quarta-feira, setembro 26, 2007

Ridiculo ou assustador?

A notícia da recente visita do líder iraniano aos EUA, mais concretamente a uma universidade onde discursou e respondeu livremente a perguntas da audiência, revelou alguns aspectos preocupantes sobre o estado do mundo e sobre as pessoas que estão à frente dos nossos destinos.
O que move alguém com tamanhas responsabilidades a tomar tais atitudes? Aquele tipo acredita sinceramente que não tem homossexuais no Irão? Aquele tipo acredita sinceramente que não houve holocausto? Aquele tipo acredita sinceramente que uma nação naturalmente (milenarmente) belicosa, inserida bem no meio do maior barril de pólvora do mundo, quer energia nuclear para fins pacíficos? Aquele tipo fala da liberdade de expressão quando não a permite em casa? Será ele um completo imbecil (medo), um fanático religioso (medo), um louco egocêntrico (medo), um maníaco ardilosamente inteligente (medo) ou todas as anteriores (muito medo)?
Será falta de inteligência, falta de tacto ou um mau gabinete de propaganda? Argumentos sobre a luta judaico-palestiniana enraizam realmente numa série de más soluções criadas por maus líderes do passado para problemas que, também se terá de admitir, não sei se teriam solução fácil, mas é desnecessário renegar um acontecimento triste mas indelevelmente registado a negro nas páginas da História da Humanidade (mesmo sabendo da não separação dos poderes político e religioso no Irão e sabendo também da tradicional inflexibilidade associada aos assuntos da fé, isto parece-me demasiado descabido). Mesmo em termos de propaganda interna resulta a ilação de estar o tal tipo a falar exclusivamente para uma cambada de bárbaros ignorantes sedentos de sangue sem outro propósito que os faça felizes que não a imposição a todo o custo dos seus ideais a todos os outros, assumindo a liberdade para a diferença que têm desde que assumam que não poderão estar orgolhosamente sós num mundo cada vez mais global. Em termos de marketing para o exterior o tipo passa por pouco inteligente, teimoso e irracional o que, para quem quer ser uma potência nuclear, o desqualifica aos olhos da comunidade internacional (isto se tomarmos em conta que, ao contrário de outros tipos pouco inteligentes, teimosos e irracionais, não tem o poder político, militar e económico para impôr a sua vontade).
Não é menos verdade que algumas regras de etiqueta foram quebradas pelo reitor na recepção mas também quem anda à chuva molha-se e o tipo estava mesmo a pedi-las. Haja também, e felizmente existe, a capacidade de insultar como merece o outro tipo, o que está a frente dos destinos de muitos mais bárbaros ignorantes (e infelizmente também dos restantes habitantes do planeta), aquele que também tem responsabilidades face ao estado em que está o mundo. Será que alguém se importa de fechar estes dois imbecis (e mais uns quantos, alguns eleitos(!) o que também serve para qualificar como medíocre o sistema democrático que os pôs lá, como otários os que votaram e como irresponsáveis os que não o fizeram) numa sala longe de tudo, cheia dos mais variados objectos destinados a causar danos morais e severas humilhações, de preferência com transmissão televisiva para gáudio de quem quiser assistir? Porra! Se concordam que isto está de facto mal não podem ficar escondidos atrás do conforto da afirmação de nada poder fazer para mudar o actual estado das coisas! Protestem! Votem! Falem! Ajam! Criem! Mudem! Peçam! Censurem! Envergonhem! Critiquem! Esperneiem! Achincalhem! Ostracizem (confesso um gosto pessoal enorme por esta figura legal de punição da antiguidade clássica, sendo que lhe acrescentaria humilhação pública física e moral, bem como sevícias corporais levemente dolorosas, irritantes e não letais como beliscões, fisgadas, cuspidelas, rasteiras, ovos podres, papel higiénico molhado, pneus furados, açucar no depósito, batatas no tubo de escape e pontapés nas canelas - se nos tratam como crianças...)!

2 comentários:

katabatic disse...

http://democracyrising.us/content/view/736/164/

Catarse disse...

gracias pelo link! já o disse aqui uma vez e repito: mass media is dead! long live the lone gunmen!somos alimentados constantemente por informação (fabricada) em massa com o único intuito de baralhar e confundir. melhor que senso comum é ter sentido crítico para filtrar tudo isto.

há sempre esferas de influência, algumas acima da nossa compreensão, desde uma pequena escala local até à planetária, que tentam orientar a realidade no sentido mais conveniente. os problemas aparecem quando várias dessas forças entram em conflito sem que se consiga perceber qualquer tipo de identificação dos personagens intervenientes como pertencendo aos clássicos adversários Bem e Mal.

Em última análise:
a verdade não tem só uma face,
a loucura também não,
o preço da gasosa continua a subir,
e quem a paga é o povão... eheheh