Promessas, promessas...
De todo o tipo, forma e feitio, a promessa e o seu pagamento são figuras curiosas que encontramos para reforçar a nossa crença e força de vontade de que algo aconteça. Ao mesmo tempo que transfere (e aligeira) a responsabilidade para uma instância superior ou acontecimento isolado, preferencialmente no futuro e de cobrança no acto de entrega, leia-se após a consumação/consubstanciação do tal desejo, permite um certo conforto mental de se saber que se empenhou algo em prol do que se almeja conseguir. Mas pode ser também encarada como uma desresponsabilização, uma vez que muitos se contentam em atirar a atoarda para o ar (para quem ouvir é uma bela questão - o próprio?, o público?, uma entidade superior?) e não pensar (ou fazer algo mais por) mais nisso até ao dia em que fica satisfeita a premissa base do contrato. Se esta inacção já é má, que dizer do não cumprimento do prometido para além de que a confiança é um capital limitado que se demora a reunir e se esbanja num segundo, mais ainda à enésima estória efabulada do juro que faço e aconteço género Pedro e o Lobo.
Das religiosas abstenho-me de comentar porque fica ao critério da crença de cada um. Por mim posso falar e dizer que não acredito num Deus chantagista ou interesseiro que peça penhor do Bem que possa fazer, pelo que não a Ele (exista ou não) nada prometo mas aceito e compreendo que situações desesperadas acabem por fazer crer no recurso a soluções fora do alcance da razão ou da lógica. Eu, ou o faço para mim próprio com a certeza automotivadora do negócio que me acabei de propor, ou, feita a outrém, tenho de garantir que tudo farei para cumprir com o disposto.
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