, em todas as organizações do país. O que precisamos é de boa disposição!