quarta-feira, setembro 19, 2007

Objectivos

Todos temos, assumidos ou inconscientes, objectivos na vida. Uns mais fáceis de atingir, outros apenas sonhos impossíveis que mantemos pelo estímulo de imaginar uma realidade diferente daquela que nos traz o dia-a-dia. Entre os mais comuns, eleitos no top 5 de quase todos, ficam, não necessariamente por esta mesma ordem, casa própria, carro próprio, emprego estável, relação/núcleo familiar estável, saúde. Haverá também quem, mais pragmaticamente, resuma isto em 3 pontos: dinheiro, sorte e felicidade, o que, para mim, me parece uma abordagem saudável, desde que se mantenha tudo isto nas devidas proporções, já que ambicionar mais do que se pode ter leva rapidamente à insatisfação e assim nem se aproveita o que se tem. Há também sempre presente na maioria dos espíritos uma preocupação imensa e constante com bens materiais, consumo e dinheiro (mais concretamente com a falta dele) que acho absolutamente enervante e castradora... se virmos bem, há sempre quem tenha mais e melhor, mas também quem tenha menos e pior. É algo a que não podemos escapar. Podemos tentar lutar por mais, ambicionar o melhor, mas nem sempre isso será recompensado na devida proporção, o que não deve diminuir-nos a perspectiva de uma vida mais ou menos feliz. Por vezes, como tantas outras pessoas, não consigo escapar à vertigem de ambicionar o que não tenho ou não posso ter, o que vejo nos outros, o que me passa fora do alcance, o luxo e o fausto de estilos de vida que não posso ter e, em dias piores, olho para os items que tenho da lista dos objectivos e dou por mim insatisfeito com todos... e nem é por me relembrar que há quem tenha menos que a ideia se torna mais tolerável... Nesses dias é preciso um bom copo cheio de perspectiva fresquinha ou uma chapada de realidade na tromba para acordar para a vida em vez de ficar a mixordar (não sei se existe mas gosto muito da palavra) no que está fora do alcance. É por poder apreciar o que tenho, por viver o que posso, por ver que há um pássaro na mão em vez de olhar para os que passam a voar lá em cima... porque para esses... deixa-os pousar!! Para já a minha próxima meta é ir almoçar para saciar esta fome insana que me está a corroer por dentro... gosto de objectivos realistas.

5 comentários:

IM disse...

O problema aqui é mesmo o de determinar o que garante que o pássaro está na mão ou que outros pássaros estão a voar...muitas vezes não temos pássaro algum na mão; outras, nem percemos que o pássaro que temos na mão já voou outrora, enquanto o contemplávamos cá de baixo...
(lembro-me, agora, dos Anathema: We are just a moment in time...)

Catarse disse...

fnhófnhix... milhares de problemas... raio de pássaros indecisos que nunca se sabe o que vão fazer e onde estão... há alturas em que a melhor saída é pegar numa caçadeirazinha e, assim discretamente e sem assustar a passarada e muito delicadamente matá-los a todos! Ahh... que descanso... ;)

IM disse...

Essa de matar os pássaros era dispensável (mesmo a brincar isso incomoda-me...sorry...)...e às vezes nem são assim tantos...os "pássaros"...vês algum? Eu tenho um na mãe muito aconchegadinho...é melhor, às vezes, não olhar muito para cima...
;-)

IM disse...

Olha, não era na "mãe" que eu tinha um pássaro ( a não ser a minha mãe esteja, neste momento, a dar milho às pombas...), mas na "mão"...chiça p'rás gralhas!!!! Irraaaa!!!

Catarse disse...

bom, pássaros por pássaros odeio pombos; a caçadeira seria boa demais para eles. sorry.

ja uma gralha e um passaro com personalidade, uma coisa seria, uma coisa hitchcockiana, uma coisa digna de um filme serie B de terror.