quinta-feira, maio 31, 2007

Áquiiiiiiii

Entre São Bento do Sul e Joinville, antes de se chegar à BR101 - a estrada da morte -, o caminho, que fiz vezes sem conta em 2000, serpenteia por montanhas verdes, verdes.
Se não fosse esta música talvez eu me lembrasse melhor dessa paisagem...


bilu, bilu. Palminhas, palminhas!

Poucas coisas são mais infantis que a teoria-económica-de-túnel-de-vento:

As greves são pagas pelos trabalhadores
A ideia de que a greve é um direito que beneficia o trabalhador tem um pequeno problema: o direito à greve é descontado no salário por omissão. Os empregadores não são agentes passivos que ficam impávidos e serenos perante as leis que os socialistas inventam. A partir do momento em que todos os trabalhadores adquirem o direito de faltar ao trabalho sem serem penalizados os empregadores reagem. E a forma mais fácil de penalizar os trabalhadores sem desrespeitar a lei é descontando à partida os custos das greves no salário. Os trabalhadores começam a pagar as greves futuras no dia em que são contratados. Podem fazer greve, pois podem, mas começam logo por ganhar menos por causa disso.
A ideia de que a greve é um direito que beneficia o trabalhador tem um pequeno problema: o direito à greve é descontado no salário por omissão. Os empregadores não são agentes passivos que ficam impávidos e serenos perante as leis que os socialistas inventam. A partir do momento em que todos os trabalhadores adquirem o direito de faltar ao trabalho sem serem penalizados os empregadores reagem. E a forma mais fácil de penalizar os trabalhadores sem desrespeitar a lei é descontando à partida os custos das greves no salário. Os trabalhadores começam a pagar as greves futuras no dia em que são contratados. Podem fazer greve, pois podem, mas começam logo por ganhar menos por causa disso.

Amantes Furiosos - Heróis do Mar

Raça eterna
Almas ardentes
Suplício feroz
Amor e ódio

Morte honrosa
Sacra nobreza
Cruel inocência
Chama de triunfo

Paixões violentas
Amantes furiosos

Raça eterna
Almas ardentes
Suplício feroz
Amor e ódio

Fiéis ao romance
Cruzaremos rotas sem fim

Morte honrosa
Sacra nobreza
Cruel inocência
Chama de triunfo

Paixões violentas
Amantes furiosos

Fiéis ao romance
Cruzaremos rotas sem fim

Fiéis ao romance

segunda-feira, maio 28, 2007

Velhos contos do gin tónico

A segunda-feira é mais difícil depois de um fim-de-semana de festa.

domingo, maio 27, 2007

Comunicado de imprensa

A sociedade de personalidades Catarse anuncia que a diminuição temporária de posts que se tem verificado se deve a um capricho da realidade que teima em não se subjugar à minha vontade como devia, ao contrário do que sucede com outras pessoas que a vergam a seu bel-prazer com uma simples rasura, rubrica e data, conforme as boas práticas de documentação ditam.

E nem sequer precisam de post-its vermelhos...

A todos aqueles que faltei, falhei ou deixei em stand-by peço desculpas e prometo redenção apropriada.

Retomaremos a anomalia das emissões habituais dentro de momentos.

Deixo-vos com a música apropriada para a "escravatura" de que estou a ser alvo:

sexta-feira, maio 25, 2007

Agora Escolha - A banda sonora da novela!

1/3 da gerência chegou agora a casa da labuta e deparou-se com a balbúrdia.
Assim delibera-se colocar à votação de todos qual a banda sonora original mais apropriada para a novela em curso nos comments, nos termos de um agora escolha:

Hipótese A


Hipótese B


Hipótese C (um miminho extra)



Enquanto votam podem apreciar esta belíssima série juvenil retirada dos anais da história televisiva recente.

quinta-feira, maio 24, 2007

O hit do momento no meu mp3

Quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?


Eduardo e Mônica - Legião Urbana

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não tou legal, não agüento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"

E, mesmo com tudo diferente
Veio neles, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação

E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

working nine to five... I wish



Quem me dera... deve haver uma maneira mais fácil do que sair às 8,15 e chegar a esta hora a casa... o euromilhões está um bocado complicado... heranças estão difíceis... senhoras muito ricas de idade avançada e saúde débil não tenho encontrado... já vou tarde para jogador profissional de futebol (sim, porque talento tenho ao pontapé)... não tenho feitio para política, vigarista ou ladrão, passe o pleonasmo... não tenho pais ricos e o bes está fechado a esta hora... estou tramado!

quarta-feira, maio 23, 2007

Portugal na NBA?


Há pelo menos um site americano que aposta na entrada do português João Gomes, jogador de basquetebol do Barreirense, nas escolhas dos Utah Jazz para o draft da NBA que terá lugar a 28 de Junho.
De acordo com o HoopsHype.com, João Gomes poderá ser escolhido na 55ª posição do Draft, tendo a possibilidade de ser o primeiro português a jogar no melhor campeonato de basquetebol do mundo.

Coincidências...

Há alturas em que as coincidências ganham um significado extra e quando isso nos permite escapar ilesos a um acidente na IC19 tudo parece diferente (podes ligar mais vezes, P, depois desta. Qualquer coisa que precises, um órgão interno, um álibi, etc, é só dizeres).

Circulava eu à velocidade de cruzeiro de 140Km/h pressionando o carro da frente para me desamparar a faixa (ao que este fazia orelhas moucas) quando tocou o telefone. Era uma chamada de trabalho. Abrandei um pouco a velocidade e abri uma certa distância para o Peugeot que tanto me estava a chatear por não encostar à direita.

A chamada terminou minutos depois e preparava-me para retomar a perseguição à minha némesis daquele trajecto que seguia uns 5, 10 metros à minha frente, quando, numa curva à esquerda, perturbado por alguma coisa que não percebi, a condutora começa a perder o controlo do carro, oscilando entre o separador e os carros da faixa central numa espiral de erros que culminou num magnífico estoiro quase de frente contra a divisória de cimento e consequente ressalto para a faixa central, felizmente liberta de carros que se aperceberam do que estava a suceder e se afastaram. Entre destroços, fumo e óleo, consegui passar no buraco da agulha que se formou entre o carro destroçado e o separador, quase por instinto. À passagem, tempo ainda para ver a condutora acidentada tombada para o banco do lado e o festival de travagens, desvios, manobras de emergência que se seguiu por parte dos restantes condutores.

Valeu a chamada (podes ligar mais vezes, P, depois desta. Qualquer coisa que precises, um órgão interno, um álibi, etc, é só dizeres) para não me ter juntado à pilha de metal retorcido. É que não me dava jeitinho nenhum estoirar-me todo agora. Morrer então era totalmente inconveniente. Tenho montes de coisas marcadas, pessoas para ver, lugares para ir.

(consultadas as notícias que não mencionavam mortos no IC19 anteontem)

Moral da história 1: se não queres ter um acidente no IC19 atende o telemóvel, mesmo que seja trabalho.

Moral da história 2: se não queres ter um acidente no IC19 deixa-me passar quando me estás a abrandar.

Moral da história 3: se não queres ter um acidente no IC19 aprende a conduzir o teu Peugeot.

Moral da história 4: salta sem olhar no IC19 e terás ovos no teu cesto.

Moral da história 5: um separador de cimento ganha sempre a um Peugeot.

terça-feira, maio 22, 2007

delicatessen

segunda-feira, maio 21, 2007

O palhaço do amor

Dia cinzento. Há tese para escrever e não há surpresa no campeonato.
De qualquer maneira, eu estou chegando ao fim desta vez quer dizer apenas que daqui a um mês o sol vai brilhar. E muito.

sexta-feira, maio 18, 2007

monty python



always look on the bright side of life

Gravity's Rainbow



Come on with me through ruined LiPGLOCK
Accross Tangian deserts we'll FLOck
MADcap Medusa Flank my Foghorn
We'll change four seasons with our first born.

All ships of sense on HYPer ocean
All Kytes of chaos still in motion
My culture vulture such a DAB hand
I'll Steal you from the year 4000

Come with me, come with me
We'll travel to INFINITY
I'll always be there : Uh OH : My Fut>re LOVE
I'll always be there, for you : My FUTUre Love

Your tears leave trails of TIK,VAN,LoofAutonoma : the rubix groom hoom
THose crippled lines that I can't get to
would fall through TIMe but i won't let you

Come with me

quinta-feira, maio 17, 2007

Ask me anything

Right, wrong, what to do?
Someday it will come to you
Hostile Indians
We named our summer camp for you

I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´m in utter dismay
I´ve got nothing to say

Harmless children
We named our soldiers after you
Don´t be a coconut
God is trying to talk to you
We could drag it out
But that´s for other bands to do

I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to give
Got no reason to live
But I will fight to survive
I´ve got nothing to hide
Wish I wasn´t so shy

I lied to urge
I´d like to read
I´d like a part
I´d like the lead

But
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to say
I´ve got nothing to give
Got no reason to live
But I´ll kill to survive
I´ve got nothing to hide
Wish I wasn´t so shy


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Perguntar não ofende e em todo o caso há sempre quem responda...

http://demented-pixie.com/askmeanything/

quarta-feira, maio 16, 2007

A Bola

Leiam a pérola que "A Bola" pôs on line a propósito do caso do cão de Mourinho:

Mourinho detido para proteger o seu cão
O técnico do Chelsea, José Mourinho, foi na terça-feira inesperadamente detido pela polícia inglesa, após ter impedido que o seu cão fosse levado de quarentena, segundo revela a imprensa britânica.

Como a polícia inglesa parece que não tem muito que fazer e os seus cidadãos são um claro exemplo a seguir, como se tem visto recentemente em Portugal, decidiu ir a casa de José Mourinho porque tinha dúvidas que o cão do técnico português tivesse as vacinas em dia.

(negrito da minha responsabilidade)

Que subtileza! Que classe! Que rigor informativo...

E o árbitro do decisivo FCPorto-Desp. das Aves é....

segunda-feira, maio 14, 2007

Um clássico é um clássico


A peúga branca do Alex... A Mallory...

domingo, maio 13, 2007

diário de bordo

Num dia em que algo novo começou decididamente a tomar forma e que pode vir a significar uma grande mudança (comunicações futuras sobre este assunto no tempo devido), a noite trouxe o despertar dos panhanhas que temos dentro de nós. Provocado por uma conjugação de factores, alguns intrínsecos, outros alheios à nossa vontade, o que poderia e deveria ter sido uma noite divertida e animada, transformou-se em algo menos bom e profundamente marcada pelo signo da apatia e panhanhice, motivo pelo qual pedimos desculpas e prometemos devida redenção!

A companhia merecia muito melhor!

2/3 da gerência

sábado, maio 12, 2007

40º à sombra - Radar kadafi

No fundo da avenida
Bebendo um capilé
Quarenta graus à sombra
Nas mesas do café
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer

Aihaiah
Mediterrâneo agosto
Em pleno verão
Aihaiah
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiah

Parte um navio
Desce a maré
Vejo o céu vermelho
Tomara que estivesse a arder
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer

Aihaiah
Mediterrâneo agosto
Em pleno verão
Aihaiah
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiah

Eu só te quero a ti
Eu só te quero para mim
Agosto aqui para mim
Só ter um fim
É ter-te a ti
Só para mim
Agosto aqui
Só para mim

Especialmente dedicada...

Gin soaked boy - for your earing pleasure



realmente uma música fantástica...

obrigado Camionista Tarzan.
valeu pela música

sexta-feira, maio 11, 2007

Sampi V (acho) Moodicetea

A dada altura Sampi atingiu um ponto de verdadeira saturação com o estilo de vida que levava. Era só loucura, inconsequência, inconstância. Precisava de algo mais sério. Algo mais estável. Decidiu que tinha chegado o tempo para tentar uma abordagem diferente. Afinal, depois de tantos anos de diversão com os locais, se calhar, podia agora dar-lhes qualquer coisinha em troca. Para além das bebidas, drogas e explosivos, claro. E todas aquelas formas de arte incompreensíveis que pareciam apelar de uma forma estranha ao imaginário dos humanos, como a louça das Caldas, a ripa de madeira inclinada em cima de um tijolo e os filmes do Manoel de Oliveira.

Bom, mas isso praticamente não contava para a grande ordem das coisas. Precisava de sentir a realidade deles para os compreender. De estar integrado naquela realidade e não de estar acima dela ou dentro da sarjeta, como era mais habitual. Aderiu a um ginásio. Ajudou mas faltava algo. Abraçou a filosofia, leu, escreveu, puxou pela cabeça, tentou descobrir o sentido da vida, a resposta à grande pergunta sobre a vida, o universo e tudo o resto (que como quase toda a gente sabe é: quanto são seis vezes sete?) porque não conseguia aceitar a resposta 42 como sendo assim tão reveladora sobre tudo o que ele conhecia. Tentou o budismo, yoga, tantras, mantras, drogas, mantas, deserto, escreveu as musicas dos doors e deu-as ao Jim Morrison enquanto este andava perdidinho por lá, incenso, hinduísmo, paganismo, bruxaria, vudu, búzios, ler tarot, as mãos, os pés, mãe de santo e quejandos.

Encarnou o líder espiritual de que seguem trechos das suas prédicas aos crentes:

Mestre, o que é mais pesado para a alma? O que é mais nobre? Sofrer na alma As flechas da fortuna ultrajante Ou pegar em armas contra um mar de dores Pondo-lhes um fim?

Eh pá, também já estive nessa. Isso e saber se preferia que me arrancassem pelos do cu pelo nariz ou pelos do nariz pelo cu...

Mestre, fala-nos do dia-a-dia!

O dia-a-dia é uma seca. Quem me dera ter um controlo remoto para passar as partes chatas...

Mestre, diz-nos o que pensa do amor?

Humm. Tramado. Humm. Muito tramado. Nas palavras do poeta, o amor é fodido, Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer, ora zumba na caneca e estamos na fossa outra vez! O melhor é mesmo nem pensar nisso. Se por acaso alguém apanhar uma coisa dessas, é fazer o mesmo que com as constipações: Cama, muitos líquidos e esperar que passe!

Mestre, e o trabalho?

Chiça penico. Onde? Quem? Eu? Porra! Ah... bom... o trabalho... tou de baixa.

Mestre, sobre a música...

Isso é que é. Taí coisa para demorar... Vai do "Lá, lá, lá, dá-me favas com chouriço,..." até aquela coisa tcham tcham tcham tcham do Ludwig, passando por Van der Graaf Generator e Gogol Bordello. Sem esquecer o grande exito "conan o homem rã" e o atirei o pau ao gato.

(inspiração: “O profeta”, “Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”, HC, comments deste blog)

quarta-feira, maio 09, 2007

il dolce fare niente...


Shortbus II



"A necessidade promove acasalamentos estranhos!" Quarta Lei de Farber ;)

Shortbus I

terça-feira, maio 08, 2007

A vida simples...

Nestes dias em que os ideais ecologistas ganham popularidade por força da crescente demonstração de poder por parte da natureza face à civilização humana (sempre normal reagir melhor ao medo do que à razão, principalmente em comportamento de manada), seria de reler o que diz Thoreau sobre a vida natural e simples (embora sem com isto estar a advogar o retorno à Idade das Trevas ou ao Paganismo).

Com o evoluir descontrolado da ciência e da tecnologia assistimos durante uns anos ao transformar lento mas paulatino de homens em máquinas, cada vez mais frios e impessoais, regidos por princípios egoístas desde o enunciar do postulado de Adam Smith sobre o crescimento económico. De seguida, a Ciência matou Deus (com a preciosa ajuda de Nietzche e para gáudio dos ateus e niilistas) mas abdicou da gestão das almas e destinos dos homens com a consequente perda de valores morais até hoje não substituídos à altura. Depois entrou a globalização que nos atirou para um caos cultural, social, racial e religioso do qual muito se pode esperar pela exposição a maneiras diferentes de pensar e pelo convívio com a diferença mas do qual ainda tanto se teme (sendo a homogeneização um dos perigos) e do qual pode resultar uma convulsão enorme com perdas imensas (não estamos fora do alcance das leis da evolução e, portanto, os menos adaptados caminham para a extinção) se o processo não for adequadamente conduzido para o bem comum. Com a pressão crescente do consumismo, media e publicidade com recurso à manipulação de ideiais de estilos de vida, status, desejos e ícones criámos o monstro da depressão por ser quase impossível cumprir com tudo aquilo com que somos bombardeados e devíamos ter ou ser para atingir a felicidade. A desproporcionalidade na distribuição da riqueza não explica tudo, embora conduza sem dúvida a pressões sociais, emigração clandestina, sobre endividamento, aumento do crime e queixas sobre as condições de vida. Mais ainda, com o evoluir da ciência médica a nossa esperança média de vida aumentou incrivelmente mas não em proporção à qualidade com que a gozamos. No meio de tanto egoísmo e desinteresse pelo próximo, cresce a corrupção que prejudica indiscriminadamente populações inteiras.

Felizmente está sol, há praia e mar, vem aí o subsídio de férias e nada disto interessa. Vamos no bom caminho! Em frente! O precipício é já ali...

Foi há dez anos





segunda-feira, maio 07, 2007

Memórias...

Segundo um artigo que li recentemente a fiabilidade das nossas memórias pode ser muito mais fraca do que aquilo em que gostaríamos de acreditar. Tendo em consideração que muitas vezes agimos de acordo com as experiências passadas e sabendo ainda a nossa percepção em tempo real não é também 100% fiel, pois depende de demasiados factores como estado de espírito, capacidade de observação, estado de alerta, stress, fármacos, capacidades sensoriais, etc, fica um pouco abalada a noção de uma ligação firme à realidade. Ou melhor, a uma só versão de realidade. Mais ainda para quem prefere colorir as partes cinzentas com uma palete de cores imaginárias.

sexta-feira, maio 04, 2007

Flower Party

Também é de ir!


"festa das flores . sexta 11 maio . abertura de portas 00h00 . preço: 15 € – c/ oferta de bebida . dress code: flores"

"Em plena Primavera, e já com um cheirinho a Verão, a Open Up, a Soundz, a Crush e as Produções Banana unem-se mais uma vez, desta feita para vos apresentar a FESTA DAS FLORES!!! Depois do sucesso da festa de Halloween, regressamos ao magnífico PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES do Instituto Superior de Agronomia, situado no coração de um dos maiores e mais belos espaços verdes da cidade de Lisboa - a TAPADA DA AJUDA!!!"

in mailing list das produções banana


Ciclo de cinema fantástico no Quarteto

Os melhores do Fantas!
É de ir! De 4 a 6 de Maio e de 11 a 13 de Maio!

for your laughing pleasure...



Apresentamos o grande, o único, o incomparável:


CHUCK NORRIS!


http://www.thechucknorrisfacts.com/


quinta-feira, maio 03, 2007

Sondagem Independente

Agora que estamos todos esclarecidos sobre a história do diploma de José Sócrates, está na hora de acabar com a sondagem da Gabardina. Para a história ficam os resultados dos 45 votos.

A pergunta era:
Se se provasse que o primeiro-ministro comprou o diploma sem ir a exames (e ele pedisse desculpas pelo facto) poderia continuar no cargo?

E as hipóteses de resposta:
Sim. Todos merecem uma segunda oportunidade.
Não. De maneira nenhuma. O primeiro-ministro não pode ser um vigarista.


Os resultados foram os seguintes:


contextos, falta de cultura, medo de assumir que não se sabe ou desinteresse?

Num artigo recente que me enviaram, um jornal (Washington Post) dedicou-se a uma experiência engraçada: Colocaram um dos melhores violinistas da actualidade, considerado uma estrela pop da música clássica, Joshua Bell, no metro, de t-shirt, jeans e boné a tocar vários temas num Stradivarius de 1713 (3,5 milhões de dólares) três dias depois deste ter dado um concerto onde os bilhetes custavam 100 dólares e que esgotou. A reacção do público que passava apressado foi quase zero, exceptuando umas poucas crianças e alguns adultos que abradaram. Noutra história semelhante na essência que ouvi também há pouco tempo, contaram-me uma troca que fizeram entre aipo e umas plantas daninhas, entregues a alguém que cozinhava e exigia aipo para o que estava a fazer e não deu pela troca, aceitando de bom grado as ervas. A net está cheia de fws de mails contento gravíssimas incorrecções e mitos urbanos que estão lentamente a ser absorvidos como verdadeiros. Um miúdo na televisão dizia que o 25 de Abril foi mau por se terem obrigado crianças a combater como se via nas fotografias.
O primeiro caso choca pelo pouco impacto que algo declaradamente belo teve nas pessoas. A arte verdadeira precisa mesmo do contexto dos museus, críticos, holofotes, revistas e televisão? Aparentemente sim. A segunda choca pela arrogância do conhecimento, desconhecimento e pela negação do desconhecimento. Nem comento os fws sobre canibais chineses com três cabeças do espaço. A quarta é cá do nosso burgo, cheios de minhocas na cabeça por não conseguirmos falar abertamente das coisas, sem extremismos ou histerias.
Outros acontecem diariamente mesmo à nossa frente, onde o valor das coisas é sempre relativo à escala que deixamos que os outros nos imponham ou por olharmos demasiado para dentro do nosso próprio mundinho.
O que falta? Interesse? Tempo? Perspectiva? Cultura? Sinceridade? Atenção? Tudo, provavelmente...

quarta-feira, maio 02, 2007

mudanças, interacções, variações, diversidade e evolução



Apesar de a certa altura já tudo nos parecer mais do mesmo, pelos livros que lês sobre um tema, pelas músicas que ouves sobre algo, pelos filmes que vês sobre o mesmo assunto, pelas experiências que te contam ou que te sucederam, existe sempre algo diferente e novo à espreita, seja uma variação sobre o mesmo tema ou um tema completamente novo (ou o mesmo visto de um ângulo diferente). Confesso que há alturas em que me parece que passamos todos pelas mesmas fases de vida, sofremos com os mesmos problemas, somos apenas mais um no meio de milhões que ouvem a mesma canção, ainda que pareça sempre que foi escrita só para nós. Desvantagens de meios pequenos, uniformidade da educação, exposição às mesmas influências ou apenas percursos que fazem parte do processo de crescimento e evolução pessoal? Ouço problemas pelos quais já passei, assim como os tinha ouvido antes e achava que por eles nunca iria passar. Sacudindo rapidamente noções como destino, inevitabilidade, acaso, sorte e azar deste texto, passava antes para as mudanças, que o tempo, a experiência e o conhecimento que absorvemos por vivência própria ou por interposta pessoa, pelas quais passamos e, como no anúncio manhoso do ice tea, nos transformam em perfeitos estranhos para nós mesmos (quanto mais para os outros). Parar é morrer, ou pelo menos na biologia diz-se que um sistema em equilíbrio é um sistema morto por não ter diferenças motrizes; agora será que a renovação pela qual devemos fatalmente passar para nos adaptarmos às condições que nos rodeiam faz de nós outras pessoas? Algumas coisas não mudam, por estarem mais entranhadas, mas muito do que constitui o eu é certo que fica irremediavelmente alterado por aquilo que fazemos ou vivemos e mais e mais cresceremos e mudaremos quanto maior for a nossa capacidade para lidar com a diversidade. Será isto doença própria de quem vive no Caos ou a Ordem também muda? Por definição seria de acreditar numa maior rigidez da Ordem, mas também não deve ser imune à mudança, assim como até o Caos pode ter uma teoria subjacente que o reja.

Vonnegut

Kurt Vonnegut morreu a 11 de Abril deste ano. Descobri isso na semana passada.
Quando li que tinha morrido lembrei-me do livro que li há uns 16 ou 17 anos atrás: o Barba-Azul. Sei que foi aí que começou a mudar o que penso sobre arte, os preços da arte e a distinção hobby/profissão.
Fui à procura do livro. O parágrafo decisivo está numa nota do autor prévia ao romance:

Deixem-me dizer-lhes também que muito do que coloco no livro foi inspirado pelos preços absurdos pagos por obras de arte neste último século. Tremendas concentrações de riqueza em papel-moeda permitiram que algumas pessoas ou instituições dedicassem a certos tipos de brincadeiras humanas uma inadequada e aflitiva seriedade. Refiro-me não apenas aos borrões artísticos, mas também aos jogos infantis - correr, pular, agarrar, atirar.
Ou dançar.
Ou cantar.

terça-feira, maio 01, 2007

indeterminação e complementaridade

http://www.dhnet.org.br/
direitos/
militantes/
freibetto/
betto_indeterm.html

agora é só montar o endereço pela ordem em que está disposto em linhas...
um problema qualquer impede-me de postar o link de forma convencional.
talvez assim?

link

na terra dos sonhos

31x364+((31/4)*1)+1 (mais ou menos)

Sabendo que me torno transparente mas sem querer que me tomem por translúcido, gostava de agradecer a preocupação mas dispensar o excesso de atenção. Uma vez chamaram-me a atenção para esse problema e vejo agora o grau de gravidade que pode tomar. Mais ainda gostava que os meus doutos leitores não me tomassem assim por tão fácil de ler. Gostava de acrescentar mais e mais coisas, sobre assuntos importantes que me corroem por dentro ou que me aquecem como se uma estrela carregasse em mim, mas vejo que devo tomar algum cuidado para não ser mal interpretado por quem por tão bem julga tomar-me como algo que de verdade não sou.
Não posso, no entanto, deixar passar uma ocasião como esta sem deixar aqui algo que ficou por dizer quando a garganta se turvou com tamanha reunião de amigos (que só posso tomar por sinceros e que se por sinceridade não agem, confio que por de igual montante de razão se tomam, para que tal motivo seja suficiente para traição de nobre princípio). Agradeço muito do fundo do que sou terem estado, nos vários graus e delongas, o que e como estiveram junto de mim hoje! Obrigado porque realmente gosto muito de todos vocês (entre os que estiveram e os que queriam ter estado)! Menos seria ser muito mal agradecido; muito mais seria lamechas. Se fiz o que fiz, só o fiz porque sou o que faço! Para quem não sabe o que por esta altura já devia saber, sem duvidar, espero um dia poder demonstrá-lo... BEIJOS&ABRAÇOS!