sábado, março 17, 2007


O céu é azul, o sol brilha, os pássaros chilreiam nas árvores, os rios correm nos leitos, estou bem disposto! E porquê? Não sei. Tem mesmo de haver uma razão? Até pode ser que exista, de facto, uma. Ou até mais que uma. Mas será preciso que assim seja? Nem sequer precisa de ser pelo oposto, pela infelicidade dos outros ou pela própria. Só sei que de facto me sinto melhor assim do que ao contrário e isso basta. Há coisas melhores, há coisas piores, nem está tudo sempre bem e nem está tudo sempre mal. De facto não há grande sentido nem significado para a vida à vista desarmada, não há, aparentemente, justiça ou razão para as coisas acontecerem. E então? Mais um motivo para seguir em frente contente, feliz e descontraído e aproveitar a viagem. Não é o mesmo que desinteressado ou desinteressante como alguns patetas alegres que para aí andam, imunes a tudo ou protegidos por uma casca grossa de cinismo carrascão. Nem como os eternos deprimidos, revoltados com a vida, sempre à procura da próxima rasteira de um mundo sempre contra eles. Nem egoísta ou autista em relação aos outros ou completamente obcecado com uma coisa qualquer ou alguém. Mas para quem é assim, bom para eles; para mim dá-me igual, desde que não chateiem. Não tenho tudo o que quero nem me falta tudo o que preciso e ainda bem. Não sei tudo, não vivi tudo, não fiz metade do que quero fazer, nem vou fazer um décimo do que podia ter feito. E depois? Morrem pessoas aqui e ali, outras roubam, outras matam, algumas mentem, enganam, fogem e escondem-se de tudo, com medo. Posso enlouquecer profundamente amanhã e separar-me da maioria. Posso cair morto daqui a segundos, atropelado na passadeira ou engasgado com uma ervilha. Expétaclaaaaaar! Impecáááábel! Uma ervilha ia fazer todo o sentido para mim. Pelo menos mais do que uma abóbora, acho. A minha sobrinha disse-me olá ao telefone e chamou-me tio. Fui ao teatro ver uma boa peça com uma companhia agradável. O Benfica ganhou ao PSG. Mais uma vez não ganhei o euromilhões mas passei uns bons quinze minutos a sonhar (depois lembrei-me que não tinha jogado o que explica muita coisa). Acabei de reler o meu livro favorito. O último album dos Arcade Fire é muito bom. Está sol e calor. Dormi bem, entre sonhos variados, e acordei antes do despertador, para ficar na preguiça um bocado. Tenho emprego, casa e carro (que está de parabéns por ter feito 9 anos com saúde). O Pinto da Costa foi constituído arguido. Tive uma conversa interessante com alguém que não conhecia bem. Já marquei as minhas férias para este ano. Tenho amigos porreiros que não falham (uma em particular que anda feliz da vida e ainda bem). Os semáforos estavam todos verdes e encontrei lugar para estacionar à primeira, perto de casa. Há coisas fantásticas (como na tvcabo mas com anúncios melhores). A EDP devolveu-me dinheiro que tinha pago a mais. O almoço que fiz estava óptimo. O meu tornozelo esquerdo dói-me quando vai chover e assim nunca me esqueço de levar casaco ou guarda-chuva (tudo tem um lado positivo e como não tem chovido, neste caso tem dois: também não dói). O pc não pifou a meio deste texto (e se pifasse o autosave recuperava-o de certeza). Estou cheio de energia e apetece-me tudo! Tudo e mais ainda! O que não conseguir comer aqui e agora é para levar para depois, fáchavor, ó chefe!

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