existências insignificantes
Is that all that is? Nasce, cresce, amadurece, ganha, ama, mata, cria, perde, pensa, mirra, morre. De sol a sol, sem nada para fazer senão o que tiver de ser, sem mais o que fazer senão passar pelo mesmo que tantos outros, iguais a milhões, sem mais do que repetir o que outros já leram, ouviram, viveram e souberam. E se for só experimentar para descobrir que é tudo igual para nós como foi para outros, que nada muda, escravos das estatísticas e da psicologia de massas que nos empurra os carrinhos de compras para o alinhamento dos enlatados, ao som da música que nos faz gastar mais? Fazes parte dos 25% com isto, dos 25% sem aquilo ou dos 50% que não sabe ou não responde (ainda pensei em falhar os 100% e fazer uma piadola sobre a soma das partes e o todo mas depois mudei de ideias)? Ou vives atrás de uma barreira impermeável que mantém tudo asséptico e arrumadinho nas suas pastas de ficheiros multimédia (ou mais arcaico, no diário e no armário) a ler o que podia ser vivido e a escrever aquilo que querias ter feito...
O que é que faz a diferença para ti? Para mim, hoje, confesso que não sei... A guerra? A fome? As doenças? As drogas? A eutanásia? A felicidade? A paz na terra? O amor? Talvez a sopinha de legumes que comi ao almoço. Estava bem boa e não me levantou nenhum problema existencial profundo! Estava perfeitamente amoral, apolítica, atéia, neutra, despida de preconceitos ou polémicas e tenho quase a certeza que não tinha grandes convicções sobre coisa nenhuma, como, aliás, tantas outras sopas... vá, faltava-lhe um pouco de sal.
4 comentários:
O que faz a diferença para mim é a própria diferença. Não encaixo em nada, acho, nada de muito normal ou comum, ou sei lá! (o que é normal? Ou comum?). Às vezes canso-me de não encaixar em nada e Marte é sempre um projecto de vida...
(a sopa: uma boa opção...espero que não tivesse pedacinhos de legumes...lolol)
(a sopa estava passadinha, tadinhos dos legumes eheheh)
Quem é que quer encaixar na maioria, na média? A média é medíocre. A norma? O comum? Bolas, deixa lá isso. São valores artificiais traçados por quem não tem nada que os destinga dos demais, confortáveis por pertencerem a um rebanho protector que os faz parecer maiores do que são e excluir toda a diferença como aberrante.
Aceita Marte (ou Saturno ou Plutão)se é onde encaixas. Vais ver que há lá outros marcianos. ;)
É...acho que vou pensar em Saturno ou Plutão...prevejo que em Marte já exista muita gente e eu não gosto de muito pessoal. Depois esse pessoal iria querer formar uma sociedade e iria criar regras; com as regras viriam os padrões de comportamento, o certo, o errado, o normal e o anormal e eu não estou para isso. Lá teria eu de fazer as malas e pisgar-me para Saturno ou Plutão. Ainda por cima teria de gramar os pseudo-marcianos mais uns tempos à espera de voo. Prefiro ir já num directo para Saturno, de preferência sozinha, num lugarzinho junto da asa e com o meu mp3. Tá feito.
Pois, também é verdade; cedo os ditos exílios utópicos se transformam em pudim flan...é esta tendência gregária da espécie... agora também é verdade que em comunidades mais pequenas e com interesses comuns há algumas vantagens que superam as desvantagens. Com menos pressões e expectativas e com pessoas que valem o esforço do cumbíbio!
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