Festa de garagem
Sábado à tarde. Festa de aniversário do Pedro. A garagem estava melhor que nunca. Bola de cristal no tecto e tudo. Depois dos rissóis, dos croquetes, da coca-cola e da batata frita que a mãe do Pedro tinha posto em pratinhos de plástico, a malta pôs uns slows a tocar na aparelhagem. Depois de o Pedro, o engatatão do grupo, ter dançado encostadinho a todas as suas amigas, e de um jogo do lenço, passaram os jovens ao jogo da dança das cadeiras. Depois de duas eliminatórias rápidas e sem problemas, à terceira o Nuno, o Chaves e o Pedro organizaram-se para que ficasse de fora o Zé, que andava a comportar-se como um idiota nos últimos tempos...
Ora o Zé não gostou nada disso e ameaçou que se ficasse fora do jogo se ia embora e levava os cigarros que tinha comprado às escondidas no café do fundo da rua, para irem fumar para trás da garagem quando caísse a noite.
O Pedro propôs, então, que se repetisse esta última jogada. O Chaves não gostou da proposta, bateu com o pé no chão e foi embora. Um miúdo birrento, concordaram o Zé, o Pedro e o Nuno, e também os restantes foliões, enquanto se serviam de mais coca-cola, à qual o Nuno acrescentava whisky da garrafinha que trazia escondida no bolso do blusão.
1 comentário:
isto fez-me mesmo lembrar as festas de anos na garagem do fábio... Mas na altura já ouvíamos portishead, líamos o "viagem ao mundo da droga" e víamos no vídeo VHS o "Clube dos Poetas Mortos". Uma adolescência cheia de contradições...
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