Cruz no Monitor
Cruz no monitor! Sinto agonia!
Quem morreu? O próprio Pipi? Dou
Ao diabo o muito que escrevia.
Em 2004 a blogosfera mudou.
Quem era? Ora, era quem eu lia.
Todos os dias o lia. Estou
Agora sem essa monotonia.
Em 2004 a blogosfera mudou.
Escrevia asneiras com sabedoria
Um talento que o blog celebrou
Eu ria-me ali de noite e de dia.
Em 2004 a blogosfera mudou.
O meu coração tem pouca alegria.
E isto diz que é morte aquilo onde estou.
Horror parado da verbal orgia!
Em 2004 a blogosfera mudou.
Mas ao menos a ele alguém o lia.
Ele era lido, eu, que não sou,
Se acabar não falto, e ninguém diria:
Em 2004 a blogosfera mudou.
(Nota: Pastiche – género aqui inaugurado pelo meu companheiro de blog – do poema “Cruz na Porta da Tabacaria” de Álvaro de Campos.)
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