quinta-feira, fevereiro 07, 2008

X-Leader II

Instado pelo Rapper de Mafra, Sam C, aceito o RAPto deixo aqui alguns pontos do programa de governo da revolução (estava mesmo para os deixar em comentário mas achei que tinham conquistado o direito a um post próprio - o renascimento da minha Catarse Política?! Humm... logo se vê). Isto foi, assim, amanhado um pouco de improviso em cima do joelho e, certamente, alguns pontos são merecedores de uma discussão alargada, o que, a acontecer, já me satisfará (por agora):

1) Formação de movimentos cívicos apartidários com maior poder do que o individual (novamente remeto para recentes candidaturas de sucesso deste tipo em vários países).

2) Maior intervenção da sociedade civil (que não apenas os lobbys económicos) - nós!

3) Utilização das novas tecnologias como internet (blogs, páginas, fórums) de uma forma construtiva e participativa (o que sempre esteve implícito numa forma de governo democrático e de dia para dia tende a deixar de acontecer com o consequente impacto negativo da apatia - e detesto a ideia estereotipada das ideologias esquerda artística, cultural, participativa, lírica e direita, capitalista, patronal, conservadora, prática - as ideologias esbateram-se e dever-se-ia debater agora apenas o plano das ideias, independentemente da sua origem, e a sua aplicação à realidade).

4) Responsabilização/criminalização com direito a "cadastro civil" dos funcionários estatais e dos cargos eleitos com inibição de nomeação/candidatura a novos cargos para evitar a dança vergonhosa dos tachos para os amigos (os favores agora vão de um lado ao outro do parlamento, sem separação de cores).

5) Nascimento de uma imprensa informática de origem independente e livre, sem apegos ao mass media, completamente preso a orçamentos, publicidade, lobbys,...

6) Renascimento/reconstrução/repovoamento de aldeias/vilas limítrofes aos centros urbanos sob a égide de comunidades que partilhem dos mesmo ideiais de vida, evitando assim choques culturais e de estilos de vida e permitindo o aumento da diversidade e da escolha do local onde melhor poderás viver.

7) Aumento da fiscalização e da denúncia (sem cair nos extremos big brotherianos) de casos conhecidos mas tratados com a complacência do nada posso fazer ou quem me dera fazer o mesmo. O retorno ao castigo clássico do ostracismo social teria mais, maior e melhor efeito do que à partida se poderia supor se feito com a unidade de quem é verdadeiramente prejudicado.

8) Recurso e contorno a algumas leis implementadas para cercear direitos fundamentais - um pouco de guerrilha institucional ou mesmo na prática no dia a dia - desde que feita com inteligência e bom senso, e porque não sentido de humor e um retorno à criatividade e simplicidade infantil, operaria maravilhas e causaria transtornos verdadeiramente históricos.

9) Selecção criteriosa enquanto clientes das empresas e serviços com verdadeiro sentido cívico.

10) Partilha com sentido crítico da informação (enquanto pais, clientes, eleitores, trabalhadores, cidadãos,...) e participação interessada no sector da educação (que não se pode, para os pais, esgotar em enfiar os putos numa escola, por melhor que seja, ou num ATL e esperar que dali nasçam adultos coerentes e capazes).

O Plano de Governo toma forma, Sam C! Haja força para as implementar e motivar mais gente! Mas também te digo que se é verdade que cada um tem aquilo (leia-se neste contexto governo e governantes) que merece (ou faz por merecer) e se é igualmente verdade que só se mete nas merdas quem quer (ou quem delas não quer sair). Isto não é uma luta individual, tipo um contra o mundo. Ou bem que se quer fazer alguma coisa enquanto população ou então é só conversa fiada e ficamos todos felizes e contentes a caminhar alegremente para o precipício e a resmungar como velhos do restelo de pantufas e comando de televisão na mão! Tradicionalmente haverá sempre maior empenho de quem está mal em mudar algo e, de um modo inverso, daí o crescente desinteresse que surge com o atravessar de fases da vida a caminho de melhores condições, mas penso que isso será sempre uma falsa questão na medida em que haverá também uma geração seguinte e não iremos conseguir mantê-los numa redoma se não houver redoma possível que os proteja do mal que lhes legámos. Há ainda um papel de educadores a que ninguém se deve furtar, estado, pais ou simples cidadãos interessados, na partilha e discussão de temas relevantes. E uma responsabilidade acrescida para aqueles entre nós possuidores de maiores capacidades.

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