estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados
Fernando Rosas descreveu ontem no Público, com perspicácia, sentido de humor e precisão os "meninos de direita" em Portugal. E descreveu-os assim:
Há que reconhecer que eles já criaram uma imagem de marca, os "cavaglieri" lusitanos. Muito engomadinhos e pomposos nesse estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados, com o seu convencionalismo postiço, esse verniz que mal tapa o caceteirismo instintivo e à flor da pele, eles são os herdeiros políticos e culturais da velha direita portuguesa de sempre.
Eu concordo e diverti-me, mas lembro o historiador Rosas de que, ao fazê-lo, se colocou a jeito para que alguém defina o jovem bloquista como um compromisso entre o charrado da noite do bairro alto e o pseudo intelectual que nunca conseguiu acabar o curso superior e vive à custa de anti-depressivos.
O que talvez pudesse ter sido dito é que, hoje em dia, em Portugal, até para ser vendedor da Alfa Romeo é preciso ser jotinha de direita.
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