terça-feira, junho 29, 2004

P S L - Partido Social Liberal


Hoje estou convencido que apesar de tudo, o próximo primeiro-ministro, ainda que apenas até ao Outono, vai ser Santana Lopes. Porque razão esta realidade causa reacções tão agudas em certo eleitorado? Se a situação não é nova pois já Balsemão, foi primeiro-ministro sem ter ido a eleições, tem de haver uma razão para além deste argumento da legitimidade eleitoral.

E de facto há. Várias. Mas agora interessa-me apenas a que segue. Santana Lopes não tem, nem nunca teve uma intervenção política de fundo. O que pensa sobre a educação, a saúde, a politica externa, as drogas, ou código do trabalho são coisas que nunca disse porque nunca foi assim que ganhou eleições.

Santana nunca apresentou qualquer proposta de fundo ao país. O seu valor político assenta não no programa que defende, mas nas suas qualidades pessoais. E se tentarmos retirar das experiências autárquicas algumas ideias, somos obrigados a concluir que a sua obra se pautou sempre pelos grandes anúncios de primeira página de jornal em que o ponto essencial não era a ideia em si, mas o facto de ser Santana a dizê-la.

Estas duas notas: a falta de uma politica de fundo e a redução do valor político a características exclusivamente pessoais, têm um nome: populismo. Santana é populista. E digo isto sem qualquer sentido depreciativo, pois apesar de tudo, resultou: na Figueira e em Lisboa. E agora no governo.
O vento do populismo levanta-se também em Portugal, e a sua primeira aragem é Santana Lopes.

Sem comentários: