João Deão I
São sete da tarde. João mete a chave na porta da casa arrendada onde vive, entra e poisa a mochila no chão. Despe-se enquanto acende o esquentador e liga a água quente. "é melhor fria". Nu, desliga o esquentador e mete-se na banheira. Com espasmos inspira, à medida que vai molhando o peito. Com o chuveiro de água gelada frontal à testa, sente um frio polar entrar-lhe cabeça dentro. Gela-lhe o cérebro. Da base da nuca, um azul frio espalha-se através da medula pelo corpo inteiro num último espasmo respiratório. João expira profundamente. Está relaxado e frio.
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