segunda-feira, janeiro 08, 2007

Destino ou Acaso

Desde há já algum tempo que me tenho vindo a deparar com esta questão, nas suas mais variadas ramificações e implicações no dia-a-dia e não me consigo decidir por nenhuma das conclusões face aos argumentos que se perfilam em ambos lados da barricada. Mais ainda se torna difícil a escolha por estes conterem uma razoável dose de subjectividade e dependerem, em grande parte, de acontecimentos recentes (acabam por ter algum peso extra por estarem mais frescos na memória) para serem ou não validados. Provavelmente, como noutras situações, a verdade jaz algures no meio mas vale a pena considerarmos os prós e contras das duas hipóteses.

Assim, de um lado fica uma visão do mundo mais prosaica e despida de qualquer influência externa, que nos deixa à mercê do presente para determinar o rumo dos acontecimentos. Ou seja, momento a momento, o futuro é traçado pelas decisões por nós tomadas. Os únicos seres capazes então de provocar qualquer ateração no curso dos acontecimentos (e também de percepcionar as suas repercursões) somos nós, enquanto seres conscientes e possuidores de vontade própria para decidir. Tudo o resto não passa apenas de um enorme conjunto heterogéneo de objectos que obedecem cegamente às regras da física vigentes. Não houve início e não haverá fim.

Do outro lado fica uma visão determinista, onde não existe mais do que a causa-efeito e a acção-reacção. Tudo está já escolhido e o guião escrito. Um conjunto de regras e leis naturais regem o Universo em que habitamos e tudo o resto não passa de corolários dessas leis. De uma acção inicial nasceu esta megalónoma carambola cósmica que nos (a nós e a tudo o resto) levará inexoravelmente a uma conclusão.

Por enquadrar nestas visões ficam algumas questões, como por exemplo: (se existirem) outros seres possuidores de consciência (onde se poderão incluir vários graus de consciência, acima e abaixo da nossa – dos objectos a Deus(es)); a possibilidade de milagres ou acontecimentos (ainda?) não explicados pela actual ciência; quem ou o quê gerou o impulso inicial (se existiu apenas um ou se isto não passa de um carrocel gigante oscilando de Big Bang em Big Bang) e qual o nosso papel no meio de tudo isto?

Parece-me demasiadamente egocêntrico da nossa parte assumir que estamos sós nesta história da consciência. Mais ainda considerarmos que somos o topo da escala. Por outro lado, afigura-se-me algo fútil não existir um qualquer desígnio para a nossa (leia-se a do Universo (se for só um)) existência. Mas assim sendo, seremos participantes de pleno direito ou marionetas? Existirá um Maestro que nos conduz subtilmente ou um Observador que nos vigia? Será isto um teste (uma mosca que se frita num mata-moscas chumbou no grandioso teste?) ou apenas falta de perspectiva (a mosca cumpriu o seu micro-desígnio na mega-ordem das coisas)? Se a Teoria do Caos nos diz que o bater de asas da borboleta em Tóquio faz chover em Nova Iorque passados uns dias, quem me garante que não foi uma formiga a dançar rumba há dois anos atrás no Burundi que me fez comer ovos estrelados ao almoço ontem?

4 comentários:

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, queria cumprimentar o auditório da Gabardina e endereçar uma especial saudação a todos aqueles que tornaram este debate possivel.

Anónimo disse...

Ena! Um house announcer... que chique!

Anónimo disse...

foi graças a vários "house announcers" que muitas decisões foram tomadas com pluralidade de opiniões caea anónima!!
Lembro-me por exemplo da famosa Lei da Toca nas Piscinas. Se não tivesse havido uma introdução eficaz, provavelmente ainda hoje havia cabeludos a largar a gadelha nas piscinas olimpicas!!!! Gritante, não era???
Comprimentos à audiência.
Lola Ferreira

marcosav disse...

senhores, meu nome é Marcos, e me interesso por esse assunto, de forma abrangente, gosto de relatos, mas prefiro julgar o proprio destino, e dividi-lo. Paremos de pensar que o destino, é simplesmente um destino~, além de interferirmos no destino, podemos também muda-lo, do mesmo jeito que existem destinos imutáveis. Assim eu tomei a liberdade de difinir o destino como, DESTINO POSSIVEL E PROVAVEL, quando algo tende a acotecer, como alto grau de probabilidade mas não acontecerá necessariamente, POSSIVEL E IMPROVAVEL, acontecerá, porém pouco provavel, e INEVITAVEL, assim como a morte. Aprofundei-me no assunto mas primeiro gostaria de saber a opinião, dos aki leitore. Obrigado.