João Deão 7
João senta-se numa mesa ao lado. Coloca o prato na mesa, mas a imperial cai estrondosamente. Salpica ligeiramente o joelho esquerdo de Isabelle que no recuo abrupto para evitar a molha, puxa a cadeira para trás pisando com uma das pernas o pé descalço de uma amiga. Um grito silencia o restaurante. E prologa-se. E prolonga-se. Uma goela aberta, emite a plenos pulmões a dor de uma rapariga belga que enquanto aguardava uma água fresca e uma sandes de ovo com paio, fica com a unha do dedo mindinho esmagada. Unha forte, pele macia e uma Isabelle levíssima fazem com que João apenas tenha de desculpa a Isabelle e esta a Marie. Desculpa, desculpa, deixa ver, não foi nada, ficou vermelho, põe gelo, eu vou buscar, a tua amiga está melhor, obrigada não foi nada, desculpa.
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