quarta-feira, novembro 10, 2004

Ó Pai Celestial

Ontem quando cheguei a casa percebi que um colega tinha deixado entrar dois jovens missionários Mormons para a nossa sala, para uma conversa rápida. Eu, que sempre fui fascinado pelos "elderes" aos pares, juntei-me à conversa. A primeira surpresa é que eles são tipos bem dispostos, que nos entregaram um cartão em que se referiam a si mesmos como "os elderes". A segunda é que as crenças e os ritos deles são muito simples. As orações muito mais interessantes e exigentes que as católicas. Não há cá Avés Marias repetidas até ao vómito - cada um tem que dizer o que lhe vai na alma. A terceira é que não nos quiseram vender nada e não nos pediram nada - só quiseram falar do que acreditam e saber o que nós pensamos. A quarta é que respondem a todas as perguntas sem problemas - desde o que estão cá a fazer, passando pelo que farão quando regressarem aos EUA e acabando em quem votaram nas últimas eleições americanas.
A conclusão é que ou o marketing deles é muito melhor que o da igreja católica portuguesa, ou é um facto que a verdade está com eles e não com as outras igrejas que temos por cá, incluindo a católica.

Quando eles me visitaram ontem nada tinha para pedir ou agradecer a Deus, ou ao Pai Celestial com sotaque americano. Hoje, depois da leitura dos jornais da manhã, tenho um agradecimento e um pedido. Agradeço nunca ter tido que me vender e não ter por isso que andar a fazer coisas em que não acredito. Peço que tal nunca me aconteça.

Há coisas mais importantes no mundo, mas eu prezo muito estas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lá está a malfadada mania de confundir a árvore com a floresta ou o líquene com o bosque ou raio que o parta com a tempestade...
Dentro da Igreja Católica também há várias confissões, qual com o seu carisma, que se manisfesta em várias coisas, inclusivamente na maneira de se dirigir a Deus, vulgo, rezar.
Ah... E não há igreja católica portuguesa.
Há Igreja Católica Romana. Só.

Anónimo disse...

mais uma achega... igreja católica portuguesa é uma contradição nos termos, já que católica quer dizer, precisamente, universal (do grego ?????????, kazolikós)!