domingo, setembro 02, 2007

Há um dia em que a arrogância natural da juventude desaparece. Para a geração que hoje tem 50/60 anos e, que actualmente assume os principais cargos do poder institucional em Portugal, esse momento foi a guerra colonial. Andava um tipo descansado da vida, a passarinhar entre o liceu, as escolas comerciais, e o salto para França, quando um dia, era obrigado a bater com os costados num país longínquo, em nome de uma pátria que tresandava a derrota. Era então que a morte, o estropiamento ou a loucura, por carta, ou na pele, reenquadravam as perspectivas e, criaram o desejo de mudar. Houve uma revolução. Hoje, a arrogância da juventude perde-se mais tarde. Tira-se um curso superior e, é ao desemprego que cabe a doce tarefa do reenquadramento. Tens 25 anos, um estilo do caraças e não podes desejar nada. Não tens futuro. Não tens trabalho seguro. Tens de passar por estágios gratuitos. A guerra colonial da geração que hoje tem 25 / 30 anos é o desemprego, o trabalho gratuito, não qualificado, e não pago. Falta a revolução.

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