Escassez e neurose
Os denominadores comuns que encontro na geração a que pertenço são a escassez e, por via dela, a neurose. Houve, em tudo o que passei, sempre a nota de escasso, de recurso a disputar, de limitação. Uma voz a dizer “não há para todos” e violentar os que ficam de fora. Falo das vagas para entrada na universidade, dos elegíveis estágios profissionais, dos empregos, da segurança social, do serviço de saúde, enfim…tudo o que a geração anterior teve em barda, mas que resolveu apresentar à minha como escasso. Por isso, há na geração a que pertenço, uma permanente sensação de risco, de medo de perder do que há pouco. Uma permanente neurose, que resulta da impossibilidade de ter mão na escassez. Mais importantes que a traição que os pais do estado social fizeram aos seus filhos, serão as consequências que essa terá no futuro.
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