quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Recordo as intensas ânsias que corroíam os convivas. Os olhares trémulos de antecipação à porta da cozinha. E, o silêncio em que os últimos dos teofagos aguardavam a chegada do repasto. Puff ! som do gás a desligar, “bolas está quente”, paf-paf as portas abrem-se… “Cheguem-me uma base que isto queima a mesa”.” Uma concha, para o molho”, “pão, mais pão”. Estavam esta meia dúzia de almas nestes preparos quando um piano, sem razão aparente, sem dó maior e com um pedal torto, emitiu um Mi de sétima, no 44º do prédio sede da Toshiba em Tóquio. Porém, esta nota durou 2 horas e por isso quando regressamos ao regueirão dos anjos, Deus cozinhado num refogado era já memória na cabeça e betume nos estômagos destes meninos.

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