terça-feira, março 16, 2004

LUCIO FULCI faria melhor

“A Paixão de Cristo” filmada por Mel Gibson é um logro. É um logro, porque se limita a filmar os lugres comuns das últimas horas de Jesus. Se este ponto de vista é pouco consistente, pior é a forma escolhida para o filmar. Planos maçadores, câmaras lentas em barda e que me recorde três luzes diferentes. Uma seca mal feita. Há no entanto duas notas positivas, que embora não salvem o filme, permitem pensar que o dinheiro gasto não foi totalmente desperdiçado: Mónica Belluci e os diálogos em aramaico.
Depois há Cristo versão gore. Um Cristo que começa a levar sopapos ás nove e 20 (fui à sessão das 21:15) e vai até ás 11:10 a aguentar chibatadas, pendurões, cortes, murros, um linchamento, uma subida da via dolorosa, dois pregos nos pulsos e pés e uma punção no fígado. Nos filmes gore é divertido, aqui é chatinho. Bem, o filho de Deus para os Cristãos chega à cruz e só apetece dizer: “- já levavas uns pontitos, não? ”. Enfim, a essência do cristianismo: o sofrimento absurdo.

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