"Eu odeio pessoas felizes! Quero matá-las todas!" Esta era a premissa que orientava a vida de Alcides. E com base nela, todos seus os testes psicotécnicos eram unânimes em afirmar que as únicas profissões que lhe serviam eram as de terrorista ou assassino. Assim, o nosso herói decidiu ser assassino de massas (em inglês, mass murderer). Homens, mulheres, novos ou velhos, mesmo animais, desde que felizes, não escapavam à fúria homicida de Alcides que acumulava mortes atrás de mortes. Não era esquisito. Marchavam todos e de todas as maneiras. Baleados, esfaqueados, atropelados, envenenados, esmagados, triturados, queimados ou fritos em azeite. Mas havia algo, uma insatisfação que Alcides não conseguia bem definir e que o impedia de se sentir realizado com a sua profissão. Faltava um desafio à altura das suas capacidades; aquela missão que seria o seu orgulho. E um dia surgiu-lhe no espírito a ideia do que poderia ser. Matar a pessoa mais feliz do mundo. E quem era ela? Essa sim era a parte complicada. Não permitindo que isso o detivesse, arregaçou as mangas e deitou-se ao trabalho. Leu todas as estatísticas dos níveis de satisfação e indicadores de qualidade de vida, leu os grandes filósofos, estudou psicologia e bebeu uns copos. Passados uns anos, Alcides tinha chegado a uma conclusão. A pessoa mais feliz do mundo era a senhora Felicidade dos Anjos. Os motivos e cálculos que o levaram a esta conclusão não são importantes. A verdade é que tinha acertado. Passou à acção e, para revolta de todos quantos a conheciam, matou-a da forma mais atroz que conseguiu imaginar, quebrando todas as barreiras conhecidas da dor e do sofrimento humano. "Ah!", exclamou, "Finalmente! Agora sim, estou....feliz?!". Fiel aos seus princípios, sacou da arma e suicidou-se.
sábado, fevereiro 10, 2007
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