quinta-feira, janeiro 29, 2004

PSD, o governo de Portugal - de cima para baixo, ou de baixo para cima, descubras as diferenças e escolha o mais real

Cumprimos com o que prometemos
Só os imbecis podem acreditar que
Não lutaremos contra a corrupção.
Porque se há algo certo para nós é que
A honestidade e a transparência são fundamentais
Para alcançar os nossos ideais
Demonstraremos que é uma grande estupidez acreditar que
As máfias continuarão a fazer parte do governo como noutros tempos.
Asseguramos sem sombra de dúvida que
A justiça social será o objectivo principal do nosso mandato.
Apesar disto, ainda há gente estúpida que pensa que
Se possa continuar a governar com os esquemas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos o impossível para que
Se acabem as situações de privilégio e o tráfico de influências.
Não permitiremos de nenhum modo que
Os nossos filhos morram de fome.
Cumpriremos as nossas intenções ainda que
Os recursos económicos se tenham esgotado.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos o PSD, o governo em Portugal.

(Nota: Traduzido e adaptado de texto anónimo recebido de Espanha)

Turistas são Imigrantes

Qual é a diferença entre um imigrante e um turista? São os dois estrangeiros e querem os dois entrar num determinado País. Qual é então a diferença? A diferença é que um tem dinheiro para gastar e o outro não. O estrangeiro com dinheiro para gastar é um turista, um estrangeiro que queira trabalhar é um imigrante. E o País que promove o turismo e fecha as fronteiras não faz mais do que dar uma consequência prática aquele forma de pensar.

Anedota sobre Berlusconi

(contada pelo próprio em entrevista ao Repubblica)

Diz um tipo de esquerda para outro:
"Vou contar-te uma anedota: A mulher do Berlusconi vai ao funeral dele..."
O outro interrompe-o e diz: "Pára, não me digas mais nada! Já é maravilhosa assim!"

Post de assumido mau gosto (e cheiro) e bom humor

Assinala-se hoje, diz o Público, o Primeiro Dia da Incontinência Urinária.

Prevêem-se, nas faustosas celebrações, divertidos jogos recreativos como "quem melhor molha o colchão", "vamos trocar a fralda um ao outro" e "o meu repuxo vai mais longe que o teu".



A não perder!

O texto é apenas uma má desculpa para publicar a fotografia

James Brown foi detido pela polícia da Carolina do Sul, acusado de violência doméstica.

Os agentes da autoridade garantem que Brown, de 70 anos, foi todo o caminho até à esquadra a cantar uma música cujo refrão era "She doesn't feel good".

quarta-feira, janeiro 28, 2004

E todos os empresários portugueses, claro, também

Celeste Cardona recusa ilegalidade na retenção de descontos para a Segurança Social

2º parte...

Entrevistador, bastante atrapalhado :
- Não, nada disso… eu não queria insinuar que alguém que nós não vemos estava agora neste exacto momento a ter .... consigo. Eu sei … os votos... bem …diga-me lá então, por que razão é que ficou assim com a voz?
Irmã:
- Foi há muitos anos atrás, andava a brincar com os meus primos, coisas de miúdos… saltar e pular e apanhar uns cogumelozinhos avermelhados que existiam lá para os lados de Fátima. Lembro-me que numa tarde comemos tantos que passei a noite toda a falar de uma visão que tive. E isso já se sabe, naquela zona faz bastante frio, ... nós pobres como éramos... tínhamos de dormir ao relento. É uma zona onde cacimba muito, sabe. Bem, fiquei rouca, nessa noite. Nos dias e semanas que se seguiram todos me pediam para contar a visão que tinha tido naquela tarde
e por isso tive muitas vezes de repetir a mesma história; e claro está! a voz da pessoa sem descanso, e com uma faringite que já vinha de trás ressentiu-se… e olhe, nunca mais recuperei dessa faringite. A minha sorte é nunca ter fumando muito, nem ter saido muito à noite quando era nova. Claro! lá dei as minhas passitas…e lá me embededei uma ou duas vezes nada que passasse dos limites. Agora estou melhor, depois de ter entrado para o convento com o silêncio e com este xarope que me lá fazem. Só ainda há uma coisita que ainda não percebi...

terça-feira, janeiro 27, 2004

Jim Morrison - "An American Prayer"

"Do you know how pale wanton thrillful
Comes death on strange hour
Unannounced, unplanned for like a scaring over - friendly guest you've brought to bed
Death makes angels of us all gives us wings where we had shoulders smooth as raven's claws
No more money, no more fancy dress
This other Kingdom seems by far the best until its other jaw reveals incest loose obedience to a vegetable law
I will not go
Prefer a Feast of Friends
To the Giant family"

Jim Morrison - "An American Prayer"

Entrevista à Irmã Lúcida (Inicio)

Entrevistador:
-Obrigado, por ter aceite este nosso convite, para estar aqui presente neste programa de entrevistas com personalidades de referência. Em primeiro, gostava de lhe perguntar a sua idade. Diga-me irmã quantos anos tem?
Irmã, a revirar os olhos como se estivesse possuída e com uma voz grossa diz em latim arrastado:
IRMÃ:
- 89 anos. Pausa, a irmã vira o pescoço como se se contorcesse.

Entrevistador, a pegar lentamente num terço, pergunta como se tivesse a falar com o diabo ele próprio:
- Que voz cavernosa. Irmã, ainda está connosco? Quer que chame ajuda?

Irmã, a contorcer o pescoço e com uma voz ainda mais cavernosa:
-Não, não é preciso, esta faringite é que não me larga. Desde pequena que falo assim. Aliás, por isso é que estou nas Carmelitas. Sabe elas têm um voto de silêncio e por isso não me fazem muitas perguntas.

Entrevistador:
-Ah, que alívio, por momentos, pensei que estivesse possuída.

Irmã, espantada:
-Como assim? Possuída por quem? Sabe que eu não posso, fiz um voto de castidade...

Ana Gomes, essa democrata - o estado a que este país chegou...

Um belo texto de Ana Gomes, no Causa Nossa. Aqui está uma das suas partes mais bonitas, reveladora do espírito democrático e da intuição diplomática da senhora:

Ser português é não ser espanhol, gostando de Espanha, das Espanhas, mas ali ao lado. Ser português é conviver e comerciar com «nuestros hermanos» e aliar-se a Madrid em Bruxelas, ou à Galiza, à Catalunha, à Extremadura sempre que der jeito. É furar, chatear e protestar (como fez o Presidente Sampaio em visita em Madrid) contra entraves administrativos que impedem empresas portuguesas de ganhar contratos Espanha. É não borregar, é não enfileirar atrás do Sr. Aznar a asnear, como é tropismo do Dr. Durão Barroso (a Carta dos Oito, o Iraque, o TGV … ).

Só uma pergunta: como é que esta gente chega ao poder em Portugal?

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Beckam vs. Cristo

Quem é a pessoa que mais admiras em toda a história da Humanidade? A pergunta foi colocada a 2.500 jovens britânicos com idades entre os 16 e os 24 anos. Ficam aqui algumas curiosidades da lista obtida:

1.º David Beckam
2.º Brad Pitt
3.º Justin Timberlake
.
.
.
69.º Tony Blair
.
.
.
123.º Jesus Cristo e George W. Bush (ex equo)

Universalidade

Depois de ter visto um jogador da bola morto num campo de futebol, perguntei-me qual a razão de tal imagem ser mais intensa que as imagens de outros mortos que se vêm todos os dias na televisão.

A razão: foi ontem, não se viu mais um morto na televisão, ontem foi a própria Morte que apareceu. A grande diferença entre aquelas imagens do jogador e as imagens de corpos mutilados por bombas em Israel, é que, no segundo caso a Morte já passou, deixando apenas os sinais da sua obra. No jogo de ontem, pudemos ver a Morte em acção, a Morte que verga o Homem, a morte que o faz cair sem apoio; ontem não se viu um homem morto viu-se um Homem a morrer. E, um Homem a morrer, ainda tem um pouco de vida, tal como nós.

E é neste "tal como nós" que reside a intensidade das imagens de ontem.

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Em cada defeito uma doença, ou a vida na era do politicamente correcto

Há uns dias um amigo contava-me a história de uma senhora casada que ataca tudo o que mexe, desde que seja do sexo masculino e sentado no passeio chegue com os pés à estrada. E acrescentava, compungido, “É ninfomaníaca…”
Ora nos bons velhos tempos, meus amigos, esta senhora seria uma doida, ou, tendo em conta o matrimónio, uma rameira.

Mas é assim nos tempos modernos: para cada defeito descoberto na humanidade há um cientista que aparece com uma doença.
Os que dantes eram ladrões, são hoje cleptomaníacos.
Os que eram drogadolas, passaram a toxicodependentes.
Os filhos da mãe que nos incendiavam as matas, são agora pirómanos.
Os doidos têm um infindável menu de quadros psiquiátricos de onde podem escolher o mais refinado.
Os gordos passaram a obesos; as que não comem a anorécticas.
Os burros e os jotinhas (perdoem-me a redundância, como diria o Pipi), têm um QE elevado.
As bichas são hoje homossexuais*.
Os maus, sem carácter, vigaristas e afins, são como são e ninguém tem nada com isso.

Em breve serão descobertas novas doenças que tornarão aceitáveis a pedofilia e a agressão (senhores cientistas, já estão atrasados!).

Esta era do politicamente correcto, onde nada nem ninguém é criticável, em que temos de aceitar cada um como é e já nem os miúdos gozam com os caixa-de-óculos nas escolas, é uma seca! Por onde vai o humor nestes tempos? Com o que será permitido fazer piadas daqui a dez anos?
Uma coisa é certa: no futuro não haverá necessidade de prisões, mas ao contrário do que acontecia na terra com que nos fez sonhar o Jorge Palma, os hospitais irão crescer e multiplicar-se.

*neste caso não se trata de uma doença, porque o lobby gay não deixaria, mas de uma opção sexual que há que respeitar na mesma.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

As minorias também merecem subversão




II ( evolução)
Uma mulher em plano aproximado de peito coloca lascivamente a língua tesa dentro de uma bomboca de morango já sem a parte de cima. Pára, olha para a câmara, insinuante, e percorre lentamente com a língua o recheio da bomboca.
Um homem em plano aproximado de peito põe lascivamente os lábios por cima do gelado. Pára, olha para a câmara, insinuante, e chupa o gelado lentamente.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Arte: presente e futuro.




Os ingratos comem-se com grelos.

Os estudantes universitários ainda não tiveram a humildade de reconhecer que a esmagadora maioria deles, só está a estudar no ensino superior porque no passado houve alguém que lutou para que o ensino superior fosse universal e gratuito. O que possibilitou a democratização do ensino superior, e por consequência que possam hoje, ter acesso ao ensino superior. Hoje, há milhares de estudantes universitários espalhados pelo país porque o acesso à universidade foi democratizado. No entanto, os beneficiários dessa democratização do acesso não são capazes de perceber que é essa universalidade que está hoje posta em causa. Os beneficiários da democratização do ensino superior não estão dispostos defender precisamente aquilo lhes permitiu aceder ao ensino superior. É irónico.

Quando a verdade e a mentira são indiferentes

Seja ou não este blog da autoria da Anabela Mota Ribeiro, é sem dúvida um dos mais divertidos da história da blogosfera portuguesa.

Neste caso, e estranhamente, a verdade não me interessa. Serei leitor atento!

Um país à procura de um futuro...

...deve ser capaz de encontrar os melhores exemplos!

terça-feira, janeiro 20, 2004

Alqueva e Al-Qaeda - Que semelhanças?

•A Al-Qaeda destruiu uma parte de Nova Iorque; o Alqueva destruiu a Aldeia da Luz.
•Ambas trabalham em partes inóspitas do planeta.
•Ambas parecem estar, de momento, inactivas.
•De ambas se diz terem grande potencial.
•A Al-Qaeda é um projecto liderado por bin Laden; O Alqueva foi o grande projecto do Eng.º Guterres.
•A manutenção de qualquer uma delas custa uma fortuna que não se sabe bem de onde vem.
•O Alqueva criará o maior espelho de água da Península Ibérica; A Al-Qaeda pretende transformar o mundo num mar de destroços.

Psicoatra Americana em entrevista

Mais uma grande entrevista do Carlos Vaz Marques. Ontem, a essa tenebrosa figura que apesar dos seus múltiplos afazeres académicos e judiciais veio passar uma temporada de entrevistas a Portugal.

Pelo menos ontem houve alguém que, como é seu costume, lhe fez as perguntas que se impunham. E foi ouvi-la gaguejar...

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Cruz no Monitor

Cruz no monitor! Sinto agonia!
Quem morreu? O próprio Pipi? Dou
Ao diabo o muito que escrevia.
Em 2004 a blogosfera mudou.

Quem era? Ora, era quem eu lia.
Todos os dias o lia. Estou
Agora sem essa monotonia.
Em 2004 a blogosfera mudou.

Escrevia asneiras com sabedoria
Um talento que o blog celebrou
Eu ria-me ali de noite e de dia.
Em 2004 a blogosfera mudou.

O meu coração tem pouca alegria.
E isto diz que é morte aquilo onde estou.
Horror parado da verbal orgia!
Em 2004 a blogosfera mudou.

Mas ao menos a ele alguém o lia.
Ele era lido, eu, que não sou,
Se acabar não falto, e ninguém diria:
Em 2004 a blogosfera mudou.

(Nota: Pastiche – género aqui inaugurado pelo meu companheiro de blog – do poema “Cruz na Porta da Tabacaria” de Álvaro de Campos.)

o que é a arte?

O post que está em baixo é uma citação de um compositor ainda vivo e que perspectivou os ataques do 11 de Setembro como um grandioso momento de arte. Por causa disso o compositor viu os seus concertos cancelados e os apoios retirados. Em seguida, veio esclarecer o sentido das suas palavras, dizendo que de forma alguma apoiava os ataques e que condenava o terrorismo.

Hoje ainda não se pode falar do 11 de Setembro sem ser para o condenar. Qualquer pessoa que o tende discutir será logo acusada de defender o terrorismo, pactuar com a violência e querer o fim da civilização ocidental.

Hoje ainda não se pode falar do holocausto judeu ( sim, porque houve outros), porque se o tentamos discutir somos logo nazis, anti-semitas e sanguinários. Há assim certos assuntos tabu que só admitem um certo discurso. Talvez só daqui a muitos anos se possa verdadeiramente discutir estes assuntos. O que me leva ao ponto onde quero chegar. A verdade é que quando se puder discutir esses factos, o individuo pode já não existir, e assim nunca os irá discutir. As palavras do músico, colocam a questão: será que um dia alguém vai pensar nos ataques de 11 de Setembro como um momento artístico?

domingo, janeiro 18, 2004

11/09/2002

"This is the greatest work of art, the greatest ever undertaken in the whole Cosmos. Imagine what happened. All those people, concentrating on the performance, and suddenly 5,000 people are transferred to resurrection, in one go. I couldn't do that. Compared to this, we are nothing, as composers. [...] It's a crime for the one reason that the participants weren't free to chose. They didn't come to the 'concert', that's pretty clear, and nobody warned them about the possibility of biting the dust. But the things that happened on a mental level, this leaping out of security, out of the generally accepted, out of life, those things sometimes occur poco a poco in art as well. Otherwise, art would be nothing." Karlheinz Stockhausen

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Queima 2004

Os estudantes da universidade de Coimbra perderam uma bela oportunidade de demonstrarem que estavam comprometidos com a defesa do ensino superior. Ao derrotarem em votação a proposta de não realização da queima das fitas tornaram claro que para muitos a luta contra as propinas não é mais que um ritual de iniciação ao mundo mítico do estudante revolucionário.

Durante estes longos anos de lutas contra as propinas houve vencedores e vencidos. Os vencedores foram muitos dos dirigentes associativos que se promoveram nos aparelhos partidários à custa das manifestações. Os vencidos são os pensam que o ensino universitário deve ser universal, de qualidade e gratuito.

A maioria dos alunos universitários quer simplesmente tirar o curso que os pais não puderam tirar; e por isso, porque se consideram privilegiados em comparação com os seus pais, estão dispostos a aguentar o que for preciso.

Depois deste post duvido que volte a escrever sobre as propinas, para mim passou a um facto consumado e por culpa dos estudantes. E já agora boa latada, boas praxes, boas viagens de fim de curso, bons copianços, e claro uma excelente queima das fitas 2004.

Balões de pensamento

“Se não der sinais de vida durante três dias, ele vai ter mais saudades minhas”
“Por que será que ela não diz nada?”
“Vou-lhe dando alguma esperança e, se não arranjar nada melhor, fico com ele”
“Entro no jogo dela e não digo nada, ou digo tudo de uma vez?”



“Até gosto dele. É pena ser tão feio…”
“Por que é que ele nunca mais me telefona?”
“E se ela nunca mais disser nada?”
“E agora como é que eu me livro disto?”

O início de qualquer relação entre um homem e uma mulher seria muito mais divertido com balões de pensamento!

quinta-feira, janeiro 15, 2004

UM MUNDO DE POSSIBILIDADES

Ondas de pânico

De repente, os poderosos do país perceberam que, pela primeira vez, alguém verdadeiramente poderoso pode ser condenado a pena de prisão em Portugal.

As ondas de pânico estão à vista de todos.

Psicoatra Americana

Há personagens demasiado convenientes, para que possam ter credibilidade, em determinados momentos.

O Presidente disse...

Afinal, todos sabem o que é que o Presidente disse. Para uns disse: sim; para outros disse: não. Para mim disse nim. Esta é a História do Homem.

Este é um bom exemplo da necessidade de terminar qualquer frase com a expressão: “ou não” pois só negando aquilo que se afirma, é que se pode ter a pretensão de ser verdadeiro. A verdade é por definição contradição, ou não. Depois da lógica formal, depois da relatividade pós-moderna, eis que guiando os espíritos deve estar o rio da contradição a desaguar no mar do zero absoluto.

Em politica não se mente, trai-se.

quarta-feira, janeiro 14, 2004

"isto é só um lançamento de um livro"

Uma mulher em plano aproximado põe lascivamente os lábios por cima do calipo. Pára, olha para a câmara, insinuante, e chupa o gelado lentamente.

Um homem em plano aproximado de peito coloca lascivamente a língua tesa dentro de uma bomboca de morango já sem a parte de cima. Pára, olha para a câmara, insinuante, e percorre lentamente com a língua o recheio da bomboca.

terça-feira, janeiro 13, 2004

desconfiar da justiça para que se faça justiça

Para que se faça justiça é necessário ser desconfiado da justiça. Só um cidadão desconfiado, com o pé atrás e com a pulga atrás de orelha pode garantir que se tiver o azar de ser alvo de uma injustiça, consegue que se faça justiça.

Não se pode confiar na justiça. Não se pode confiar que os tribunais têm as moradas correctas, não se pode confiar que a administração fiscal tem todos os documentos que nos garantem uma isenção, não se pode assumir que tudo corre bem com a devolução de I.V.A ou reembolsos de impostos. Não! É necessário andar em cima dos processos que nos dizem respeito, é necessário sermos nós a ter a certeza que está tudo conforme a lei, nós, cidadãos. Por isso é que é necessário desconfiar sempre da justiça. Desconfiar da justiça é condição para garantir que se faz justiça.

O que disse para a justiça serve na verdade para qualquer burocracia. Qualquer burocracia que se preze tem como essência a criação de regras que servem para alienar os cidadãos que com ela são obrigados a contactar.

sexta-feira, janeiro 09, 2004

Aborto (recebido por e-mail)

Ouve-se dizer que o país vai ser, de novo, referendado sobre o aborto. Ao que consegui apurar, a questão que será exposta aos cidadãos já está formulada e é aqui avançada em primeira mão. A saber:

Qual a sua opinião sobre o aborto?

a) Tem sido um bom primeiro-ministro
b) Tem sido um primeiro-ministro ineficaz
c) Nem sequer tem sido primeiro-ministro

Something beautiful will come your way

Confissão, pouco cosmo-moderna, de início de 2004:
Gosto de Robbie Williams.

Para além do mais, como canta Ligabue:

Certe notti la radio che passa
Neil Young sembra avere capito chi sei.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Game, set and match Mr. ...

Acontece muitas vezes no ténis. Se um dos jogadores ganhar o ponto seguinte fecha o encontro, ganhando-o. Se o perder, e perder também o ponto seguinte, fica a um ponto de perder irremediavelmente o confronto com o seu adversário.

No ténis, como na vida, vemo-nos demasiadas vezes sem saber se caímos para um lado ou para o outro. No ténis, como na vida, nem sempre as decisões que podem cair para um lado ou para o outro são decididas pelos factores certos ou justos.

Gosto de ténis. Tenho dificuldade em ver a vida como um jogo.

DGCI - Cobranças coercivas

(Nota: Carta de leitor mais ou menos anónimo, mas com suficiente piada para ser publicada)

Exmº Sr. Gabardina,

Venho por este meio informá-lo que estamos a proceder à cobrança coerciva dos impostos que o senhor se esquivou a pagar, no âmbito deste seu blog. A saber:

1. Imposto sobre Blogs

No âmbito de um surto bloguista, o Ministério das Finanças emanou uma portaria - a 989923/04 - que obriga todos os detentores de blogues a pagar uma taxa de 1 euro por cada linha escrita. A razão para tal decisão é a de que enquanto estão a escrever não pagam impostos, poque não estão a consumir (pagando IVA, claro), não estão numa repartição pública a pagar emolumentos, não estão a andar de carro (os meus amigos ISP e IA) ou num centro comercial a projectar consumir e a dar uso às sapatilhas e fato de treino.

Imposto a cobrar: 1Eur x o nº de linhas escritas

(NOTA: como não tenho tempo para andar a contar linhas, este é um imposto de auto-declaração. A liquidação terá como base a declaração, estando o sujeito passivo sujeito - passe a redundância - às inspecções habituais)

2. Imposto sobre ideias

Uma vez que este é um país de idiotas, a melhor forma de combater o défice é taxar a idiotice, já que é um recurso abundante. Dessa forma, a portaria 748647962/02 vem taxar cada ideia em 5 euros, estando sujeito à retenção na fonte.

Imposto a reter: 15000 Euros pelas ideias que o seu amigo Daniel andou para aí a postar - é um BE encapotado, esse contribuinte...

3. IVA sobre os Blog hosting tools

Estando qualquer actividade sujeita a IVA, não esperavam que o alojamento de blogues fosse gratuito, não? Assim sendo, e uma vez que o Blogspot é estrangeiro mas o consumo efectivo é realizado em território nacional, chachavôr de passar os 19% de IVA sobre o custo da ligação ao alojador.

Imposto a pagar: conta de acesso à internet x 19%

Tem 2 dias para pagar todos estes impostos em atraso, sob pena de me ver a tocar à porta de sua casa devidamente vestida de negro e equipada de pasta cobradora.

O não pagamento obriga ao cumprimento de 30 dias de serviço militar no Iraque ou em alternativa à assessoria nocturna ao Ministro da Defesa no Forte de S.Julião da Barra durante 6 meses, sem compensação pelos danos físicos causados.

Lisboa, 8 de Janeiro de 2004


Nelinha do Leite

Cobradora do fraque - cobranças ao domícilio
PL

Caro Daniel:

A discussão que iniciamos aqui sobre a direita e a esquerda esteve à espera dos factos.
Ás vezes os argumentos teoréticos podem ser entendidos como preconceitos e isso pode de certa forma inquinar a discussão. Por isso volto à carga na defesa da minha tese com a realidade.
Saudações

quarta-feira, janeiro 07, 2004

A Igreja junto de quem a paga

Em Itália um padre católico, jovem e do sul do país, será um dos doze participantes da próxima edição do Big Brother.

Só o Vaticano parece não gostar da ideia...

Boa Notícia para 2004

Berlusconi já não é o nosso Presidente!

Turbilhão

Ela sente que o momento que chega é de mudança. Mais um que julga decisivo – como já julgou outros, no passado. Há sempre aquela sensação estranha no peito, aquela aflição contida de quem tenta o salto para o desconhecido. Sempre a angústia do que se quer ter e ainda se não tem e também o medo do que por certo se irá perder. As frases que decidiu ainda não dizer estão ansiosas. Querem saltar, fugir, agir.

A desculpa é fácil, nesta altura do ano: é altura de mudança. Na verdade não é nada disso. A verdade é que muitas vezes há algo que decide a mudança por nós. E não escolhe dia, nem mês, nem hora. Limita-se a empurrar-nos para um mundo novo, do qual, mesmo antes de chegarmos, mesmo antes de sabermos se chegaremos a partir, conseguimos adivinhar a aventura e o turbilhão de emoções que tem para nos oferecer. O papel dela é simples: fugir ou viver.

?

Será que o ressentimento de classe existe?

terça-feira, janeiro 06, 2004

Um país de CALENTONES

Nestes dias em Espanha aprendi mais algumas coisas sobre a cultura espanhola.

Em Portugal o pior insulto que se pode dizer a uma mulher é esse mesmo em que vocês já estão a pensar, que significa mulher que vai com todos, sendo ou não paga para tal.

Pois em Espanha o pior insulto que se pode dizer a uma mulher não é esse. Para os nossos companheiros ibéricos, o pior que uma mulher pode ser, e o pior que se lhe pode chamar é “Calentona”.

E o que significa “Calentona”? Como a própria palavra indica, é aquela que calenta, ou seja a que aquece o homem mas depois não faz nem o deixa fazer nada.



E essa é mais uma diferença entre Portugal e Espanha. Enquanto os espanhóis desprezam as Calentonas, nós somos um país de Calentones. Dizemos que vamos e nunca partimos, dizemos que fazemos e nunca concretizamos, ameaçamos e nunca batemos, amamos e raramente abraçamos.

E por isso estamos, como diz um amigo da Gabardina, sempre cada vez mais na mesma.

O que é a Portugalidade?

Ser Português é:

"então o Natal e o fim de ano foram bons?"
"olha, foi mais um, passou-se..."

Isto é ser Português.

Espanha vs. portugal - 9.

Por sugestão de uma amiga, e em atenção ao momento feliz e de esperança que se vive no início de cada ano, venho acrescentar o seguinte ponto ao post anterior:

9. Em espanha, mas também e sobretudo em portugal existem pessoas simpáticas e bonitas todos os dias!

Espanha vs. portugal

Passei o fim-de-ano em Espanha. Conclusões:

1. A gasolina é mais barata em Espanha;
2. Os produtos de supermercado são mais baratos em Espanha;
3. Os carros são mais baratos em Espanha;
4. As casas são mais baratas em Espanha;
5. Os restaurantes têm mais ou menos os mesmos preços em Espanha e portugal.
6. Os salários são muito mais altos em Espanha;
7. Nós seremos cada vez mais miseráveis;
8. Em portugal não haverá retoma da economia.

segunda-feira, janeiro 05, 2004

oral...idade

Não, não é um post sobre pedófilia.
Há uma expressão que começa a fazer o seu caminho na linguagem coloquial dos Portugueses. Depois do “ não havia necessidade” e do “shraaaan” eis que surge o “ou não”. Estas modas cíclicas que democratizam a linguagem, têm normalmente origem no grupo social que o resto dos grupos tenta imitar. Na maioria dos casos estas bengalas da oralidade apenas servem para isso: igualar, pelo menos no falar, os diferentes. Para além desta função óbvia, penso que se pode tentar ir mais fundo e analisar o próprio significado do conteúdo de cada bengala. Agora, interessa-me o “ ou não”.
Concluir uma frase afirmativa ou negativa com a expressão “ou não “ traduz um relativismo ético-moral absolutamente novo por estas terras cristãs. Dizer isto e depois negá-lo imediatamente é a única possibilidade ética para o homem pós-moderno se superar.
Esta é sem dúvida a expressão da Beach Generation que raia em Portugal. Ou não! E algures neste blog ela surge já num post longínquo, em titulo. Ou não!
Aplicações práticas: Olhe queria um café? Ou não! Vá à merda! Ou não! Amanhã vou mudar a minha vida. Ou não!
É genial, sentir o vazio que fica depois de um ou não. Ou...

domingo, janeiro 04, 2004

Prognósticos

Simples: Nos derbys quem está jogar pior, ganha. É isto o futebol!

sábado, janeiro 03, 2004

fumar mata

A revisão do código da estrada parece querer penalizar os condutores que falem ao telemóvel.

A razão: é perigoso! Se é perigoso falar ao telemovel, então muito perigoso é certamente procurar um isqueiro, apalpar os bolsos em busca de um maço, meter um dedo dentro do maço em busca de um cigarro, arrumar o maço, levar o cigarro à boca, recordar onde pára o isqueiro, abrir a janela, tirar os olhos da estrada para acertar com a chama do isqueiro na ponta do cigarro, acender o cigarro, arrumar o isqueiro e fumar o cigarro com a mão pousada na janela. E depois, há ainda que apagar o dito. Ou então atirar a beata pela janela. O que parece que vai ser multado.

E os pedófilos foram...

Se ontem a questão era saber quem é pedófilo, hoje a questão é saber quem é que já foi pedófilo e teve a sorte de ver o procedimento criminal prescrever.

sexta-feira, janeiro 02, 2004

E o pedófilo é...(I)

Há um certo País que deseja ardentemente ouvir na televisão o nome do ministro de que sempre desconfiou.

Belo começo...

O pão vai subir. A gasolina vai subir. As portagens vão subir. Os automóveis vão subir. Os transportes, os juros e água vão subir; e os responsáveis deste país são interpelados por causa de uma carta escrita em papel de almaço pardo, por um zézinho que depois de ter ido ao Tribunal chatear os funcionários, fez o que algum lhe disse para o despachar. - olhe escreva ao Rui Teixeira! Que conveniente!