quinta-feira, abril 12, 2007

Insultos...

A nobre e mui antiga arte do insulto, refinado ou em bruto, tem, nos últimos anos, andado realmente em baixo com a proliferação de termos banais e sem imaginação nenhuma. Posso dizê-lo pois vim de um local onde nos bons tempos teria ouvido uma bela e ampla gama dos mais variados e imaginativos impropérios mas que hoje ficou bastante aquém do esperado - um estádio de futebol. Urge reanimar esta área do conhecimento, pois, agora mais do que nunca, existe uma enorme necessidade de injuriar e insultar uma variedade de pessoas que de facto o merecem e, se tivermos em conta o que fizeram para o merecer, merecem muito mais do que palavras gastas pela repetição e uso abusivo que extravasa já o âmbito do puro linguajar verrinoso e ofensivo. Muito se tem estudado sobre esta milenar disciplina da linguagem que se julga ter nascido logo após a invenção dos primeiros vocábulos, existindo mesmo uma corrente de opinião de alguns peritos que perfilham que o primeiro vocábulo terá certamente sido um palavrão dada a grande utilidade que se teoriza ter tido na alvorada da civilização mostrar desagrado a um colega hominídeo por este lhe ter acabado de acidentalmente lascado uma apara de sílex para a vista ou pelo osso que tinha atirado ao ar ao som de "Also Sprach Zarathustra", perto do obelisco negro, lhe ter inadvertidamente pousado suavemente no crânio. Assim, e escalpelizando (isto não é uma piada sobre o crânio do atrás mencionado hominídeo) um pouco o tema, temos então 2 grandes tipos de insultos: os mono vocabulares e os compostos. Dentro dos primeiros podemos incluir os formados por fusão entre palavras (excepto hifenizadas que se incluem nos compostos) e dentro dos segundos temos os formados por mais que uma palavra com especial destaque para os chorrilhos, ou seja o encadear de um número apreciável de asneiras e/ou insultos. Para além destes dois grupos existe ainda uma classe especial, as frases insultuosas que curiosamente nem sempre incluem palavras que por si só constituam uma ofensa.

Fica desde já aqui aberto o fórum de comentários para que livremente (anonimamente se assim o entenderem) possam expressar o vosso desagrado sobre seja o que for e nos termos que mais vos aprouverem, salientando de novo a necessidade de serem criativos nas palavras e conceitos empregues. Resta acrescentar, por motivos óbvios, que é de todo desnecessário identificar o alvo dos vossos insultos excepto se for absolutamente vital para a compreensão do que escreverem. Pensem em coisas enervantes, pensem em coisas irritantes, pensem em pessoas que vos tiram do sério, pensem nas piores situações em que já estiveram, pensem no governo, no trânsito, nos impostos, no amigo da onça, naquele vizinho niquento, no polícia que vos multou, na pessoa que vos enganou, naquele superior irritante ou o subordinado insolente, no pior corolário da Lei de Murphy, no senhor do apito... Inspirem-se! Avancem! Desabafem!

3 comentários:

Catarse disse...

para abrir as hostilidades:

biltre, pulha, traste, sacana, facínora, sacripanta, panhanhas, ovo podre

IM disse...

Ora bem, confesso que não tenho "pedal" para isto, não só por não contribuir com grande originalidade, como também devido ao facto de ter tido uma educação algo rígida no que respeita à linguagem...vou tentar, mas não prometo nada de jeito...então aí vai:
energúmeno, palhaço, trolha-d'Ariosa, besta-quadrada, calhau-com-olhos,pamonha, tótó, tóino, bestunta, bosta-de-boi, palermóide, debilóide, cérebro-de-minhoca...
Não me ocorre mais nada; quiçá mais tarde...;-)
IM

Catarse disse...

Bom, bom... estamos no caminho certo! São esses os que queremos resgatar das garras do oblívio.

paspalho, gândulo, madraço...

E para os dias em que há necessidade de algo mais elaborado:
http://www.insult-o-matic.com/
http://insultmonger.com/generators/index.htm
http://www.pangloss.com/seidel/Shaker/

Extraído do último site:
Your bedded hair, like life in excrements, start up and stand on end. Macbeth