sexta-feira, setembro 30, 2005

João Deão 29


Ao contrário de meu cono, sempre resguardado por selvática pintelheira, meu olho negro, sempre alojou pelagem civilizada: senaita revolucionária e cu aristocrata, eis, a parelha que me paga o T2 com mezzanine. O pêlo do pito é o pintelho: "Olá, pintelhinho, pá". O do cu, mutatis mutandis é o cuelho: "Estimado D. cuelhinho". As diferenças, mais que no esbudeganço de caralho, é no lamber que se revelam. Um dia, um celerado novito, enquanto de me enrabava com o indicador e me fodia com o anelar, como se metesse os dedos numa tomada eléctrica, perguntou-me se podia lamber. "Oh filho, mas tu lambe à vontade." O cabrão do trombeteiro, chupou-me a pachacha com uma força que o lençol acabou por me enrabar. Depois de assim se lambuzar com o chispe, deu idêntico tratamento ao meu olho mais fechado. Ora: o olho que nasceu burguês e passou a nobre com uma enrabadela de diplomata, acusou a igualdade do tratamento. Snobeira, presunção, arrogância ou tudo junto, a verdade é que logo ali avisei o putanheiro: "tu chupar o cu, não chupas, tu nesse cu, fazes é cornucópias com a língua". O puto corou, como coram os bebedores da água com limão num jantar de marisco, desentesou-se e foi ter com a mulherzinha.

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