o que vai, volta.
O bicho é como um monstrengo verdíssimo. De lado, à frente e atrás tem os vidros protegidos com uma rede blindada resistente ao fogo, ás pedras e às garrafas partidas. Em cima da sua enorme cabeça dispõe da mais nobre arma que existe para dispersar multidões: agua.
Esta máquina, concebida para manter a ordem pública e dispersar os provocadores prejudiciais ao estado democrático, foi ontem apresentada publicamente pelo ministro da administração interna, altas patentes militares e religioso de serviço.
Ora, o instrumento da manutenção da ordem publica, ser rude mas com sentimentos, depois de ter ouvido os discursos que lhe imponham o que fazer, decidiu, porque estas máquinas podem decidir, começar no seu primeiro dia a reger-se pelos princípios que a criaram. Então, ligou espontaneamente o seu jacto e molhou toda a comitiva de fatos pretos. Dispersou a multidão, descobriu carecas, engasgou militares, lavou jornalistas, desbotou as gravatas e electrocutou microfones. A eficácia foi brutal. O caos político, jornalístico e protocolar com uma mangueirada de água.
As forças da ordem ficaram bastante extasiadas com a eficácia da máquina, pois podem ir para as casernas ver os jogos do 2004 e deixar que uma chuvita molha tolos se encarregue de dispersar os adeptos ingleses e alemães.
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