segunda-feira, março 10, 2008

Não tanto escassa como mal distribuída

Disse David Hume que a escassez era a fonte de todos os conflitos. É uma maneira de ver as coisas. Outra pode ser a má distruibuição. Face à crescente inovação tecnológica que permite a exploração de matérias primas cada vez mais distantes ou anteriormente consideradas não rentáveis ou inatingíveis (no limite fora do nosso berlinde azul) e ao aumento do uso de energias renováveis, inesgotáveis por definição, será válido manter esta premissa? Penso que não e que passará antes pela desigualdade na acumulação e controlo de certos bens e serviços, essa sim alimentada por algo aparentemente ilimitado: a ganância humana. Concordo que, para já, vivemos "presos" neste mundo cada vez mais mundinho e que importa ser racional na utilização de alguns recursos como a àgua potável (cuja privatização, da rede pública, adianto, vejo como perigosa e sem retorno), sob pena de assistirmos ao encarecimento dela até se tornar num bem de tal modo caro que o seu uso sem restrições se torne apanágio dos ricos e poderosos e se transforme (como de certa forma já o é na agricultura e indústria) num factor limitante para o desenvolvimento e mesmo para a sobrevivência, à imagem do que vimos em grandes filmes (premonitórios?) como Mad Max ou no fiasco Waterworld.

2 comentários:

IM disse...

Não sei porquê, mas a palavra "distribuição" ..talvez associado a "aspergir"..não sei...por aí...continua a fazer-me lembrar diarréia...aliás, é difícil afastar a esta imagem, quando sou violentamente confrontada com esta cor de letra...e a diferença entre obstinação e obstipação não é assim tão grande...a obstinação também nos prende...e a diarréia faz-nos sentir aos pedaços...aspergir? Ãh?? Ai, eu acho que é melhor ficar por aqui...será que ando muito cansada???? Será isso???
...?...

Catarse disse...

Ahhh a benção do daltonismo em certas ocasiões... é quase tão boa como o equilíbrio obstipação-diarreia... bom, mas deixemos estas considerações sobre o trânsito intestinal de lado. O importante mesmo é a cor! Esta lindíssima cor que, lentamente, se insinua pelos cones e bastonetes da retina até que, insidiosamente, se lhes cola para sempre. Assim como se de um mel torrado se tratasse. Bonita, sem dúvida, ainda que, aparentemente polémica. Usando aquela frase clássica do marketing e da publicidade, falem bem ou falem mal mas falem de mim; no caso em mãos da cor da letra ou da diarreia... o que vos vier ao espírito primeiro.