o osso, ou não...
Qual a diferença entre o que assistimos no passado fim-de-semana em Espanha e as cerimónias que nos são transmitidas da Coreia do Norte? Na essência as realidades são idênticas: o culto das personalidades, a mitificação das infâncias, a perfeição dos carácteres; em ambos os casos toda uma organização social que se projecta nos seus filhos mais perfeitos e transforma o quotidiano de todo um povo para celebrar um casamento ou, no caso da Coreia do Norte, um aniversário. Se as televisões em vez da marcha nupcial, passassem marchas militares poucos não se lembrariam das cerimónias na Coreia.
Esta semelhança, para quem a vir claro, faz perguntar como é que em duas culturas tão diferentes, acontecem fenómenos tão idênticos? O que é, à primeira vista, separado pela cultura, é no fundo unido pelo Homem, pois na verdade, é o mesmo ser que está nos dois lados. Aqui, e na china os Homens são na essência iguais. E, é nessa igualdade, que encontramos a necessidade dos indivíduos reconhecerem em alguém, ou em algo um valor superior a eles, pois só assim podem por instantes iludir a consciência plena que têm da sua finitude. Por isso, é que Deus morrerá quando morrer o Homem.
Os Homens precisam de chefes, ainda que os neguem. Deus, o estado, uma cabaça ou uma sandália; é inerente à natureza humana.
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