quarta-feira, agosto 24, 2005

João Deão 11


A respiração fremente impede que os lábios se unam. Pequenos sons guturais: de alegria. Ela geme quando ele entra no vestido e lhe toca o peito. Ele sorri pela exacta medida das suas mãos. Ela recua. Sobe o vestido até à cintura. Aproxima-se e senta-se ao colo dele. De frente. Segura-lhe nas mãos e encosta-as ao seu peito. Perfeito. Percorre o peito de João como se lhe cravasse as unhas. Desce até as calças. Sente-o com a palma da mão. Uma e outra vez. Ele puxa-a e beija-lhe o pescoço. Ela desperta-lhe o cinto, os botões das calças. Um, dois, três, quatro e o último. Desce-lhe as calças e aproxima o seu tronco do tronco dele. Abre-lhe a camisa. Faz um pequeno círculo com as ancas, leva os braços atrás do pescoço e desfaz o nó que segura a parte de cima do seu vestido. Abraçam-se, colando a pele. Ela arranha com as pontas dos dedos as costas dele, até ao pescoço que beija, envenoando-se com o cheiro da nuca dele. Ele segura o peito dela com as palmas de mão, pressionando-os de vez em quando os mamilos entre os dedos. Dançam sentados, num ritmo lento, circular e profundíssimo. Ela sente-o. Ele sente-a. Ele beija-lhe o peito, inspirando o cheiro que vem dela. Olham-se nos olhos e sorriem. Ondulam juntos. Estão absolutamente sós no mundo.

Descem a rua de mão dada. Pudicamente. Procuram um sitio onde passar a o resto da noite.

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