Canhanhos de cinema I
Chama-se “A morte do cinema” e é uma média metragem de um realizador português de quem não me recordo o nome. È um documentário sobre um homem que antes do 25 de Abril tinha na sua garagem uma pequena sala de cinema. Este “carocas” português comprou uma máquina de projectar antiga a um alemão duvidoso, e com a “carolice” tão típica dos Portugueses desmontou-a, limpou-a e pô-la a projectar filmes na sua garagem de automóveis em Aveiro. Tudo clandestino, claro. O 25 de Abril ainda estava para vir e se o regime não tolerava ajuntamentos de pessoas muito menos tolerava as multidões que se juntavam dentro da pequena garagem, transformada em cinema clandestino à noite. Durante mais de 20 anos este personagem do cinema Português mostrou em sessões esgotadas todos os melhores filmes pornográficos que havia na altura na Europa. Aos homens, porque as mulheres não iam a este cinema. Não iam, mas sentiam as diferenças quando os homens chegavam a casa depois de uma destas sessões. E não estou a ficcionar, está tudo escarrapachado, assim mesmo, neste documentário que faz parte do programa oficial dos Caminhos do Cinema Português que começa amanhã em Coimbra. A não perder!
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