numa dimensão paralela...
A radio tocava um som calmo, o trabalho estava em cima da mesa, o mail aberto com mensagens a chegar, os telefones tocavam urgentes e o tempo passava. Tudo corria com tranquilidade até que um morto-vivo fez a sua aparição. "Olá!", exclamou com a voz gutural saída do fundo da sua garganta putrefacta. "Sabe dizer-me onde fica a casa de banho?" ao que respondi "Tem de pedir a chave na sala do fundo, à esquerda e depois é ali ao virar da esquina daquele corredor.". "Obrigado" respondeu, deixando cair um naco de carne apodrecida na soleira da porta do gabinete. "Com licença!" rosnou Voldemort, com brusquidão, entrando decidido pela sala dentro, quase derrubando o pobre morto vivo. Dirigiu-se à fotocopiadora e levou os seus textos arcanos de maldições antigas que tinha acabado de tirar da internet. Puff, transportou-se para o seu retiro escuro, deixando para trás uma nuvem de enxofre. Ao fundo, atarefados como sempre, o Quarteto Fantástico estava reunido em redor do último relatório, tentando salvar o mundo e a produção pela terceira vez naquela semana. Ouvia-se a voz do Coisa dizendo qualquer coisa sobre abelhas, entre as gargalhadas do Tocha Humana, do Sr. Fantástico e a Mulher invisível. Um gnomo amistoso zanzava pelos corredores, sempre ocupado com os seus utensílios, procurando zelosamente manter uma certa ordem naquele covil de estranhas personagens. Na secretária em frente, Herr Flick from the Gestapo resmugava algo incompreensível em alemão ao telefone. A azáfama do dia a dia era uma constante, entre raios de energia, objectos voadores, explosões, tele-transportes e o ar sempre carregado de magia e leitura de mentes, mas o trabalho tinha de ser feito, a fábrica não podia parar e os objectivos a cumprir pairavam por todo o lado, ameaçadores na sua inflexibilidade. Despachei o que faltava daquele dossier, parando apenas para abrir mais umas quantas resmas de papel para a impressora com o sabre de luz.
Com isto era quase hora do almoço decidi invocar alguns aliados: D'Artagnan o mosqueteiro, Eliot Ness dos intocáveis, Blossom a PowerPuff Girl, a Heidi das Montanhas, Dorothy de Oz, entre outros. Na cantina a azáfama era a habitual com os grupos do costume nas suas brincadeiras e conversas a encherem o ar. Estavam lá o Knight Rider, o Hulk, 3 ou 4 Cylons, Spock o Vulcano, George Constanza, 6 elfos, a Bruxa má do Oeste, a Bruxa má do Leste, Morgana e Merlin, a Dory e o Nemo, Chucky o Boneco Diabólico, meia dúzia de estrumpfes com a estrumpfina, Roger Rabbit e a Jessica, o Noddy e Bob, o construtor, 4 throlls, o homem aranha na sua versão Peter Parker, o Tintin e o Lucky Luke, Conan o Bárbaro e a Elektra. Na cozinha os Hobbits afadigavam-se para a frente e para trás com os tabuleiros de comida, trazendo constantemente as mais variadas iguarias exóticas, a maioria das quais de origem desconhecida e ingredientes que também ninguém queria conhecer. Abrindo caminho por entre toda esta algazarra até um espaço vazio nas longas e rudimentares mesas corridas de madeira escura, o grupo instalou-se debaixo de um dos candelabros de ferro forjado. A conversa fluia entre piadas e comentários, com o ocasional uso de um superpoder ou habilidade por parte de alguém para melhor marcar o seu ponto de vista. Assim, por mais de uma vez, viu-se um hobbit passar a voar depois de uma palmadinha nas costas do Hulk, a careca do Constanza fulminada por um raio de Merlin, o cabelo da Heidi aparado pelo D’Artagnan e o Chucky a tentar arrancar à dentada um braço do Noddy e uma perna do Bob. Tudo normal.
Enquanto isso, ia cortando fatias, fininhas como convém, da carne assada com o meu fiel sabre de luz, ferramente indispensável para qualquer função, como desentupir canos, tirar etiquetas de camisolas, descarnar fio eléctrico, etc (excepto fazer a barba, coçar as costas ou tirar gatos de cima de árvores). Entretanto, pelo canto do olho, reparo que chega Xena a Princesa Guerreira com o seu costumeiro grupo para o almoço, distraio-me completamente do que estava a fazer e amputo o dedo mindinho da Dorothy. Bolas. Desculpa lá isso, pode ser que volte a crescer em Oz. Para me redimir uso a Força para trazer um tabuleiro de cafés para a malta, que tive entretanto de arrancar do lado negro, pois o Darth Vader estava com pressa e tentou outra vez a sorte com os meus cafés, o sacaninha.
6 comentários:
Que imaginação...! Sabes quem falta aí? A Madame Min e a Maga Patalógika!!!!!
IM
Bolas, nem acredito que me ficaram a faltar as personagens Disney e do Maurício. Pato Donald, Gastão, Bafo de Onça, Tico e Teco, Peninha, Zé Carioca, Mónica, Cebolinha, Cascão...
E Quino... E Salamão&Mortadela...
Bom, a lista de referências e personagens seria interminável e depois isto converter-se-ia apenas numa enumeração que ocuparia todo o blog.
Realmente imaginação é o que não te falta! Foi pena teres esquecido o Tom Sawyer!
De falha em falha... terei de rever isto.
Pode ser que na sequela do conto apareçam mais algumas personagens...
E isto sem contar com as personagens da vida real, as melhores de todas, porque têm bocadinhos de todas estas na sua génese, pelos livros, filmes e músicas que consumimos avidamente toda a vida!
É verdade...na sequela do conto não esqueças outras personagens fantásticas: Calimero, Lucky Luke, Asterix, Obelix...ehehehe
IM
O lucky luck já lá tá!! faltaram o rantanplan, os dalton e o jolly jumper...
Uderzo outra mega falha!!
Já tenho material para o resto da saga!
E agora ala para os festejos da páscoa pela noite lisboeta, que se faz tarde e isto já não são horas... up up and aaaaaaaway!
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