sábado, fevereiro 16, 2008

Saturday Night Fever

Um sábado chuvoso e ainda assim pleno de possibilidades. Ir, não ir. Fazer isto ou aquilo. Só uma ideia me persegue e atormenta, apesar de a saber barrada pelas circunstâncias. Aumentando a sensibilidade ao destino, acalmo a força da vontade própria que me levaria numa única direcção, e páro para sentir o impulso do acaso. Saio de casa sem rumo, caminhando a esmo contra o vento, sem lenço e sem documento. Na esquina do jardim sou parado pelo aroma do café acabado de tirar. Sentado na esplanada invernal com uma fumegante chávena quente que me aquece as mãos e uma música insidiosa que me aquece por dentro, vou escrevendo estas linhas sem sentido, esperando que este se revele a qualquer instante. O momento surge impado de si mesmo e apresenta-se à lente da câmara. A imagem é banal e ganha apenas força por tudo o que conduziu até ela mas a cor é tudo. É esta!