quinta-feira, julho 26, 2007

A certeza do caminho...

A certeza do caminho não está marcada com tochas. Não está marcada com migalhas de pão para ajudar no caminho de regresso. Ainda mais quando há uma bifurcação no caminho que parecia tão certo e direitinho. Ainda mais quando, de repente, nos pedem para deixar o que é estável pelo desconhecido. Onde se vai buscar a força para essa decisão? A quem pedir indicações sobre o rumo a tomar? Eu não sei... até porque tenho um mau sentido de orientação e guio-me basicamente pelo instinto... Acredito na primeira análise das situações, naquela que fazemos inconscientemente e que, por vezes, demora uma eternidade para compreendermos que já sabíamos o que queríamos saber há imenso tempo... Uma amiga outro dia, confrontada com uma indecisão, não hesitou em saltar para o pântano da incerteza mas, no caso dela, eu diria que o pântano parecia mais iluminado que uma pista de um aeroporto quando comparada com a estrada antiga... Difícil, difícil é quando já nos habituámos à estrada antiga... Difícil, difícil é arriscar o certo pelo incerto... Nessas alturas só nos podemos virar para dentro e ver de que somos feitos... se o instinto vence a razão, se a alma de jogador (saudável, não aquela faceta de vício) nos arranca da inércia do statu quo, se queremos mesmo aquilo com que sonhamos ou se só sonhamos para passar o tempo...

3 comentários:

Anónimo disse...

Ir pelo mai fácil e´ sempre muito confortável, porque os riscos são mais 'calculáveis' e por isso mais facilmente digerimos e aceitamos as consequências. A vida é sempre feita de escolhas, de opções...penso que não devemos ir pelo fácil, mas sim tornear o dificil - dá mais gozo!!! E se nos estamos a habituar/acomodar ao existente, é porque já não há desafios e escolhas e decisões e stressssssssssssssssss! Há quem goste dessa segurança...
Bjinhos
Braga

Catarse disse...

Há quem diga que com a idade se perde essa apetência pelo risco... a malta acomoda... amolece... fica apática... tá mal!! Devia ser ao contrário senão é apenas aceitar a descida até ao final! ;) Beijo

IM disse...

Pessoalmente, penso que essa questão de trocar o certo pelo incerto depende muito de quem envolvemos nessa "aventura", ou seja, se somos só nós os directamenbte envolvidos, é uma coisa; se há terceiros a embarcar nisso tudo, é outra. Se bem que, na realidade, nunca podemos ter certeza de que uma situação é segura e outra é incerta...
Agora acho que tens toda a razão qd dizes que a 1ª análise é aquela em que acreditas...de facto, se começarmos a pensar muito, não saímos do sítio, isso é certo. Também falta saber até onde estamos dispostos a correr riscos...Também é verdade que com a idade aprendemos a ser mais cautelosos e a não avançar na incerteza, mas também é verdade que isso, muitas vezes, nos impede de ir mais longe ou, até, no limite, de sermos verdadeiramente felizes!...
Cá por mim, só numa situação deixei o certo pelo incerto; dei-me bem, curiosamente, mas tenho hoje consciência do largo passo que dei...é tudo muito complicado...podia ter corrido mal, muito mal...nisso tudo é preciso algo a que as pessoas chamam "sorte"...