Escatologia
O estudo dos últimos dias exerce sobre nós um estranho fascínio. As mais diversas mitologias encontram as mais variadas maneiras de nos dar um fim, sendo umas mais imaginativas, outras menos. Eu tenho o triste feeling que nos vamos matar a nós próprios, com um efeito imprevisto de uma qualquer inovação tecnológica, o equivalente global ao peidinho debaixo dos cobertores, neste caso o peido-mestre. A salvação poderá ocorrer ao mais belo estilo da ficção científica, ou seja, saindo rapidamente pela esquerda baixa rumo a outro berlinde azul perdido no espaço. Aconteça o que acontecer, haverá certamente surpresa generalizada: os ateus se descobrirem que afinal estava mesmo alguém a ver o que eles andaram a fazer; os católicos pasmados a olhar para o gordo careca de Buda vestido; os Maometanos a rogarem pragas ao profeta pela imprecisão da profecia... Já o argumentista do Matrix vai ter alguma coisa para explicar... Enfim, seja lá quem for que acerte (suspeito que apenas os internados em hospícios terão a desfaçatez mental para imaginar algo à altura), o pandemónio vai ser total. Bom, de qualquer maneira espero que não seja para já porque ainda me estou a divertir e hoje é sexta-feira. Se existir alguma lógica, por mais retorcida que seja, o mundo termina numa segunda-feira de manhã, mesmo a seguir ao despertador tocar e imediatamente antes de me levantar da cama quentinha, a tempo de sorrir e dizer: "Ao menos assim já não vou trabalhar..."
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