Há uma esquerda
O Daniel Oliveira revolta-se contra o "apelo" de Saramago ao voto em branco, que segundo ele, "é legítimo mas nada constrói", que é a "rendição final de uma geração de esquerda, uma "velha esquerda", "rancorosa e cansada, de todos os partidos" (parece-me que tudo teria mais sentido sem esta última vírgula, mas vou acreditar que ela não está lá por acaso).
O Daniel fica ainda contente por Marcelo Rebelo de Sousa ter criticado esta ideia de Saramago, considerando-a uma desistência e a entrega da vitória à direita.
Pois a mim o voto massivo em branco parece-me uma excelente ideia. Talvez o único abanão que ainda é possível dar por vias normais nesta sociedade. E também me parece que a característica principal da esquerda que apela ao voto em branco não é ser velha, nem rancorosa, nem cansada, mas sim descomprometida, sem nada a perder.
E entristece-me essa outra esquerda. Jovem, comprometida, de olho no tacho e no futuro político, sem ideais, sem utopia, algemada pelo "tinha que vir este gajo, agora que estamos a dois anos de chegar ao poder..."
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