sexta-feira, agosto 17, 2007

very simplex

Em Coimbra, esta enorme metrópole, há duas Conservatórias do Registo Predial. Funcionam uma em frente à outra, mas são completamente separadas. Por impossível que possa parecer, apesar de serem duas instituições absolutamente idênticas que prestam serviços relativos a imóveis diferentes, têm horários de funcionamento diferentes...

Esta situação proporciona belos momentos, como um que me aconteceu há 15 dias. Precisava de ir à Conservatória do Registo Predial de Coimbra. Fui à net para ir buscar o endereço. Rua do Brasil, dizia. Fui lá. Já não era. Av. Fernão de Magalhães, disseram-me. Fui lá. Tirei a senha e esperei. Chegou a minha vez já depois da hora de fecho para almoço. Disse onde era o prédio. Isso é na outra conservatória, ali em frente. Vi o horário da parte da tarde. Fechava às quatro. Fui à outra Conservatória da parte da tarde. Só que essa fechava às duas e não fazia intervalo par almoço. Voltei no dia seguinte.

Na Conservatória do Registo Predial passam certidões de registo predial. Muito bem. Voltei porque precisava de uma caderneta predial. Tirei a senha e esperei. Caderneta do registo predial? Isso é na sua repartição de finanças. Aqui não fazemos disso.

Em Coimbra, esta enorme metrópole, há duas repartições de finanças. Uma delas é ao pé das Conservatórias de registo predial. A outra, que é a minha, não.

Quando os órgãos sociais de uma empresa são alterados é obrigatório fazer um registo na Conservatória do Registo Comercial. Parece-me razoável. Entretanto alguém se lembrou que mais conveniente que esses dados serem passados directamente para a base de dados das finanças é obrigar as empresas a fazerem também um registozinho nas finanças... Pelo sim pelo não... Com uma multinha de 200 euros para quem o fizer fora de prazo.

Em Coimbra, esta enorme metrópole, a segurança social tem um "departamento de processo" que fica a uns quarteirões de distância do edifício principal. Há um mês a empresa pediu uma certidão e a resposta foi que nos devíamos dirigir à secção de processo para pagar uns 400 euros supostamente em dívida. Fui. Chegado lá, pronto para pagar, o funcionário diz-me que é tudo uma grande confusão, que o nosso processo está todo errado no computador e que não me pode aceitar o dinheiro porque não sabe quanto devemos. Diz-me que tenho que ir ao outro edifício para falar com a técnica responsável. A técnica, depois de muito me fazer esperar, diz-me que está à espera de um parecer de um terceiro departamento da segurança social e que não sabe quanto devemos, mas que se quisermos a certidão temos que pagar tudo o que o computador diz que está em dívida neste momento. Depois de duas tardes perdidas a tentar perceber o que se passa decidimos pagar.

Pagar foi bastante fácil, na verdade. Uma parte obrigatoriamente na secção de processo. Uma parte obrigatoriamente por transferência bancária. Uma terceira parte obrigatoriamente aos balcões da segurança social (mas não na secção de processo, na outra). Em dinheiro, que a segurança social não aceita cheques de valor superior a 150 euros.

Assim vamos de simplex.

2 comentários:

Nuno de Lemos Jorge disse...

Muito bom, isto.

IM disse...

Ah pois é!!!! E imagina tu se naõ fosse o "simplex"!!!!! ahahahahah
Portugal no seu melhor!