sexta-feira, janeiro 05, 2007

À discussão!

Numa homenagem a um grande sketch dos Monty Python gostava de iniciar aqui uma discussão.

Melhor ainda, várias! Para isso, deixo desde já o pedido para que avancem um tema, qualquer tema, banal ou elaborado, pacífico ou conflituoso. Da colheita da azeitona na Idade Média à eutanásia; do valor da vida no Médio Oriente à cor do cabelo do Vítor Espadinha; da política externa do Botswana à melhor receita de bacalhau; de tácticas avançadas de berlinde no gelo à secular questão da primazia do ovo sobre a galinha e, já agora, porque que esta atravessou a estrada...

Venha de lá essa posta de pescada, essa pérola da sabedoria popular, essa citação malandra tirada de um obscuro manual celta ou mesmo o comentário à última capa da Nova Gente. De imediato, prometo ofender, maltratar, menosprezar, contrariar, negar, insultar, contrapor de um modo absolutamente enervante e redutor só pelo prazer de contrariar!

Há lá coisa melhor para aquecer as noites de inverno do que uma bela discussão da treta sem sentido em que ninguém aceita nada, ninguém aprende nada, ninguém admite qualquer falha e ainda para mais, de brinde, saímos de lá a pensar que o outro tipo é um belo parvalhão e que nunca mais lhe falamos na vida mas da qual saímos retemperados pelo exercício da retórica!?

Como alguém disse (ver série 27 episódio "A arte do assassinato" ano I), e parafraseando, na arte da discussão o que conta é a maneira como se diz e não o que se está mesmo a querer dizer, se é mesmo verdade ou ainda, que raio de ideia, quem tem razão sobre o quê!

Vá! Quantos são? A mim ninguém me cala! Penso eu de que! Não tenho medo de ninguém! E mais, nunca me engano e raramente tenho dúvidas! Venham eles! Sua cambada de biltres, facínoras, trastes, madraços, filisteus, sacanas, pulhas e sacristas!

12 comentários:

IM disse...

Pois bem, aqui vai então...é algo que se ouve nos cafés, nas pastelarias, imensas vezes e cujo sentido último ainda escapa às minhas tentativas de objectivação:
"-Um pastel de nata e um café curto com adoçante, por favor!!".
Pois bem, deslindemos as controversas mentes dos mais comuns dos mortais que pululam, infestam cafés e pastelarias....
IM

Catarse disse...

Não tem nadinha que saber!
Trata-se aqui do desejo não explícito, ainda que implícito, da vontade incontrolável de assumir que é uma verdadeira besta!
Quem ainda se questiona sobre este assunto?!
Como é do conhecimento público e socialmente aceite desde tempos imemoriais, o erro salta à vista de um modo inequívoco:
FALTA A CANELA NA NATA E A CHÁVENA ESCALDADA!! DASSSE!!
Qu'é burro e qu'é estúpido.
Próximo.

g. disse...

Ora fiquem então com esta:
Adquiri hoje uma pérola da literatura portuguesa (publicada - quem diria...- pelas edições O Jornal). Nem mais nem menos do que «A Mala de Cartão» de Linda Suza - preciosidade das preciosidades quecomprei por um euro para oferecer, claro está, a alguém muito especial.
Então diz a dita De Suza:
«Quando se zanga comigo (porque fiz qualquer coisa que não lhe agradou) Pascal diz-me sempre: «Quero fazer de ti uma princesa!» É simpático e lisonjeio da parte dele, mas eu faço questão, antes de tudo, de ser uma cantora popular. Espero sê-lo por muito tempo. Na linha de Piaf, Brel, Aznavour...».
Questão polémica e profundíssima é, por exemplo, o que tinha Suza (em 1983) a ver com Pascal(?! lol); Aznavour, Piaf ou Brel?

Catarse disse...

Bom. Passo a explicar:
Ne me quitte pas!, terá dito Brel a Piaf que retorquiu que na "La vie en rose" que levava não tinha tempo agora mas, como dizia Aznavour, "Nous nous reverrons un jour ou l'autre". Vai daí, diz a Dona Suza, pega na "Mala de Cartão", e, ao bom estilo de Boss AC, dispara um "Princesa, beija-me outra vez!".

Conclusão, segundo Pascal: "O último esforço da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam."

QOD.

Próximo.

g. disse...

O menino anda de facto muito inspirado. A sua catarse está ao rubro! Gostei muito desta discussão acessa, sobretudo do final pascaliano que, aliás, se aplica muito às minhas actuais angústias existênciais (ver arroz de casca versão 2007).
Ora, fora isso, venho agradecer, este momento de humor cristalino (ai que bonito! - nota-se que estou mt inspirada tb...)e informá-lo que já lhe dei explicações quando "ao astro que flameja" no local adequado. Gostei muito de seu post que versa, basicamente, sobre viver a vida «sem medos». Como a maioria dos mortais, também tenho pena de não ter feito e dito algumas; embora tenha pena de ter feito outras. Acredito, hoje, que erros e sonhos são para cumprir. Concordo. Subscrevo. E, acredite, não falo de cor, porque acabei de colocar as coisas mais importantes da vida no trapézio. Este ano é para arriscar. E, já agora, não receie, porque, acrescentando a citada sabedoria milenar "a sorte protege os audazes" e "arre, não à máscara". Fartos delas andamos nós.

jbfmartins disse...

Caros Casca de Arroz e Sr Catarse

O casamento civil, propriamente dito, pode ser realizado em qualquer lugar, desde que os noivos encontrem um representante do Registo Civil que se disponha a deslocar-se ao local escolhido.

Convém portanto, começar a tratar dos papeís com pelo menos dois meses de antecedência.

São três os regimes matrimoniais de bens que vigoram actualmente em Portugal: comunhão geral de bens, separação absoluta de bens e comunhão de adquirido a título oneroso.

Na ausência de convenção antenupcial, escritura pública destinada a definir o regime de comunhão de adquiridos.

O regime de separação de bens é obrigatório caso qualquer dos nubentes tenha completado sessenta anos de idade.

Desejo-vos um Bom Ano e que a Cegonha da Sorte vos traga uma prenda muito boa!!!..

g. disse...

Caríssimo Sr. Martins,
Apesar do seu post - seguramente de muita utilidade para mostar os seus dotes de "oratória" em "direitez" - nem merecer resposta, não sou pessoa de ficar calada. Como tal, tenho apenas de lhe dizer que existem explicações para semelhante comentário: o sr. comeu alguma coisa estragada; está ressaibiado e a fazer a sua catarse ou...não tem mesmo mais nada para fazer.
Nada tema, no entanto! Ainda há solução para si: tente ter um bom ano e, já agora, dar contributos mais produtivos para a blogosfera.

Anónimo disse...

«Todas as cartas de amor são ridículas.»

Anónimo disse...

Sr. Martins,

E para quando um blog próprio aberto à discussão sem preconceitos?

Anónimo disse...

Interrompo o debate para reiterar que este é um blog à séria, onde se falam de assuntos sérios, onde só fala gente à séria, visto por gente à séria.

Podem, pois, continuar no mesmo registo.

House Announcer

Catarse disse...

Sr. Martins... ainda agora o ano começou e já tão imbuído de um sentido de humor tão cínico... Agradeço, no entanto, a preocupação com a faceta legal inerente, se bem que de todo dispensável. Tratarei de o informar sobre futuros desenvolvimentos se vier a necessitar do seu aconselhamento jurídico.

Catarse disse...

pelo menos o tema do post foi um sucesso... embora não fosse bem isto que tinha em mente...