quinta-feira, maio 13, 2004

América

De dia para dia crescem os gritos de indignação contra violência que os soldados Americanos praticam sobre os Iraquianos; e contra a forma "selvagem" como um soldado Americano foi degolado. A mim essa violência total não me surpreende. Basta ir ao museu do Prado e ver como as paredes estão cheias dos "vídeos" do século XVI, XVII, XVIII, a transbordar de sangue e crime. Há mais violência numa sala do museu do Prado que nos 5 minutos de degolação do soldado Americano.
O que é novo nesta violência é o facto de a sabermos ás refeições. Todos os estados com polícia, exercem em segredo e por definição, violência arbitrária sobre as suas populações.

Alguém põe as mãos no lume pelo respeito dos direitos humanos, em Israel, Angola, Irão, Birmânia, Egipto, Congo, Ruanda, Colômbia, Nepal, Tibete, China, Coreia do Norte, Cuba, Moçambique, Usbequistão, Tchetchénia, Sudão, Líbia, Portugal, Comores, Etiópia, Guiné-bissau, Libéria, Togo, Espanha, França, Itália e Alemanha. Alguém? Não, pois não.

Pela primeira vez, no Iraque ocupado, os maus tratos e a violência são do conhecimento de todos, viajam em ficheiros "WMP" e "GIFF", transmitem-se pelas ondas de televisão e reproduzem-se em cada sala de estar confortável. Pela primeira vez, os responsáveis têm de dar explicações, pela primeira vez os objectivos imperiais de um pais podem ser postos em causa pelos biqueiros e choques eléctricos que os seus centuriões dão aos povos indígenas. E isto, é o novo, e só podia acontecer na América onde por não haver uma noção de "povo americano" ? salvo os índios sobreviventes ao homem branco ? não existe matéria para fundar uma ?razão de estado? totalitária. A diversidade Americana é penhor da impossibilidade de um fascismo totalitário do outro lado do Atlântico.

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