sexta-feira, abril 27, 2007

Eu...

Gosto de confiar e não me desiludir, de poder contar com as pessoas, de lealdades, de amizades verdadeiras e incondicionais, de sacrifícios pelos outros, da empatia entre duas pessoas, de cumplicidades, de pessoas que se interessam, que se lembram, que se esforçam, que se preocupam, que perdem uns segundinhos por coisas que realmente importam, que param para ajudar alguém desinteressadamente..

Não gosto que não me respondam quando pergunto alguma coisa - há mensagens, mails, correio, telefones, telemóveis, messenger, pombos-correio, sinais de fumo, tambores, estafetas, etc... Não considero que não dizer nada corresponda a um não, porque do mesmo modo pode ser um sim, um não vi a pergunta, um quero lá saber disto, um esqueci-me, um deixei passar o prazo sem querer... É só carregar no reply e escrever "Não". Até pode ser sem til ou sem maiúscula. É melhor que nada. Irritam-me o silêncio absoluto e a indiferença...

Gosto de miúdas espigadotas com piada, de conversas diferentes, de mudanças de ritmo que provocam nós no cérebro, de engates entre estranhos, de conhecer mais e mais pessoas, de acasos e destinos, do que estava escrito que tinha de acontecer por mais estranho que pareça, do que parecia impossível há uns tempos atrás e de ver pessoas felizes a aproveitarem a vida.

Não gosto de fuçangas, nervoseiras, choraminguices e choradeiras. Na estrada, nas filas, nas festas, à mesa, à conversa, ao telefone... Sosseguem, acalmem-se, relaxem... O stress mata e chateia-me.

Gosto que perguntem directamente aquilo que querem saber, que digam aquilo que querem dizer, que assumam o que querem e que façam o que lhes apetece fazer sem ligar a mais nada. Gosto de mudar, de escrever o que quero, de fazer o que quero, de ser compreendido ou muito mal entendido, de perder a cabeça e saltar de olhos fechados, do caos e do pandemónio.

Não gosto de indirectas, de jogos interesseiros sem interesse, de meias palavras para bons entendedores, de quem espera que adivinhem aquilo que era suposto fazer sem darem nunca um sinal do que seria, de recriminações por tudo e por nada, de berros e de quem fala alto só para ter a razão do volume, de mentiras, traições, cínicos, azedos, sonsas e panhanhas.

Gosto de praia, sol, conduzir à chuva, de noite e em estradas sinuosas, morangos, desportos colectivos e de jogar para ganhar, convívio, copos, festas, música, conversa, relaxar na praia, livros, vinho e tapas, lareiras e cacau quente, puffs, jogos, coisas novas e diferentes, filmes de terror e outros, de desafios, chocolate, de piadas parvas, pratical jokes e non-sense, de surpresas, fotografias, de arriscar, de prendas pensadas, de gestos únicos e carinhosos, aguardente velha, de cães, de promessas cumpridas, velas acesas e incenso a queimar, de viver a 110% e de excessos, de segredos guardados e amigos fiéis.

Não gosto de côco, de lulas, de esferovite, desmarcações à última hora, novelas, leite puro, religiosos extremistas ou supersticiosos embrutecidos, tacanhices e mesquinhices, pacotes vazios no frigorífico, meninos/as da mamã, fraquezas de espírito, chicos-espertos, corruptos, anis, pessimistas, desmancha-prazeres, heavy metal, show-off, varandas marquisadas, sítios com muito fumo ou apertados, famílias mokambo, aparências e pessoas calculistas.

7 comentários:

IM disse...

Boa. Subscrevo muitas coisas daqui. Aliás, o 1º parágrafo logo por inteiro.
No 2º concordo a 100% com o facto de não gostares que não te respondam. Também eu detesto e até considero mesmo que o silêncio significa em 90% dos casos "quero lá saber" ou "não estava com atenção", o que vai dar ao mesmo!
Também não gosto de stress, mas stresso, essa é que é a verdade, mas é um stress muito subtil: nada de descontrolos ou choradeiras histéricas!
Mas não gosto do caos, nem do pandemónio: prezo a ordem e o rigor absolutos!E gosto de indirectas desde que sejam inteligentes, aliás, qualidade que mais admiro nas pessoas...
Não gosto nada de praia, ou melhor, do "ir à praia", ou seja, toalhas, sacos, protectores solares, guarda-sóis, etc., etc...detesto a areia colada, espalhada por todo lado e figuras grotescas a deambularem pela praia. Gosto sim da praia numa manhã de inverno, com o vento forte e o mar picado. Mas gosto muito de conduzir à noite e também em estradas sinuosas. Não gosto das festas nem de copos, mas gosto da lareira,do convívio, dos livros e de boa música (muito), de desportos colectivos (menos futebol, entenda-se...). Também gosto de coisas novas e diferentes, filmes de terror e outros, de desafios,de fotografias, de arriscar, de prendas pensadas, de gestos únicos e carinhosos. Dispenso a aguardente velha, mas adoro cães e promessas cumprimdas bem como velas acesas e incenso a queimar. Não gosto de excessos, mas gosto de viver no limite e também de segredos guardados e amigos fiéis.
(nada mau para um Gandhi/Saddam!!!!)
IM

Catarse disse...

Assumo uma errata: onde se leu indirectas, leia-se boquinhas parvas... realmente uma indirecta inteligente faz toda a diferença como chamada de atenção... Nem tudo tem de se resolver com um martelo pneumático.

Catarse disse...

Pesem as diferenças, encontram-se sempre pontos comuns, mesmo entre Gandhi/Saddam e Salteador da Arca Perdida/JFK! ;)

IM disse...

De uma certa forma, a loucura é comum embora servindo fins diferentes...
Pois é...uma indirecta inteligente (sim, as que não são inteligentes nem podem ser apelidadas de indirectas, certo?) é um sinal de pura capacidade intuitiva e de sentido inequívoco de oportunidade oportunidade.
IM

IM disse...

O "oportunidade-oportunidade" não saiu bem...ehehehehe...é que eu nem sequer queria dizer um "what-what"...sorry...eheheheh

Catarse disse...

Nada bate a inspiração do momento, realmente!

Isso e estar no emprego, numa fábrica que aposto vazia a ouvir música aos berros enquanto acabo uma coiseca antes de zarpar rumo ao fim de semana!

Eh eh eh. Há quem partilhe hobbys, outros partilham loucuras via blog. É sempre bom saber que do outro lado alguém lê e compreende.

IM disse...

A expressão "zarpar" faz-me pensar (e isto nada tem que ver com o assunto dos comments...ehehehe) faz-me lembrar o quanto a nossa língua é marcada pelo nosso passado de navegações...temos "n" expressões/palavras que prov~em dessa experiência secular: zarpar, deitar carga ao mar, ir de vento em popa, perder o norte, estar a nadar (em assuntos), ir-se afundar (num exame!!!), ancorar, rumar a bom porto, andar à toa, ficar á toba, aproveitar a maré, ir de vela, tábua se salvação, chegar a porto seguro, chegar a terra, navegar conforme os ventos, navegar, dar à costa, fazer marcha à ré...etc., etc., para além de famosos provérbios "Quem vai ao mar avia-se em terra", "Grande nau, grande tormenta"etc., etc., etc...eheheh
Bem, peço desculpa ao staff do Gabardina por esta incursão à Diogo Infante, mas de repente a expressão "zarpar" remeteu-me para um barco de piratas (portugueses, claro, ou havia outros???? eheheh) no mar alto!!!!!
IM