Toma lá que é democrático ...
A ministra das finanças de Portugal esqueceu-se de declarar umas mais-valias que recebeu no ano de 2001. Para corrigir o esquecimento, entregou uma declaração nova, em que computava aqueles rendimentos. Nada de especial. Um erro. Uma correcção. O facto relevante é que o erro foi dado por uma pessoa que sabe mais de finanças, espera-se, que 99,9 % da população Portuguesa. O que significa que se a ministra errou, é normal que todos os outros também errem. De onde se conclui que o sistema fiscal está construído de uma forma tão complicada, burocrática e confusa que é normal que as pessoas errem no preenchimento das declarações dos impostos.
O sistema assim organizado, dizem uns, é o resultado de anos de legislação avulsa, contraditória e diária, e que por isso não há ninguém responsável. Não creio que assim seja. O sistema fiscal, como em geral todos os sistemas, têm de ser de tal forma complicados e inacessíveis às pessoas a que se destinam servir, para que os que neles trabalham detenham algum poder sobre os utentes desses mesmos serviços. Quem é que indo entregar uma declaração de IRS, e sendo aconselhado pelo funcionário do balcão a fazer isto ou aquilo, se atreve a não seguir o conselho dizendo até " o senhor até foi simpático".
Mas esta é apenas uma manifestação da tecnocracia. A outra manifestação dos tecnocratas, e em geral dos poderes totalitários ( estado, cristianismo etc?) é o poder de perdoar. O poder do perdão, mas esse é outro assunto que espero poder voltar.
A ministra das finanças e todos os cidadãos em geral são vítimas do poder da tecnocracia dos serviços que servem em principio para os ajudar.
Contraditório, não é?, mas muito semelhante ao Deus cristão, é Ele que salva, mas é Ele que condena.
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